quarta-feira

Ainda há algum recurso

João 6.1–15 —
Evangelho de João, capítulo seis, que nos fala da multiplicação de pães e peixes. Historia muito conhecida, não só pela igreja, mas por muita gente. Porque é um acontecimento que se conhece por outros meios, não só através da bíblia, mas através da TV e do cinema. Agora, é um acontecimento que realmente impressiona. Vamos ler então.
João 6.1-15 — Depois destas coisas, atravessou Jesus o mar da Galiléia, que é o de Tiberíades. 2 Seguia-o numerosa multidão, porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos. 3 Então, subiu Jesus ao monte e assentou-se ali com os seus discípulos. 4 Ora, a Páscoa, festa dos judeus, estava próxima. 5 Então, Jesus, erguendo os olhos e vendo que grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pães para lhes dar a comer? 6 Mas dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que estava para fazer. 7 Respondeu-lhe Filipe: Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço. 8 Um de seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, informou a Jesus: 9 Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas o que é isto para tanta gente? 10 Disse Jesus: Fazei o povo assentar-se; pois havia naquele lugar muita relva. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil. 11 Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes, quanto queriam. 12 E, quando já estavam fartos, disse Jesus aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. 13 Assim, pois, o fizeram e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que haviam comido. 14 Vendo, pois, os homens o sinal que Jesus fizera, disseram: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo. 15 Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte.
Está ai! O texto fala por si mesmo. O texto é bastante claro, e nos coloca dentro do acontecimento. Porque nos mostra a beleza do milagre de Jesus, mas também nos revela lições preciosas que nos servem até os dias de hoje.
Porque todo registro sagrado tem um objetivo último, que é o de trazer à nossa consideração aquilo que nos serve agora. Não apenas uma simples lembrança do que se passou, mas as aplicações para as nossas vidas, hoje.
Reparem. Uma grande multidão, cerca de cinco mil homens, além das mulheres e das crianças. Era muita gente!
Num lugar deserto, afastado dos povoados, porque foi um lugar, que Jesus escolheu para descansar um pouco. Portanto, um lugar retirado.
O dia já estava no fim, a noite vinha chegando, e Jesus percebeu que aquela gente que estava com ele há tanto tempo, certamente já devia estar com fome.
O senhor percebeu, também, que se despedisse aquela multidão como estava, não daria tempo para chegarem às suas casas. Entretanto, não havia condições de se alimentarem antes do regresso.
Era uma situação de emergência, e Cristo, sensível a tudo isto, aproveita o incidente para realizar um milagre e para nos ensinar lições importantíssimas.
Assim, Jesus diz a Filipe — Filipe, onde compraremos pães para lhes dar a comer? — E Filipe responde — Não lhes bastaria duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço.
Reparem como é interessante a atitude de Filipe, diante da pergunta de Jesus — Onde compraremos pães para lhes dar de comer?
Não que Jesus precisasse da resposta. Até o próprio texto diz que Jesus perguntou isso para experimentar Filipe, porque Ele já sabia muito bem o que estava para fazer.
Ou seja, a pergunta é para provocar em Filipe uma atitude. E a atitude está posta aqui. Respondeu-lhe Filipe — Não bastaria a essa gente duzentos denários de pão para receber cada um o seu pedaço.
Não era pouco dinheiro, não. Aqui está um homem como tantos outros. Aqui está um homem comum. Aqui está um homem que se encontra em qualquer lugar. Aqui está um homem que faz contas.
Prontinho, fez as contas na hora! Calculou tudo, olhou a multidão, pensou no preço > duzentos denários não bastariam.
A visão de Filipe é uma visão objetiva, é uma visão da realidade fria. É a visão de qualquer pessoa comum. Se Jesus lhe fizesse esta pergunta, você não responderia muito diferente disto, não.
Porque é assim que, normalmente, a gente responde a esse tipo de pergunta. Onde compraremos pães para toda essa gente?
Essa pergunta se repete em nosso dia-a-dia. Não necessariamente, na necessidade do pão, mas nas diferentes necessidades da nossa vida.
A vida que é um dom de Deus, a vida que Deus sustenta, nos faz essa pergunta em nome de Jesus! Onde? Onde encontraremos pão?
Como alimentaremos a multidão? Onde está o recurso? Onde obteremos o sustento? Onde descobriremos aquilo que esperamos?
Está é a pergunta que prevalece o tempo todo, em todos nós. Esta é a pergunta que se repete, no nosso dia-a-dia. Por isso é que Jesus faz a pergunta.
Reparem que Jesus pergunta, mas sabendo muito bem o que estava para fazer. O Senhor Jesus não estava interessado em saber onde e como comprar o pão. Onde? Com que dinheiro?
Não, Jesus não estava interessado nisto, não. Estava interessado na resposta de Filipe. Porque a resposta de Filipe é, quase sempre, a resposta de cada um de nós.
Porque quando surgem as necessidades, quando surgem os imprevistos, quando surgem as emergências, a pergunta se impõe. — Onde? Onde vamos arrumar recursos?
E as contas são feitas! Fazemos as contas. Não necessariamente as contas que vão pagar o pão. Não! Mas as contas que precisamos para responder aos compromissos da própria vida.
As nossas contas resultam nas contas de Filipe. Não nos bastariam duzentos denários de pão para receber cada um o seu pedaço.
Não tem jeito. Não tem dinheiro. Porque duzentos denários, que era uma grande quantia, não seria suficiente.
É assim que respondemos a esse tipo de pergunta. Pergunta que é feita, freqüentemente, não pelas pessoas, mas pela própria vida.
E é pela vida que a pergunta de Jesus se renova. — Filipe, o que é que vamos fazer? Está ai a multidão, mais de cinco mil pessoas. Estamos aqui, num lugar distante dos recursos. A noite já chegou. E agora Filipe! Como é que vamos resolver essa questão?
Não é isso que a vida pergunta a você, tantas vezes. Quando cai a noite. Quando cai a noite é a hora do silêncio. É a hora da solidão.
É a hora em que cada um se encontra consigo mesmo, na sua intimidade. Aí, essa pergunta vem forte. Onde? Onde conseguiremos os recursos?
E qual é a resposta que surge? É quase sempre a resposta de Filipe. — Ah! Nem duzentos denários. Nem mil reais. Nem cinco mil reais resolve.
Onde? Cadê os recursos, pergunta a irmã Neuza e a sua família! Onde, Senhor, comprar esses pães? Como comprar os remédios? Onde estão os recursos para tanta necessidade? Onde?
E fazemos as contas, esticamos aqui, encolhemos ali. Não tem jeito. E é assim que tanta gente vive a responder esta pergunta, que insiste em cada um.
Mas, hoje ou amanhã, você terá que responder a esta pergunta. Onde compraremos os pães? Mas não pense em pães. Pense em tantas outras coisas que fazem parte das nossas necessidades.
O lugar é deserto. O lugar é afastado. Os recursos estão distantes. Não há dinheiro suficiente.
A pergunta de Jesus parece uma pergunta má. Quem não raciocinar direito pode até pensar isso > Esse Senhor Jesus é muito mau. Que pergunta maluca. Ele sabe muito bem que é impossível alimentar tanta gente.
Mas é isto mesmo. A pergunta de Jesus é a pergunta da vida, que, às vezes, é má sim. É má sim. Quantas vezes a vida se apresenta a nós dessa forma? Cruel. Impiedosa. É ou não é?
— Pastor, não sei o que faço. Nem duzentos denários resolve, nem sei onde comprar. Tá muito difícil, tá muito difícil. Tenho que pagar a prestação do fogão e não tenho dinheiro!
Puxa vida! Eu não pensei que chegasse a tanto. E como é que eu resolvo isto. Já fiz as contas, nem duzentos denários! Nem toda a minha inteligência, nem toda a minha cultura , nem toda a minha competência. Nada disso adianta, pastor!
Aí está a pergunta. Aí está a resposta. A resposta de Filipe é a resposta de muita gente. É a resposta do ser humano comum.
Mas agora, repare no v.8. — Um dos discípulos de Jesus chamado André, irmão de Simão Pedro, informou a Jesus: Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas o que é isto para tanta gente?
Muito interessante! Se a pergunta de Jesus parece revelar um Senhor mau, que provoca e incentiva a dificuldade, a palavra de André nos parece mostrar um homem tolo.
Diante daquilo. Mais de cinco mil pessoas. Jesus querendo saber como alimentar. Onde comprar. Filipe dizendo que não tem jeito. Nem uma quantia tão grande.
Então, vem esse tal André dizer isso a Cristo — Mas, Senhor, tem um rapaz aí com cinco pães e dois peixinhos. — E acrescenta — O que é isso para tanta gente?
Então pra quê que disse? Pra quê disse isso, se ele mesmo reconhece que isto é nada para tanta gente. Por que disse?
Era o caso de alguém lhe dizer — Ô André, não era melhor você ter ficado calado! Porque pra você vir dizer isto, era melhor você não dizer nada.
Agora, por que André disse isto? Ah! Porque, agora, não é o homem comum que falou. O homem das contas negou a possibilidade de uma solução. Contas que não resolvem.
Mas, agora, é o homem da fé que fala. Ele se lembrou de tudo. Ele se lembrou do que Jesus já fizera. E disse, lá dentro de sua alma: — Senhor, eu sei que é muito pouco, mas olha aqui, tem ali, cinco pães e dois peixinhos.
Ah! Nessa atitude de André, encontramos essa fé, que estava ali, percebendo a impossibilidade do momento, mas enxergando, o poder do seu mestre. Poder que ele já testemunhara.
Ah! Esse é o homem incomum. Esse é o homem crente. Esse é o cara! A pessoa crente não é uma pessoa que se exclui da vida.
A pessoa crente não é uma pessoa que censura as outras. A pessoa crente não é uma pessoa que julga as outras pessoas. O homem crente é o homem que vê possibilidade onde não existe.
— Ah! Senhor, não pense que sou um tolo, porque sei muito bem de que isto nada vale, mas tem aqui, ó, cinco pães e dois peixinhos. E eu sei do que Tu és capaz.
— A palavra de Filipe não me bastou. Está bem, ele está correto. É impossível. Não há recursos. Não há tempo. Mas eu já te vi, Senhor, fazendo grandes sinais. E eu sei que há uma chance aqui. Ainda há alguma possibilidade aqui.
É possível porque Tu estás aqui, Senhor. A multidão te espera. Ainda há algum recurso. Então, é possível. É possível. Toma, Senhor!
Ai Jesus diz — É isso mesmo, André. Era isso o que eu queria ouvir. Filipe disse o que se espera de todos. Mas o que quero é essa atitude de fé.
Sem cálculos, sem medições, sem matemática. Uma visão de quem enxerga a possibilidade. Vem cá, André, junta-te aos discípulos. Pegue estes pães e esses peixes, que passo a abençoar, e alimenta esta gente.
Mas pode ter parecido aos discípulos uma absoluta loucura, e fica muita gente pensando: — Como é que foi isso? Jesus pegou ali, num passe de mágica, e apareceu um monte de pão. Será que foi cada pedaço que cada um recebia que se transformava em um pão?
Não entendo! Não interessa! Não se perca nisso! Como foi? Eu não quero nem saber!
O que eu quero saber é que as cinco mil pessoas, ou mais, foram alimentadas. E além disto, recolheram doze cestos dos pedaços que sobraram.
Porque milagre é assim! Não queira explicar o milagre! Creia nele. Deixe que ele se realize na sua vida. Creia na soberania do Senhor, porque Ele faz do jeito que ele quer.
Mas que haja fé! Quando a pergunta surgir, e surgirá! — Onde compraremos pães para tanta gente? — A pergunta surgirá em você, em sua vida! Como? Como, Senhor?
A vida há de lhe perguntar isso. Como? Fiz as contas e não tem jeito. Nem se eu tivesse duzentos denários.
Nessa hora, faça como André. — Olha Senhor, Filipe está certo. Eu não posso discordar dele, mas que contas são estas. Porque tem uma coisa, Senhor, que tal aqui cinco pães e dois peixinhos.
Jesus dirá — É o bastante. É o bastante! Traga! Traga seus cinco pães e dois peixinhos. E ai deixe comigo.
Isto é milagre! Milagre é aquilo que os cálculos declaram inviável, impossível. Portanto, quando nós tomamos decisões administrativas na igreja, nenhuma delas se baseia em cálculos. Porque não nos bastariam duzentos denários. Ainda que pareça muito.
Mas temos aqui, Senhor, cinco pães e dois peixinhos. Temos aqui uma comunidade. Temos aqui um povo que se multiplica nas tuas mãos. Toma aqui, Deus! Toma aqui, Senhor, o nosso pouco! Porque é contigo que contamos.
A noite chegou, mas ainda não se fizeram as trevas. O povo é grande, mas Tu estás presente. Tu és o Senhor e continuas conosco! Estás aqui! Não leves em conta a nossa pobreza, Senhor Jesus.
São cinco pães e dois peixinhos, para mais de cinco mil. Mas é o que temos, e para nós é o que serve. Nas tuas mãos, Senhor, hão de se multiplicar de maneira extraordinária!
É assim que vive o povo de Deus > Como André. Como Filipe, vive este mundo, sem resposta. — Onde compraremos? Ah! Senhor, nem duzentos denários seriam suficientes.
Mas o povo de Deus não é assim. O povo de Deus é um povo que pega o que tem e diz: Senhor, só temos isto. Tá bom?
E o senhor responde à nossa súplica — Tá bom! Deixe comigo.
Deus abençoe a igreja! Amém!

domingo

Afastamento de Deus

Êxodo 32 – Esse texto é um texto que fala a respeito da idolatria de Israel, quando eles saíram do Egito. Esse texto fala do bezerro de ouro que eles fizeram para adorar.
Possivelmente, muitos aqui já ouviram mensagens baseadas nesse texto, falando qual é o bezerro de ouro da sua vida e coisas desse tipo.
Eu não pretendo tratar a respeito disso, porque Deus colocou no meu coração falar uma outra coisa com a amada igreja nesta noite.
Naturalmente também, a mensagem dessa noite NÃO será algo inédito, algo novo, porque não existe nada de novo debaixo do sol.
Sempre que a gente pensa que irá falar algo que nunca foi dito antes, depois a gente descobre que muitas pessoas falaram a respeito daquele assunto.
No entanto, vamos, nesta noite, meditar a respeito desse texto, sobre algumas coisas que chamaram a minha atenção, quando eu o li nestes dias de feriado.
Êx 32.1-10 — Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte (monte Sinai = Orebe), acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe terá sucedido. 2 Disse-lhes Arão: Tirai as argolas de ouro das orelhas de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas e trazei-mas. 3 Então, todo o povo tirou das orelhas as argolas e as trouxe a Arão. 4 Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido. Então, disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. 5 Arão, vendo isso, edificou um altar diante dele e, apregoando, disse: Amanhã, será festa ao SENHOR. 6 No dia seguinte, madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se. 7 Então, disse o SENHOR a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu 8 e depressa se desviou do caminho que lhe havia eu ordenado; fez para si um bezerro fundido, e o adorou, e lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. 9 Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz (coração). 10 Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os consuma; e de ti farei uma grande nação.
Perigos que corremos quando nos afastamos de Deus. É a respeito disso que eu gostaria de refletir com os irmãos, nessa noite.
Sempre que nos imaginamos bons o suficiente em determinada área da nossa vida, nós corremos o risco de errar, exatamente, naquilo em que nos tornamos capazes, naquilo em que nos achamos melhores.
Isso acontece porque haverá um relaxamento natural, quando achamos que somos infalíveis naquilo que fazemos. Isso é uma mostra na nossa soberba, da nossa arrogância.
Quanto mais hábeis, ou capazes, nós somos, ou nos tornamos, em determinada área de atuação, mais nós corremos o perigo de nos achar bons o suficiente, e assim, banirmos da nossa mente a idéia de que precisamos da ação divina para nos orientar.
Por exemplo, há pouco tempo atrás, um homem chamado Steve Irving (lembram-se dele?), um dos homens mais capazes e acostumado a lidar com animais selvagens.
Um cara que enfrentava tigres, serpentes venenosas, crocodilos e todo tipo de animal, mergulhou pra caçar tubarões, foi atacado por uma arraia, cujo ferrão penetrou no seu coração e ele morreu.
Esse homem era um camarada hábil. A TV chegou a mostrá-lo alimentando crocodilos ferozes com seu filho pequeno no colo. Isso gerou uma polêmica muito grande nos Estados Unidos e no mundo.
Mas a confiança dele era tão grande, a capacidade que ele possuía era tão extraordinária, que ele achava que tinha completo domínio sobre qualquer situação que envolvia sua própria vida.
Ele pensava que jamais seria atacado e morto por um crocodilo, por uma serpente ou por um tubarão. Aí, de repente, ao mergulhar para caçar tubarões ele é atacado e morto por uma arraia.
Quando NÃO tomamos certos cuidados, nossas habilidades geram em nós um certo tipo de soberba e de auto confiança. Coisas que podem determinar o nosso fracasso e a nossa destruição.
Na nossa vida cristã, muitas vezes, nós nos acomodamos, pensando que já sabemos de tudo, e isso pode nos levar à ruína.
Quanto mais você achar que já sabe tudo de teologia, tudo da Bíblia, que você já tem a salvação e não precisa se preocupar com mais nada, mais próximo você está do fracasso espiritual.
Isso foi o que aconteceu com o povo de Israel. E isso tem acontecido com muitos crentes nos dias de hoje. Israel viu muitos milagres, muitas intervenções de Deus para lhe dar livramento.
No entanto, esse texto nos conta a história de uma das traições mais terríveis, de um dos atos mais vis, mais infames, contra Deus, quando eles resolvem fazer um bezerro de ouro pra adorar.
Esse texto é a demonstração da vida de um povo auto confiante que analisou a sua situação através de uma visão henoteista.
Eu vou explicar o que é isso. Tem gente que tem medo de falar certas palavras e depois não saber explicar o que significam. O henoteismo é uma crença, ou forma de religião, em que se cultua um só Deus, mas SEM que se exclua a existência de outros deuses.
O povo de Israel cria no Deus todo poderoso, mas cria também em deuses menores, criados ou inventados por eles mesmos. Ou seja, eles criam no Deus do pacto, mas NÃO o consideravam um Deus supremo a quem deveriam amar e servir com exclusividade, e se santificar a esse Deus.
É assim que a gente entende que o afastamento de Deus, claramente visível nesse texto, é também um afastamento completo da confiança e da fé que devemos ter no Deus da Aliança.
Quando nós nos afastamos do Deus das Escrituras, da Palavra de Deus, nós corremos alguns perigos.
Em 1º lugar – Um perigo é esquecer que a intervenção de Deus nas nossas vidas acontece no tempo que o próprio Senhor determinou que acontecesse.
É isso o que nos diz o v.1 — vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que aconteceu com ele.
Reparem que Deus havia libertado de forma extraordinária, o povo de Israel de seus inimigos. Aquele povo acabara de ver a atuação milagrosa de Deus em suas vidas, retirando-os do Egito, libertando-os do jugo de Faraó, fazendo-os passar a pés enxutos pelo Mar Vermelho.
Mas esse povo, além de ser um povo ingrato, era um povo vexado, um povo que não sabia esperar o tempo de Deus. Eles haviam passado 430 anos como escravos no Egito, mas foram incapazes de esperar um pouco mais, porque Moisés havia se retirado por apenas 40 dias para falar com Deus no monte Orebe.
Assim, quando nos esquecemos que a intervenção de Deus nas nossas vida acontece no tempo do Senhor e não no nosso, nós tentamos culpar ao próprio Deus pela demora e nos afastamos Dele. É aqui que mora o perigo.
Moisés se ausentara para subir ao monte Sinai e receber das mãos de Deus as Tábuas da Lei, receber de Deus a orientação necessária para suas vidas. Mas, na ausência de Moisés, o povo se impacienta, achando que Moisés estava demorando muito.
Isso evidencia a arrogância e a soberba daquele povo que não sabia entregar os seus caminhos ao Senhor, descansar Nele, e esperar com paciência.
Aí eles se entregam à idolatria. Esse é um dos pecados mais funestos, mais infames que alguém pode cometer contra Deus. Sempre que desejamos algo e não sabemos esperar em Deus, quando passamos a confiar em nossas próprias capacidades para fazer isso ou aquilo, corremos o risco de nos entregar à idolatria.
Corremos o risco de achar que Deus NÃO tem competência para fazer o que queremos, e que podemos fazer tudo com as nossas próprias habilidades. Ou seja, tiramos Deus de cena e colocamos o homem como o centro de tudo.
Mas as coisas não funcionam assim. Deus é o Senhor soberano e tudo no universo está no controle Dele. Tudo acontece no tempo de Deus, e não no nosso.
Eu me lembro que na época daquele acidente do avião da Gol que se chocou com um jatinho Légacy, quando morreram 155 pessoas, um cidadão foi entrevistado no aeroporto de Manaus.
Essa pessoa contou que chegou para embarcar naquele vôo, mas o seu nome não constava na lista de reservas. Ele esbravejou e discutiu para tentar embarcar, mas não conseguiu.
Aí ele recebe a notícia de que o avião caiu e que todos morreram. Imaginem como deve ter ficado a cabeça desse cidadão. E ele diz na entrevista — Foi Jesus quem me salvou. Não morri porque Deus não quis. Ele tem um propósito na minha vida...
As coisas acontecem no momento de Deus, não no nosso. E quando nos afastamos de Deus, nos tornamos mais vulneráveis a não compreender isso.
Em 2º lugar – Esse texto nos ensina que, quando nos afastamos de Deus, corremos o perigo de ter medo de dizer NÃO. Mesmo quando o SIM vai contra a Palavra de Deus.
É isso o que dizem os v.2-6 — Disse-lhes Arão: Tirai as argolas de ouro das orelhas de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas e trazei-mas. 3 Então, todo o povo tirou das orelhas as argolas e as trouxe a Arão. 4 Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido. Então, disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. 5 Arão, vendo isso, edificou um altar diante dele e, apregoando, disse: Amanhã, será festa ao SENHOR. 6 No dia seguinte, madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se.
Que coisa terrível fez Arão. Ele teve medo de dizer NÃO, sabendo que o SIM seria ofensivo a Deus. E isso é muito comum nos dias de hoje.
Muitas vezes, nós ficamos com medo de magoar as pessoas e acabamos sendo coniventes com os pecados que elas praticam, com os atos perversos que elas realizam.
Arão era irmão de Moisés, um homem que viu as grandes maravilhas que Deus realizou no meio de seu povo. No entanto, em vez de se manter firme, como sacerdote que ele era, e dizer NÃO ao que o povo lhe havia pedido, ele faz, exatamente, o que o povo quer.
Arão sucumbe ao desejo do povo. Esses v.2-6 mostram que ele não sabia a quem deveria agradar, aos homens ou a Deus. Imaginem a confusão que estava acontecendo na cabeça de Arão.
Porque, entre agradar a Deus ou agradar a homens, não pode haver dúvida no coração do verdadeiro crente. Sempre que quisermos agradar às pessoas, terminamos por desagradar a Deus.
Reparem que Arão faz o bezerro de ouro, mas, ao mesmo tempo, ele tenta se justificar diante de Deus, criando um caminho, como se diz, “em cima do muro”.
Claramente, Arão tenta agradar aos homens e a Deus. Como se diz, agradar a “gregos e troianos”. E sempre que isso acontece, nós desagradamos a Deus.
O v.5 mostra isso de maneira taxativa — Arão, vendo isso, — vendo o que? Que o povo adorou o bezerro que ele fez — edificou um altar — para tentar resgatar na mentalidade do povo o henoteismo... a crença de que eles poderiam adorar a vários deuses, mas que existia um Deus maior > é por isso que ele disse — Amanhã, será festa ao SENHOR.
Nesse verso, nós vemos Arão achando que o seu SIM para o povo, construindo aquele objeto de idolatria, poderia ser consertado depois, pela adoração ao Deus verdadeiro.
Ou seja, pela construção de um altar onde eles deveriam buscar o Deus vivo. No entanto, quando nós agimos assim, nós perdemos a identidade de servos de Deus e passando a idéia de um deus frouxo e sem caráter. Um deus permissivo que nos deixa fazer todas as coisas.
(ilustração) Quinta feira eu estava no super mercado, e o cidadão que estava na minha frente, começou a conversar sobre a falta de responsabilidade e seriedade do povo brasileiro... Aí, vira-se e diz — Eu passei sábado, domingo e 2ª feira no carnaval de Barra de São Miguel. Mas, na 3ª feira, eu voltei pra Maceió e fui pra missa na igreja dos Capuchinhos... (olha aí o henoteismo > um deus permissivo que nos deixa fazer todas as coisas).
Nós não podemos servir a dois senhores. Ou servimos a Deus de maneira integral e completa, ou servimos ao diabo. Mas nesse mundo em que vivemos, nós estamos sempre sofrendo pressões.
Há pressões na área política, na área social, na área moral. Nós sofremos pressões pra dizer SIM a diversos bezerros de ouro, como por exemplo, ao adultério, ao homossexualismo, à corrupção...
Ou seja, sofremos pressão para aceitar a idéia de um deus que é conivente com os nossos pecados, que não cobra nada de nós, que sempre vai entender as misérias dos pecados que praticamos.
Tem gente que chega a dizer que Deus é tão bom que nós nunca chegaremos a sofrer as conseqüências desses nossos maus comportamentos.
Todavia, os crentes têm que dizer NÃO a todas essas coisas, mas não dizem por medo das pressões. Então, as pessoas fazem dois altares > um onde as satisfações do coração são preenchidas, outro onde tentam adorar a Deus.
Em resumo, nós temos que dizer SIM para aquilo que Deus diz SIM, e dizer NÃO para aquilo que Deus diz NÃO.
Em 3º lugar – Esse texto nos ensina que, quando nos afastamos do Senhor, corremos o perigo de deixar de respeitar a Deus, mesmo sendo Deus quem ele é.
Esse é um perigo tremendo, porque corremos o risco de banalizar uma relação que deveria ser estruturada a partir do respeito e do temor.
Reparem o que diz o v.7-9 — Então, disse o SENHOR a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu 8 e depressa se desviou do caminho que lhe havia eu ordenado; fez para si um bezerro fundido, e o adorou, e lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. 9 Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz (coração).
A visão do povo estava tão obscurecida, turva, embaçada, quanto à grandeza de Deus como Senhor e Rei, como Criador do Céu e da Terra, que a analise deles estava centrada no homem. Estava centrada em Moisés, na atuação de Moisés na libertação do Egito.
É isso o que nos revela o v.1, v.7 e v.8 > Moisés, o homem que nos tirou do Egito... Reparem que Deus usa, inclusive, de ironia e diz a Moisés > porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu...
Porque é assim que o povo pensa, que foi Moisés quem os tirou do Egito. E a Palavra acrescenta > São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.
Ou seja, não existe aqui nenhuma menção de que foi DEUS quem os tirou do Egito. Vemos aqui, portanto, um óbvio destemor e desrespeito para com Deus.
Vemos aqui o povo atribuindo a glória ao homem. Glória que deve ser atribuída unicamente ao Deus Todo Poderoso, Criador de todas as coisas. SOLI DEO GLORIA.
Ou seja, quando nos tornamos fabricantes de ídolos, esses ídolos nos mostram a quem, de fato, nós servimos. A idolatria toma de Deus o temor e o respeito que deveríamos ter pelo Senhor, porque coloca o homem como o centro de todas as coisas, faz do homem deus...
Se somos crentes, devemos temer e respeitar somente a Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. O Senhor é que deve ser o centro da nossa adoração.
Mas, infelizmente, a igreja dita cristã está, hoje, cheia de cristãos idólatras. E não pensem que idolatria se refere somente a adoração de imagens. Não!
A idolatria é qualquer ato que nos distancia da verdadeira adoração a Cristo Nosso Senhor. A idolatria é qualquer ato que coloca qualquer outra coisa como mais importante do que Deus na nossa vida.
Assim, por exemplo, o dinheiro pode ser uma idolatria para nós. E a Bíblia diz que os idólatras não herdarão o Reino do Céu... Portanto, como crentes, não podemos deixar que nada assuma importância maior na nossa vida do que Cristo.
O nosso trabalho, a nossa família, os nossos bens, as nossas amizades, enfim, nada deve ser mais importante do que Jesus Cristo na nossa vida.
Quem nos salvou, quem nos libertou do império do pecado, quem nos tirou das trevas e nos trouxe para sua maravilhosa luz, foi Deus, foi Cristo... Portanto é a Ele que devemos dedicar toda a nossa adoração.
Meditem, portanto, nos perigos que corremos quando nos afastamos de Deus. SOLI DEO GLORIA. Amém e graças a Deus.

quarta-feira

A visão ampliada de Deus

Gn 13.14-18
A fonte da nossa reflexão, nesta noite, é o livro de Gênesis capitulo 13 a partir do versículo 14. Essa história que vamos ler agora, ela resulta de um momento de separação entre Abraão e toda a gente que vivia com ele.
É a separação de Abraão de Ló, seu sobrinho, e toda a gente que também vivia com Ló. Eles agora possuíam gado, bens, mas ainda não tinham uma terra em que pudessem se fixar.
E como a casa de cada um deles havia crescido bastante, as suas posses também se ampliaram, o seu gado se desenvolveu, e eles precisavam de mais espaço.
A Bíblia nos versículos anteriores — e você em casa depois pode conferir — diz que Abraão propôs a Ló uma separação. E Abraão com sua capacidade de dividir as coisas, permitiu que o seu sobrinho Ló escolhesse a terra que pretendia habitar, com sua casa, com o seu gado, com as pessoas que com ele viviam.
E diz o texto, anteriormente, que Ló escolheu as Campinas do Jordão. Ló foi esperto. Escolheu a melhor terra, a terra fértil. Porque era assim naquele tempo, antes da destruição de Sodoma e Gomorra.
Assim, reparem, na hora da escolha, Ló, inteligentemente, escolheu as Campinas do Jordão. E Abraão ficou com o que restara.
É neste contexto de separação, de divisão de espaços, ainda que não possuídos integralmente, que a historia acontece.
Vamos, então, ler agora, a partir do verso 14 do capitulo 13 de Gênesis — Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se separou dele: Abraão ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; 15 porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e a tua descendência para sempre. 16 Farei a tua descendência como pó da terra, de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência. 17 Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na largura; porque eu ta darei. 18 E Abrão, mudando as suas tendas, foi habitar nos Carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom, e levantou ali um altar ao Senhor.
Aí está a historia, aí está o momento, aí está à separação, aí está a nova realidade que Abraão teria que viver. Eles haviam acabado de chegar do Egito, onde viveram por algum tempo, devido à escassez de alimentos na terra que lhes era prometida.
E, agora, estavam de volta! Abraão ali estava, com a terra que lhe restara, com a perspectiva da posse de um território que lhe sobrou, uma vez que Ló havia escolhido o melhor pedaço.
Mas é neste contexto que Deus diz a Abraão — Abraão ergue os olhos! E olha! Olha a terra! Olha para o norte, para o sul, para o ocidente, para o oriente. Porque toda esta terra que vês, Eu darei a ti.
Mas, reparem, irmãos, o que está no texto, e que nos chama a atenção. Olhem bem esse v.14 — Ergue os olhos e olha – diga a igreja - e vês desde onde estás.
Isso, às vezes, nos escapa na leitura do texto. Por quê? Porque chama muito mais a atenção Palavra do Senhor, falando da experiência, da expectativa e da amplitude da promessa.
Assim, deixamos de perceber a expressão — Ergue os olhos, Abraão, e olha desde onde estás. — Olha daí!
Eu não sei, exatamente, onde Abraão estava. A Bíblia nos dá uma idéia geográfica muito geral, mas exatamente onde Abraão estava não sabemos.
Mas isso não importa. Importa é saber que era de onde Abraão estava que ele devia olhar. Deus não tira Abraão de onde ele estava para levá-lo a um pináculo de templo que nem existia, ou ao cume de uma montanha onde pudesse ver mais.
Não, não, não. Deus não faz isso. Ele diz — Abrão, olha de onde estás, olha a partir da tua realidade, agora. Olha pro norte, olha pro sul, olha para o oriente, olha para o ocidente. E vê o que puderes ver.
É isso que Deus nos diz. É isso o que Deus diz a você e diz a mim insistentemente. Olhe de onde você está, porque não dá para olhar de onde NÃO estamos.
Deus NÃO nos impõe uma impossibilidade. Deus NÃO nos diz: Olha do céu; olha do fundo do mar; olha dos confins da terra. Não! Olha de onde você está!
Olha a partir dessa realidade em que você vive. Uma realidade que talvez, hoje, é muito pequena e limitada. Uma realidade que é frágil e assustadora! Olha daí!
Porque, reparem, Ló escolheu o bom pedaço da terra. Aquele pedaço que lhe pareceu bom. As Campinas do Jordão eram uma terra fértil, onde seu gado haveria de crescer e alimentar-se com fartura.
Parece, portanto, que sobrou o pior pra você, não é Abraão? Você não se sente assim nessa região montanhosa? Olha! Confere a sua realidade. — Porque tudo o que vês eu te darei — diz o Senhor.
O que é que você vê hoje? Se Deus dissesse a você, agora, Gil, olha pro norte, pro sul, pro oriente, pro ocidente de onde você está. Certamente, a Gil veria muito pouco. Nós também veríamos muito pouco.
Mas Abraão olhou. — Pois é, Abraão, tudo isso que você está vendo Eu darei a você. Mas Eu darei muito mais, porque de onde você está, Abraão, você não pode ver tudo o que Eu posso dar a você.
Porque, prossegue o texto no v.15 — porque toda essa terra que vês, eu a darei, a ti e a tua descendência para sempre.
Uma terra para Abraão e sua descendência para sempre. Poderia ser uma terra pequena, poderia ser a terra que Abraão conseguia ver de onde estava, mas Deus, diz no v.16 — Farei a tua descendência como pó da terra, de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência.
Ah! Abraão! Você olhou de onde você está? Você viu a terra que Eu lhe darei? Não! Você não viu, não. Você pensa que viu! Porque a terra que lhe darei é muito maior do que você pode ver.
Porque o que lhe darei será a terra que vai ser habitada por sua descendência incontável, como pó da terra. Não, Abraão, a sua descendência será tão grande que não caberá na terra que você pode ver de onde você está.
Porque a promessa de Deus é assim... A promessa de Deus é sempre muito maior do que podemos ver. Às vezes, a nossa esperança fica assim tão diminuída, porque só podemos ver de onde estamos.
Será que eu posso ver o Clima Bom de onde estou? Não, não posso! Mas, lá no Clima Bom, estará a Segunda do Tabuleiro. É como se Deus tivesse me dito há quatro anos trás: — Pedro, de onde você está olha e veja a minha igreja.
E eu teria visto a Primeirona, como vi. E Deus me diria — Pois bem, a igreja que Eu lhe darei é muito maior. Ela está no Clima Bom, ela está no Salvador Lira, ela está na Forene. Ela está não sei lá onde. A 2ª, a 3ª, a 4ª IP do Tabuleiro...
— Abraão a terra que darei a você não é essa terra que você vê de onde você está. Não, ela é muito maior.
Portanto, de onde você está, você não vê o que Deus pode oferecer a você. Você vê apenas o que seus olhos alcançam. E é por isso que as pessoas desanimam e enfraquecem, porque vêem tão pouco.
As pessoas somente conseguem ver a sua dor, a sua crise, o seu medo, a sua insegurança, a sua limitação, a sua escassez. E é isso que as pessoas vêem, muitas vezes, de onde estão.
E é isso que as pessoas têm porque é isso o que Deus lhes dá. Mas, meu irmão, vá além disso. Porque se Deus nos desse apenas o que podemos ver de onde estamos, a nossa esperança seria muito pequena.
Ah! eu me lembro quando propus ao conselho da Primeirona as obras que já completamos aqui. Vocês se lembram de como era a Congregação, como era a igreja quando ela foi organizada? Lembram?
Foi como se Deus dissesse ao Conselho — Olhe de onde você está. — E o conselho viu o saldo de caixa da igreja e disse. — É, Senhor, talvez dê pra fazer o gabinete pastoral e nada mais.
Mas Deus disse — Mas é maior, é incontável, e tudo isso darei a Primeirona. E Ele deu! E nós fizemos a obra que era pra ser feita aqui.
Graças a Deus por isso! De onde veio o dinheiro? Não tenho a menor idéia! Foi com sacrifício? Foi! Não me peça para fazer uma obra dessa na sua casa.
Não pense que eu conseguiria do mesmo jeito, porque não coube a mim, nem aos presbíteros, mas coube a esse Deus maravilhoso que diz assim: — Olha de onde você está!
Parece pouco não é, mas Eu darei a você isso que você vê agora e muito mais. Porque a sua descendência, que será incontável como o pó da terra, não habitará essa terra pequena que podes ver. Porque a terra que tenho para você é muito maior.
É isso o que Deus nos fala sempre. É isso que Deus nos propõe sempre. Que olhemos de onde estamos, sim, porque esta é a nossa realidade.
Mas que possamos, na Graça do Senhor, na visão da nossa fé, ver além, muito além. Para que possamos realizar muito mais do que pensamos.
Tem gente que não realiza porque só vê de onde está. E não consegue ver através dos olhos do Senhor. Isso é maravilhoso!
Aí, Deus, depois de dizer isso a Abraão, continua no v.17, confira: — Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na largura; porque eu ta darei.
Disponha-se, Abraão! Você já olhou, já viu, já percebeu que Eu posso lhe dar muito mais. Então, agora, se levante e percorre essa terra de Norte a Sul. Do Oriente ao Ocidente.
Sai do seu lugar, Abraão! Sai de onde estás! Vai para mais alto, para que você veja mais longe, para que você amplie a sua perspectiva. Para que a terra que você pode enxergar, agora, seja uma terra muito mais ampla.
Levante-se! Sai do seu lugar! Percorre passo a passo, porque a terra é tão grande que você não pode percorrê-la de uma vez só. Caminha lance a lance. Disponha-se! Mexa-se, agite-se. Sai dessa mesmice, reage!
E Abraão, mudando as suas tendas foi habitar nos Carvalhais de Manre que estão juntos a Hebrom. Abraão deu o primeiro passo. Coisa maravilhosa!
Desde o início, a vida de Abraão foi uma vida de desafio. Desde Haram, lá na Mesopotâmia, quando Deus o chamou pela primeira vez: — Abraão sai da tua terra, da tua parentela e vai para uma terra que te mostrarei.
E Abraão saiu. Abraão obedeceu. E, agora, novamente, ele se move. Abraão era um homem de ação, de atitudes. E você? Como é você? Você também vai se mover?
Que bom que seja assim. Você está olhando aí do seu lugar? Tá olhando? E o quê você está vendo? O quê você está vendo a respeito da sua vida? Parece pouco? Mas Deus vai lhe dar muito mais.
Entretanto, você somente poderá ver mais do que você vê hoje, se você sair deste lugar em que você está. Apequenado, diminuído, limitado.
Saia! De um passo para o norte, para o sul, para o oriente, para o ocidente. Vá pra frente, volte atrás se for preciso. Desvie para o lado eventualmente. Mas saia! Vá tomando posse de tudo aquilo que lhe pertence. A promessa é para você. Mas a conquista é sua.
E termina o texto. — E chegando aos Carvalhais de Manre que estão juntos a Hebrom — a igreja diz — e levantou ali um altar ao Senhor.
Reparem como termina o texto. Abraão era um homem extraordinário. Ele levantou ali um altar ao Senhor.
Ou seja, quando ele conquistou aquilo que primeiramente pode, Abraão não perdeu a consciência de que Deus lhe dera a oportunidade.
Abraão não se engrandeceu em si mesmo, não se vangloriou. Não se tornou prepotente, não se achou poderoso demais. Mas levantou um altar ao Senhor e prestou culto. Agradeceu.
E disse: — Senhor, entendi. Senhor, acredito! Senhor, eu creio e quero Te servir. Já me deste um pouco, certamente me darás todo lugar que meus pés puderem pisar, porque não ficarei mais parado.
Não estarei mais estacionado. Verei de outros ângulos. Eu Te cultuo, meu Deus! Eu Te bendigo! E é Contigo que vou. E aonde eu chegar e no lugar em que estiver ali erigirei um altar a Ti. E a minha vida será um permanente culto a Ti, Senhor. E cada vitória minha será creditada à Tua Graça e ao Teu poder.
Não perca isso! Porque, às vezes, as pessoas se movem, saem dos seus lugares, conquistam espaços, mas se esquecem de Deus. É ou não é?
Abraão chegando a Manre, junto a Hebrom, levantou um altar ao Senhor. Deus abençoe você nesta noite. De onde você está! Erga os seus olhos. Levante a sua cabeça.
Veja tudo que pode ser seu. E ainda assim será pouco, porque Deus tem muito mais. Portanto, mexa-se, ande, saia do seu lugar, de um passo, liberte-se desta realidade que limita a sua vida, que limita a sua a visão, que limita a sua a perspectiva.
E vá por este mundo erigindo altares ao todo Poderoso. Ao nosso Deus Maravilhoso, ao Senhor Jesus.
Amem!

segunda-feira

A Vigésima Quinta Hora

Mc 6.45-52 — Logo a seguir, compeliu Jesus os seus discípulos a embarcar e passar adiante para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. 46 E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar. 47 Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e ele, sozinho em terra. 48 E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a dianteira. 49 Eles, porém, vendo-o andar sobre o mar, pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram. 50 Pois todos ficaram aterrados à vista dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! 51 E subiu para o barco para estar com eles, e o vento cessou. Ficaram entre si atônitos, 52 porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido.
Reparem que esse texto que lemos nos fala de um momento; nos fala de tempo; nos fala de horas. O v.45 começa dizendo — Logo a seguir...
Ou seja, o texto fala de um tempo seguinte, após a multiplicação dos pães... Esse é um tempo, registrado na cronologia humana, no qual Jesus obrigou os discípulos a embarcar e passar para o outro lado do lago.
O v.47 diz — Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar... — Esse é um outro tempo; uma outra hora, outro registro cronológico.
Nesse tempo agora, estava o barco no meio do mar, e Jesus estava sozinho em terra. O v.48 diz assim — E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite...
Aqui o texto fala de um outro tempo, uma outra hora, um outro registro cronológico. Vocês estão acompanhando? Se houvesse relógio, naquela época, certamente o evangelista teria escrito de outra forma.
— Às três horas, lá pelas cinco e meia, ao cair da tarde, lá pelas duas e pouco da manhã... — A nossa vida é assim! A nossa vida é toda sinalizada por tempos, por registros cronológicos.
O culto começa às 19:00 horas. A previsão é para terminar por volta das 11 da noite, né? Portanto, dormir, só lá para a meia noite, né? E assim, vamos.
E, assim, o relógio se torna parte de nosso corpo. Tem gente que, nem para tomar banho, tira o relógio, e eles são feitos para isso mesmo, a prova d’água, impermeáveis.
Mas, existe uma hora, existe um tempo, há um registro cronológico, que não integra os nossos relógios. Porque essa hora chega sem aviso.
É o tempo do imprevisto. É o tempo daquilo que não se conta; daquilo que não se espera. É o tempo daquilo que não se prevê; daquilo que, muitas vezes, não queremos.
Esse foi um tempo na vida daqueles discípulos. Depois de cair a tarde, eles já estavam longe da terra, no meio do Mar da Galiléia, num tempo que não tem registro preciso.
O evangelista diz no v.48 — por volta da quarta vigília da noite... Era mais ou menos 3 horas da manhã. Nessa hora eles se viram em dificuldade, e o mar se agitou, o barco ficou ameaçado, o vento era contrário, tudo estava escuro.
Isso não estava previsto. Essa é a hora que não está registrada em nossos relógios. Certamente, você já está com a sua noite toda programada.
Você vai chegar em casa daqui a pouco, é ou não é? Talvez, tome um copo de leite, antes de deitar, ou vá jantar, como eu e Lysia, ou ainda fazer uma visita à sua mãe, ou ver um filme na TV, e é muito justo que seja assim.
Tudo bem definido! Mas, se você sair daqui da Primeirona e ali, no meio da rua, sem qualquer aviso, você for surpreendido por alguma coisa que você não esperava?...
Muda toda a sua cronologia, não muda? Muda todo o seu planejamento. E é assim que acontece com muita gente, com todo mundo.
É a hora que não está em nosso relógio. Essa é a hora mais difícil da nossa vida. Quase sempre! Às vezes, esse não previsto é até bom. Pode ser essa hora não programada que traga uma boa notícia...
Mas ninguém percebe muito essa hora. O que guardamos, o que destacamos é a hora do imprevisto que incomoda, como esta dos discípulos.
A hora de uma tempestade que chegou no meio da noite e que dificultou a navegação e a viagem. É como se fosse a vigésima quinta hora.
Porque, reparem, o relógio marca vinte e quatro horas. Mas essa hora imprevista é como se houvesse uma vigésima quinta. Quem sabe você não está vivendo essa hora, neste momento?
Quem sabe você não está vivendo a sua vigésima quinta hora? Porque, essa vigésima quinta hora, a hora do imprevisto, a hora do não planejado, a hora do que não queremos, é, primeiramente, a hora das trevas, da escuridão, das sombras ao cair da noite.
Estava o barco no meio do mar, e Jesus, sozinho, em terra. E, em seguida, Jesus vendo que eles estavam em dificuldade... Estava escuro.
A noite havia chegado ao Mar da Galiléia. Era a madrugada do Mar da Galiléia! Não era a noite do Tabuleiro. Não era a noite da Primeirona.
Era a noite das trevas, da escuridão, das sombras que envolvem. E nas trevas, é a hora que perdemos as referências. Porque na escuridão não vemos aquilo que nos ajuda a caminhar.
Era uma tempestade. Dizem os outros evangelhos que era uma tempestade. Certamente, o céu estava escuro, a terra estava distante.
Era um mar imenso, encapelado, açoitado pelas ondas. O barco balançando para lá e para cá, e não se via nada. A hora das trevas é a hora da perda das referências.
Nada se vê! Essa é uma hora terrível! Porque, quando temos as nossas referências, nós vamos andando, vamos caminhando. Sabemos para onde vamos, temos a posição de tudo aquilo que orienta a nossa caminhada.
Mas, quando tudo se faz escuro e a luz falta, você sai esbarrando em tudo, tropeça nos outros, e você já não caminha com velocidade... e, ás vezes, resolve parar mesmo.
É melhor ficar quieto, para não se arranhar e esperar que a luz se faça outra vez. A vigésima quinta hora é, antes de tudo, a hora do imprevisto, porque é a hora das trevas, da perda das referências.
Não havia terra para se ver; não havia estrela que orientasse a navegação. Era só o escuro. Quem vive um imprevisto não desejado, sente esta realidade da escuridão que se faz, das trevas que se implantam.
E não há como andar, é ou não é? O caminhar fica difícil. Você tropeça aqui, tropeça ali, bate na parede, se machuca na quina da cama...
Você já viveu isso? A vigésima quinta hora, que é a hora do imprevisto não desejado, não é apenas o tempo das trevas, mas é, também, e por conseqüência, o tempo do medo.
Reparem no v.49 — Os discípulos, porém, vendo Jesus andar sobre o mar, pensaram tratar-se... — De quê? — de um fantasma!
Aquele que vinha pra salvar, aquele que vinha pra recompor a paz e a tranqüilidade do mar; aquele que vinha para cessar o vento, para tornar clara a noite, para revelar as referências de uma boa caminhada, foi identificado, equivocadamente, por um fantasma.
Por quê? Porque a hora das trevas é a hora, também, do medo! Porque, no escuro, tudo se deforma, nada se vê com clareza e nitidez e, aquilo que é, torna-se uma outra coisa.
O Senhor Jesus se torna um fantasma, e a solução de um problema se transforma em pânico! “É um fantasma!” O Senhor Jesus vira um fantasma.
É assim com muita gente que é alcançada pela vigésima quinta hora, a hora do imprevisto não desejado, a hora que não se registra no relógio: A vigésima quinta hora.
É gente, assim, envolvida pelas sombras e pelas trevas, gente sem referências, gente assustada, que não vê solução, que não percebe a salvação que chega.
É gente assim que identifica tudo de maneira equivocada! São as sombras que assustam. Você já esteve num lugar assim, bem escuro?
Um lugar assim, num sítio como a do Zé Roberto, que mora lá na Grota? Você já esteve num lugar assim?
Lá na casa do Roberto e da Elizama é assim. Se faltar luz, é uma escuridão tremenda. E todo mundo corre para dentro de casa para acender uma vela.
Porque, lá fora, as árvores balançam, os arbustos se mexem, os barulhos se intensificam e nós começamos a ver aquilo que não existe.
Eu conheço uma pessoa que jura que viu uma “mula sem cabeça”. Coitado! Era um cachorro muito grande, abaixado, comendo alguma coisa no chão. No escuro parecia um animal sem cabeça.
Porque tudo se deforma mesmo, na escuridão e na sombra, é ou não é? Os movimentos criam imagens de coisas que não existem. Foi assim que Jesus pareceu para eles um “fantasma”.
Aquele que, antes, multiplicara os pães, aquele que, antes, com poder, havia alimentado a multidão, aquele que chegava com a sua figura que tranqüiliza, é aquele que implanta o medo e o pavor.
— É um fantasma! Foi assim! — As sombras e as trevas fazem isso conosco. Ninguém gosta de escuridão!
Mas, a vigésima quinta hora é assim > a hora que não está no relógio, a hora do imprevisto, a hora do não desejado. É a hora das trevas, da perda das referências.
E, por isso, é a hora do medo, quando tudo se deforma, quando as imagens se fazem assustadoras, quando o que é deixa de ser e, o que não é, se torna real.
Eles viram um fantasma que não existe. Homens! Eu fico imaginando Pedro vendo um fantasma... O grande Pedro, corajoso, forte, pescador, vibrante, impetuoso, voluntarioso, tremendo de medo:
— Misericórdia, João, é um fantasma! André, me dá a tua mão. —Claro que ele não fez isso! Mas ficou com medo, muito medo sim! Porque tem muita gente grande que treme de medo.
Eu também! Eu não sou tão forte e nem tão grande... O que é que você anda vendo por aí? Nessa sua vigésima quinta hora? Você anda vendo fantasmas?
Será que você NÃO está percebendo a chegada do Senhor Jesus? Será que você somente consegue enxergar as trevas? Será que você não tem referência alguma, em meio às sombras da sua vida, sombras que deformam tudo o que você vê?
Será que você NÃO enxerga a providência chegando por sobre as águas da sua tempestade? Você está com muito medo, não é?
Mas a vigésima quinta hora, a hora que não está no relógio, a hora do imprevisto não desejado, que é a hora das trevas, da perda das referências e, por isso, a hora do medo, que deforma a realidade, é aquilo que nos importa agora.
Reparem no v.50 — Mas, logo, Jesus lhes falou — o quê? — Tende bom ânimo! Sou eu.
A vigésima quinta hora, reparem, é a hora de Deus! Sabem por que? Porque não há tempo que não pertença ao Senhor Todo Poderoso.
E, para o Senhor, não existem imprevistos não desejáveis. Para ele, tudo é conhecido, e o tempo é o tempo que se desfaz em sua eternidade.
A tempestade que espantou os discípulos era a tempestade que estava ao alcance do conhecimento de Jesus que os viu lá da terra.
E, vendo-os em dificuldade, foi a eles, andando por sobre as águas. Porque não há tempestade que impeça o caminhar do Senhor Jesus para buscar a cada um de nós.
Essa é a hora da sua escuridão; da perda das suas referências. É a hora do seu medo, mas é, sobretudo, a hora de Deus. E é ele quem chega, desfazendo as trevas e cancelando o medo, dizendo:
— Tende bom ânimo, sou eu! Paz! Não, não sou um fantasma! Vejam o que sou: O mesmo que tem caminhado com vocês. Eu sou a referência que vocês não podem perder.
Ainda que as trevas se instalem, ainda que as estrelas desapareçam por trás das nuvens escuras da tempestade; ainda que a terra não se possa ver na distância do mar que leva você para longe, Eu sou a referência que vocês não podem perder. Sou eu! Não tema!”
Que coisa maravilhosa! Não podemos perder esta referência do Senhor Jesus. Não podemos nunca confundi-lo com um fantasma, ou com alguma coisa que assusta...
O Senhor Jesus tem que ser a nossa fé. Ele é uma realidade inconfundível, na hora da manhã, na hora da tarde, na hora da noite, na vigésima quinta hora.
Não olhe para o seu relógio na sua crise. Antes de olhar o horário da sua consulta médica, antes de verificar o tempo que você tem que ir ao banco para resolver a sua dificuldade financeira, antes de ver a hora que passa e que lhe tira o sono, nas ansiedades de sua vida, veja uma hora que NÃO está no seu relógio.
Tire o relógio! E veja o Senhor Jesus, porque essa é a hora de Deus! E, somente ele pode chegar sobre as águas, para desfazer as trevas, para aquietar o mar e restabelecer a caminhada com a sua voz poderosa, dizendo a você:
— Tenha bom ânimo! Não tema! Sou eu! — E, fazendo cessar o vento, subiu para o barco.
Seja assim, não somente hoje. Seja assim, não apenas nesta hora que o seu relógio marca. Seja assim todo o tempo e todos os dias e, particularmente, nas suas vigésimas quintas horas.
Deus abençoe você! Deus abençoe a Primeirona! Amém?