terça-feira

A VERDADEIRA ALEGRIA

2 Sm 6.1-23 — Tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de Israel, em número de trinta mil. 2 Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins. 3 Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. 4 Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca. 5 Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos. 6 Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. 7 Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus. 8 Desgostou-se Davi, porque o SENHOR irrompera contra Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. 9 Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR? 10 Não quis Davi retirar para junto de si a arca do SENHOR, para a Cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. 11 Ficou a arca do SENHOR em casa de Obede-Edom, o geteu, três meses; e o SENHOR o abençoou e a toda a sua casa. 12 Então, avisaram a Davi, dizendo: O SENHOR abençoou a casa de Obede-Edom e tudo quanto tem, por amor da arca de Deus; foi, pois, Davi e, com alegria, fez subir a arca de Deus da casa de Obede-Edom, à Cidade de Davi. 13 Sucedeu que, quando os que levavam a arca do SENHOR tinham dado seis passos, sacrificava ele bois e carneiros cevados. 14 Davi dançava com todas as suas forças diante do SENHOR; e estava cingido de uma estola sacerdotal de linho. 15 Assim, Davi, com todo o Israel, fez subir a arca do SENHOR, com júbilo e ao som de trombetas. 16 Ao entrar a arca do SENHOR na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela e, vendo ao rei Davi, que ia saltando e dançando diante do SENHOR, o desprezou no seu coração. 17 Introduziram a arca do SENHOR e puseram-na no seu lugar, na tenda que lhe armara Davi; e este trouxe holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR. 18 Tendo Davi trazido holocaustos e ofertas pacíficas, abençoou o povo em nome do SENHOR dos Exércitos. 19 E repartiu a todo o povo e a toda a multidão de Israel, tanto homens como mulheres, a cada um, um bolo de pão, um bom pedaço de carne e passas. Então, se retirou todo o povo, cada um para sua casa. 20 Voltando Davi para abençoar a sua casa, Mical, filha de Saul, saiu a encontrar-se com ele e lhe disse: Que bela figura fez o rei de Israel, descobrindo-se, hoje, aos olhos das servas de seus servos, como, sem pejo, se descobre um vadio qualquer! 21 Disse, porém, Davi a Mical: Perante o SENHOR, que me escolheu a mim antes do que a teu pai e a toda a sua casa, mandando-me que fosse chefe sobre o povo do SENHOR, sobre Israel, perante o SENHOR me tenho alegrado. 22 Ainda mais desprezível me farei e me humilharei aos meus olhos; quanto às servas, de quem falaste, delas serei honrado. 23 Mical, filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da sua morte.
Todos nós queremos encontrar a Alegria, embora nem todos saibamos onde ou como encontrá-la. Ou, então, quando a encontramos, nem sempre sabemos reconhecê-la.
Muitas pessoas, por não conhecerem a Alegria, a procuram em lugares errados, ou a confundem com outras coisas. Muitos não sabem diferenciar a Alegria de outras emoções, como o contentamento, o entusiasmo, a empolgação.
O que é a Alegria e como encontrá-la?
Este texto fala de um acontecimento importante da vida do povo de Israel > o transporte da Arca de Deus para a recém conquistada cidade de Jerusalém, que fora transformada em capital do reino por Davi.
Davi entendeu que o local da morada do rei deveria ser também o local da morada de Deus, onde a Arca deveria residir definitivamente.
A Arca foi, então, levada pelo próprio rei Davi, escoltada por um número grande de pessoas escolhidas por ele, da cidade onde estava até Jerusalém.
Isso aconteceu não sem atropelos, pois o transporte da Arca se deu em duas etapas. Durante a ida da arca para Jerusalém, ocorreu um episódio que ilustra bem a nossa vida na presença de Deus > Davi, diante de Deus, encheu-se de Alegria.
Agora, o que é A Verdadeira Alegria?
1º. A Verdadeira alegria é estar na presença de Deus (v.1-5, 21)
É importante definir logo o que é a Alegria. Alegria é conhecer a Deus e estar na Sua presença. Alegria é estar onde Deus está (Sl 21.6).
Alegria é sentir a presença de Deus em qualquer circunstância, quer seja boa ou não. Alegria, mais do que um sentimento, é um estado, uma condição, uma situação extraordinária.
Alegria não é o oposto de tristeza. O oposto de tristeza pode ser contentamento. Não estar contente é estar triste. Não estar Alegre, entretanto, não é estar triste: É não estar na presença de Deus.
Alegria também não é sinônimo de prazer. Alegria é sentir vontade de celebrar a presença de Deus, a glória de Deus. É estar na presença de Deus e se alegrar com isto, sem outras intenções.
Alegria é glorificar a Deus pelo que Ele é. É sentir-se bem por estar ao seu lado, da mesma maneira que nos sentimos bem por estarmos ao lado do pai de quem tanto gostamos, ou do filho a quem amamos, ou do amigo que nos faz bem, ou da mulher amada, com quem nos contentamos pelo simples fato de estar na sua presença.
Para ficar claro: Alegria é o que o pai sentiu ao ter de volta o filho pródigo (Lc 15.11-32). Alegria é o que ocorre no céu quando um pecador se arrepende (Lc 15.10)
A Arca da Aliança (ou Arca de Deus) era tida pelos israelitas como o local da morada de Deus e simbolizava a Sua presença. Ali Deus habitava. Ali Deus recebia a adoração, ali Deus estava constantemente presente. Sobre a Arca se invocava o Nome (presença) do Senhor.
A Arca era, assim, o objeto que simbolizava o culto a Deus. A Alegria se relacionava a esse culto, simbolizado pela presença da Arca.
Davi se alegrou por estar na presença de Deus, ao lado da Arca. Alegrou-se também por estar fazendo a vontade de Deus, pois Deus queria um lugar especifico para ali estabelecer a sua morada entre os homens.
Davi se alegrou também por estar prestando um culto a Deus e por saber que sem Deus não existe a verdadeira alegria (v. 21).
2º. A Alegria pode ser interrompida, dificultada, ou mesmo adiada, mas nunca vencida (v. 6-10)
Nem sempre a alegria se apresenta diante de nós como gostaríamos. Às vezes ela se apresenta como tragédia. Outras vezes como tristeza. Outras vezes, ainda, como uma situação que não compreendemos.
No texto, estamos diante de uma interrupção por uma tragédia. Um dos homens que estava transportando a arca morreu ao tocá-la. Isto poderia ter representado o fim da alegria, mas não representou.
Nem a morte pode por fim à verdadeira alegria.
Este episódio nos mostra que, mesmo em tempos de profunda alegria, e principalmente durante essa profunda alegria, a reverência, o respeito, o temor a Deus, fonte da nossa alegria, não pode ser deixado de lado.
Há espaços sagrados; há momentos sagrados; há abordagens de Deus que são sagradas e das quais não podemos nos esquecer.
A Alegria não pode ser confundida com satisfação ou bem-estar apenas. É muito mais do que isso. Davi, diante da morte do homem que tocou na arca sem permissão, teve dois sentimentos: se desgostou, isto é, ficou contrariado, aborrecido (v.8) e com medo (v.9).
O aborrecimento e o medo poderiam acabar com a alegria de Davi, mas apenas deixaram a alegria dele adormecida. A alegria continuava presente, apenas não estava se manifestando naquele momento.
Isso muitas vezes ocorre conosco. Às vezes pensamos que a Alegria se foi definitivamente, mas é apenas um afastamento temporário. São os contratempos que teimam em querer separar a alegria de nós.
3º. Quando os obstáculos são vencidos, a alegria retorna com mais força (v. 11-19)
A presença de Deus é capaz de abençoar e alegrar a qualquer um. Isto aconteceu com a família de Obede-Edom, em cuja casa a Arca ficou.
Quando Davi soube disso, ele se recobrou do aborrecimento e do medo que sentira da presença de Deus e resolveu buscar novamente a fonte da sua Alegria.
Agora já era uma alegria ainda mais intensa, pois ele havia provado de um contratempo. Ele sabia da alegria que havia sentido na vez anterior quando esteve próximo da arca (da presença de Deus), e assim perdeu o medo.
Os obstáculos haviam sido vencidos. Era hora de fazer a alegria retornar. Quando a alegria retorna, após um obstáculo ser vencido, ela o faz com mais força (v.14).
Quando a alegria se estabelece, a vontade que sentimos é de compartilhá-la com outras pessoas (v.19; Ne 8. 10-12)
Infelizmente, nem todos alcançam a verdadeira alegria. Muitos estão muito perto dela, mas a deixam escapar (v.20-23). Este é o caso de Mical, filha de Saul e esposa de Davi.
Ela estava muito perto de sentir a Alegria, muito perto da presença de Deus, mas resolveu desprezar a oportunidade. Preferiu censurar a Davi a experimentar ela mesma a Alegria.
E você? Como está a sua relação com Deus? Você tem sentido a Alegria que só Deus pode lhe dar?
E a Sua Alegria, como é? É duradoura? É do tipo que, mesmo diante dos obstáculos da vida permanece firme? Ou será que você nunca experimentou a verdadeira Alegria?
Lembre-se disto: a verdadeira Alegria é estar na presença de Deus. Que o Senhor abençoe a você, que o Senhor abençoe a Primeirona, e que todos nós possamos nos alegrar na presença de Deus. Amém!?

A totalidade da palavra de Jesus

João 20.19–23 — Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! 20 E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor. 21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. 22 E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23 Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos.
Esse é o relato de uma crise. Crise dos discípulos. Crise de pessoas recolhidas em suas casas, de portas fechadas, com medo, atemorizadas, sem saber o que fazer.
É ou não é o relato de uma crise? Com certeza! Porque as crises, nos levam a esse tipo de comportamento. As crises nos levam ao recolhimento de nos mesmos. Nos levam a introspecção, nos levam à solidão e nos deixam trancados em nós mesmos.
Toda crise promove isso. Uma crise tira das pessoas o gosto pelo encontro, o prazer da comunhão uns com os outros. Porque quando uma crise se instala nas nossas vidas, pelo menos nos seus primeiros momentos, é quase sempre muito aguda, muito forte.
A crise toma a nossa atenção por completo. Tudo a nossa volta parece deixar de existir. Tudo parece deixar de ter importância. Porque o que importa é a nossa crise.
E ali estavam os discípulos trancados em casa, com medo dos judeus, fora da realidade que estava acontecendo lá fora. Ou seja, fora daquilo que estava ocorrendo na rua.
É interessante observar que a crise que nos tranca, a crise que nos isola, é na verdade a crise que parece estabelecer em nós um comportamento de defesa.
Era assim que os discípulos estavam > Dentro de casa, portas trancadas, com medo dos Judeus. Eles queriam evitar que os judeus, que haviam matado o Senhor Jesus, pudessem entrar e matá-los também.
É exatamente isso o que a crise faz em nós. Ela nos isola, ela nos tranca em nós mesmos, porque em nós mesmos existe essa disposição de defesa, de acovardamento...
É preciso ficar escondido, para que aquilo que provoca a crise, não entre, não chegue perto de nós. Mas, reparem, é interessante que o texto, que sugere de imediato uma defesa dos discípulos, que sugere de imediato uma atitude de quem quer evitar a entrada do perigo, é na verdade aquilo que impede a saída.
Eles estavam trancados SIM, para que os judeus não entrassem. Porque os judeus representavam o perigo, mas eles não perceberam que, trancadas as portas, eles mesmos NÃO podiam sair.
É isso o que a crise tem de pior. Na sua fase inicial e mais aguda, se não for resolvida, ela nos tranca de tal maneira, que nada entra, mas também NÃO saímos.
E é terrível quando não temos saída. Essa era a crise dos discípulos. Qual era a saída deles? O que eles podiam fazer?
Diante da realidade da crucificação do Senhor, diante da grandeza do poder daqueles que mataram Jesus, diante da vasta capacidade de intimidação do império romano que sufocava a nação de Israel > O que é que eles podiam fazer?
Gente tão simples, tão humilde, tão sem recursos, sem influência naquela sociedade. Gente sem saída, de portas fechadas, não para que não entrassem os judeus, mas sem perceberem, para que eles mesmos não pudessem sair.
Tem gente vivendo crise assim! Tá na crise e não sabe como sair! Há poucos dias uma pessoa me procurou, expôs seu problema e declarou: — Pastor, não sei o que fazer!
Essa é declaração de quem não tem saída, de quem está de portas trancadas, de quem está procurando evitar que o perigo entre, mas sem perceber que NÃO pode sair.
Aquela pessoa queria uma solução, queria que uma porta fosse aberta. Mas ela se trancou de tal maneira, que não sabia mais abrir. Era tanto o seu medo, era tanta a sua fuga, que ela se trancou de uma maneira que não abria mais.
Era como se aquela pessoa tivesse perdido a chave, ou como se a fechadura estivesse emperrada. Terrível.
Ali estavam os discípulos, em crise. Na crise dos sem saída. Quem sabe essa é a sua crise hoje? Quem sabe você olha a sua volta e não vê uma janela? Você não vê uma fresta, você não vê coisa alguma! Não tem para onde ir e não sabe o que fazer.
E não sabe com quem contar, porque tem medo de tudo e de todos e desconfia de tudo e de todos.
Porque, quem sabe, você foi enganado durante muito tempo. É como aqueles homens pareciam estar. Eles se sentiam enganados por Jesus.
Jesus que lhes acenara com tanto, e agora se revelava morto. Reparem, não era esse o desanimo dos discípulos no caminho de Emaús, quando Jesus caminhou ao lado deles?
Naquela ocasião, o que eles disseram ao Cristo Ressurreto, que eles não haviam conseguido identificar? Eles disseram: — Mas nós pensávamos que Ele haveria de redimir Israel. Nós pensávamos, que ele ia nos transformar numa realidade maravilhosa. E agora Ele está morto!
Fomos enganados por esse homem! É verdade que Ele manifestou muito poder. É verdade, que Ele sinalizou com uma capacidade extraordinária de realizar. Mas Ele agora está morto!
Assim estavam os discípulos! Ainda que eles tivessem ouvido a noticia das mulheres, que descobriram no túmulo que Cristo havia ressuscitado.
Quem sabe você não se sente assim! Como quem foi enganado! E aí, para não ser enganado mais, você se tranca. E ninguém entra, mas também você não sai.
Nesse texto, às vezes isso escapa a muita gente! Estava tudo trancado para não entrar. Mas eles não percebem que também não podiam sair.
Porque o medo é assim mesmo, o medo imobiliza, o medo exclui, o medo faz as pessoas solitárias. O medo engessa as pessoas!
A não ser que o medo se transforme em força realizadora. SIM! Porque o medo algumas vezes também faz isso. Tem um filme que passou na TV > “Beijos que matam”.
Esse filme falava de um maníaco sexual, que prendia mulheres num lugar deserto. Um lugar aparentemente sem saída, e elas com tanto medo nada faziam, e obedeciam cegamente as ordens do homem. Até que uma das mulheres, movida pelo medo, resolveu fugir...
Portanto, não se preocupe tanto com seu medo. Preocupe-se com aquilo que você faz do seu medo. Porque o medo não é de todo ruim, não!
O medo que imobiliza é também o medo que faz andar. O medo que engessa, pode ser o medo que liberta. Porque foi assim com os discípulos.
Reparem, eles ali imobilizados pelo medo, aí chega Jesus. Não se sabe como! O texto não diz. Provavelmente, na sua realidade de ressurreto, o Senhor passou pela porta trancada.
Não sei! O texto não diz. Só diz que Ele estava ressurreto. Uma realidade física nova. Uma realidade que nós um dia experimentaremos. E essa realidade física pode ultrapassar as paredes de uma casa, não sei!
Ou quem sabe, Jesus já estava lá? E eles não o tinham identificado. Porque no caminho de Emaús, Jesus caminhou com eles, e eles não reconheceram Jesus.
Quem sabe Jesus já estava dentro da casa e eles não viram. Só depois que Ele lhes mostrou - como diz o texto no v.20 – as mãos e o lado. Leiam com cuidado!
Estou apenas levantando hipóteses, não estou afirmando. Mas a verdade é que lá estava o Senhor Jesus a lhes dizer o quê? Qual é a primeira palavra de Jesus? (v.19 e 21) Paz! Paz seja convosco!
O que é isso? Você poderia imediatamente responder que Jesus está dizendo uma saudação. No oriente era assim! E ainda é! Paz, Shalon! Mas Jesus diz isso duas vezes. Já havia chegado, já havia saudado.
— Paz seja convosco! — É isso que Ele veio restabelecer. A paz que seus discípulos haviam perdido. Jesus veio restabelecer a PAZ naqueles homens. Mas sabem por quê?
Porque aqueles que lá estavam dentro da casa somente tinham retido o que era concreto, na palavra de Jesus. — Eu vou morrer! — Não foi isto que Ele disse. E Ele estava morto para os discípulos.
Era disso que eles sabiam, era isso que eles conheciam, essa era a realidade imediata, concreta, palpável dos discípulos. Eles haviam perdido a totalidade da palavra de Jesus — Vou morrer, mas ao terceiro dia ressuscitarei. — Essa parte final eles esqueceram.
Ainda que as mulheres tivessem vindo e tivesse dito — Olha Ele ressuscitou, e vai adiante de vocês! — Ainda que o próprio Senhor Jesus com tanto sinais de poder e força tivesse afirmado: — Eu ressuscitarei e estarei convosco até o fim.
Ainda assim essa palavra havia se perdido neles. Só lhe restava o que era concreto; a morte do seu mestre. E não é isso que geralmente nos resta?
Porque é que muita gente não traz o dizimo? Ou todo mundo traz? Acho que não. Por que é que há pessoas que não trazem os seus dízimos com fidelidade.
Sabem por que? Porque só conhecem metade da palavra. E trabalham com aquilo que é concreto, que é imediato, que é palpável, com as suas contas e seus saldos.
Não percebem aquilo que ainda virá. A providencia, o cuidado, o amor, a prosperidade. É só isso. Essas pessoas trabalham com o que têm, não com aquilo que podem ter.
Trabalham com aquilo que é, não com aquilo que pode vir a ser. Os discípulos trabalhavam com a realidade do Cristo morto. Ou seja, não tinham mais a consciência do Cristo que haveria de ressuscitar. E ressuscitado Jesus ali estava.
Não é essa a natureza da nossa fé? — A fé é a certeza das coisas se esperam e a firme convicção de fatos que se não vêem (Hb 11.1).
A fé não se faz nas coisas que são, mas sobretudo nas coisas que serão. Se não, não é fé. Não! Eu trago o dizimo, porque eu não faço as minhas contas para isso, faço para outras coisas.
Eu trago o dízimo porque Deus há de repor o que trago e multiplicado. Ele diz em Ml 3 — Eu abrirei as portas dos céus e derramarei sobre vós bênçãos sem medida.
Ali estavam os discípulos em crise, não por causa dos Judeus que os ameaçavam, mas por causa deles mesmos. Porque tinham perdido a totalidade da palavra de Jesus, viviam somente da metade da Palavra.
“Eu morrerei!” Essa era a metade deles. Mas Jesus veio trazer a outra metade para recompor a totalidade da palavra e disse (v.20) — Aqui Estou, Ressurreto, vejam as Minhas mãos, olhem o Meu lado.
Em nada eles eram diferentes de Tomé. Porque não acreditaram no testemunho das mulheres, assim como Tomé não acreditou no testemunho deles. Só depois que Jesus chegou e lhes revelou a realidade de seu corpo ressurreto, trazendo as marcas do seu sacrifício.
O que é que você tem nas mãos hoje, de concreto? A sua enfermidade? A sua preocupação financeira? Os seus anseios ainda não atendidos? As suas dores, as suas inquietações, somente isso? Então você só tem a metade.
Você está em crise, você está trancado? Ninguém entra, mas também você não sai! É preciso ouvir a voz de Jesus, que recompõe a inteireza das coisas e diz: — Paz seja convosco.
Porque não há Paz na crise. Aquilo que vocês esperavam que fosse já é. O saldo que ainda não se recompôs, já está recomposto. O anseio ainda não atendido, já está atendido.
Porque não há porta fechada, parede por mais grossa que seja, que impeça a minha chegada. Porque, na verdade, já estou no meio de vocês!
Eu prefiro até pensar que esta hipótese é melhor. Porque não é assim? Deus está conosco sempre. Porque, no dia que eu fechar a porta, Ele já está lá dentro comigo. E ainda bem!
E o Senhor Jesus está me dizendo o tempo todo: Paz seja contigo! Paz seja contigo! Abre a porta! E ele diz aos discípulos (v.21) — Assim como o Pai Me enviou, Eu também vos envio.
Não é aqui dentro, é lá fora. Não é na solidão da sua vida, mas é na comunhão de todos a sua volta. Não é no imobilismo da sua fé, mas é na dinâmica das suas convicções.
Onde é que você está? Trancadinho? Todo protegido, que bom? Só que você não sai. Tem que sair, mas não é sair de qualquer jeito. Não é sair decepcionado, como eles estavam. Não é sair sem a certeza.
Mas é sair na confiança que esta palavra de Jesus nos traz. — Paz seja convosco! — E o que será já é. E o que virá, já veio. O que ressuscitará, já ressuscitou.
Deus abençoe você. Deus abençoe a Primeirona. Amem!

segunda-feira

A Torcida Que Fumega e a Cana Quebrada

A palavra de Deus sempre nos faz muito bem, sempre nos alimenta, nos dá ânimo para prosseguir na caminha da vida cristã. Então, abram as suas Bíblias, no Evangelho de Mateus, capítulo 12, e vamos, portanto, nos alimentar.
Mt 12.14-21 — Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida. 15 Mas Jesus, sabendo disto, afastou-se dali. Muitos o seguiram, e a todos ele curou, 16 advertindo-lhes, porém, que o não expusessem à publicidade, 17 para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta Isaías: 18 Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios. 19 Não contenderá, nem gritará, nem alguém ouvirá nas praças a sua voz. 20 Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo. 21 E, no seu nome, esperarão os gentios.
Jesus havia acabado de curar um homem na Sinagoga, no dia de sábado, o que pela lei lhe era proibido fazer. Pela lei dos fariseus, o espírito de observância do dia do descanso havia sido modificado.
Eles transformaram o sábado em um tempo de absoluta impossibilidade, um tempo de nada se poder fazer. Mas foi na Sinagoga, num dia de sábado, que Jesus curou o homem da mão ressequida.
E diz o texto, no v.14, que os fariseus conspiravam contra Jesus em como lhe tirariam a vida.
Ainda que a lei dos fariseus determinasse que quem violasse o sábado deveria ser executado, na verdade, eles não estavam tão interessados assim na lei.
Eles queriam tirar a vida de Jesus por um motivo velado, um motivo encoberto, um motivo ainda não declarado > o ciúme.
Por quê? Porque Jesus vinha, pouco a pouco, ganhando tanto prestígio entre o povo, ganhando tanta notoriedade, que tirava dos fariseus a admiração que o povo nutria por eles.
E, é claro que isto despertou um sentimento ruim naqueles homens. Não lhes interessava que Jesus crescesse em popularidade.
Assim, a vaidade moveu o coração deles, ao ponto e por pretexto da lei, buscarem executar aquele homem chamado Jesus que, aos poucos, crescia, diante dos olhos da nação.
Mas, diz o texto que acabamos de ler, v.15, que Jesus, sabendo disto, que eles procuravam matá-lo, afastou-se dali, retirou-se de perto, evitou o confronto.
E Mateus nos traz à lembrança a palavra do profeta Isaías, que dizia (v.18-20) — Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios. Não contenderá, nem gritará, nem alguém ouvirá nas praças a sua voz. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo...
Mateus está lembrando a palavra do profeta para definir a figura de Jesus, porque a profecia de Isaías apontava para o Messias que haveria de vir.
A palavra do profeta Isaías caracteriza aquele que dos céus chegaria para redimir a nação de Israel. E Mateus traz à nossa lembrança a palavra do profeta.
Pra quê? Com qual finalidade? Para dizer, a quem pudesse ler, depois, que aquele Jesus, ainda pouco conhecido, mas já muito popular, embora não conhecessem a sua figura como um todo, que esse Jesus era o Messias, era o enviado da parte de Deus. Era o próprio Deus encarnado.
Essa mesma palavra, lembrada por Mateus, é a palavra registrada no Evangelho, por ocasião do batismo de Jesus. Lembram? Quando Jesus foi batizado por João Batista?
Diz o texto de Lc 3:22 que o céu se abriu e o Espírito de Deus, como uma pomba, desceu sobre Jesus e ouviu-se uma voz do céu que disse: — Este é meu filho amado, em quem a minha alma se compraz.
É a mesma palavra. É a mesma palavra que Mateus vai registrar no monte da transfiguração, quando Jesus aparece resplandecente diante de Pedro, Tiago e João, tendo ao seu lado, Moisés e Elias.
Ali mesmo, eles ouvem a mesma voz, que diz: — Este é meu filho amado, em quem me comprazo. — É a mesma voz...
Por isso é que Mateus traz à lembrança > Para dizer que esse Jesus, de quem pretendiam tirar a vida, não era um homem qualquer, mas era o Messias prometido, o Filho de Deus, o unigênito do Pai, o Deus encarnado, a divindade entre os homens.
É muito importante perceber isso nesse texto. Esse Deus, distinguido pela profecia, reconhecido no Registro Sagrado, traz, em si, e revelado no texto, uma série de atributos.
Reparem. Em 1º lugar - Esse Deus, esse Jesus, esse Messias prometido, essa divindade encarnada e presente entre os homens, é livre no seu agir.
Porque, reparem, na leitura cuidadosa, entendemos o seguinte. Eles procuravam tirar a vida de Jesus, não só porque ele havia violado o sábado, mas, sobretudo, por inveja pela crescente popularidade de Jesus.
Mas Jesus, sabendo disso, afastou-se dali. Entretanto, vejam o que diz o texto: — Muitos o seguiram e a todos ele curou.
Reparem! A ameaça dos fariseus, o perigo iminente, a morte que rondava, NADA impediu o livre agir desse Deus encarnado. E ele, saindo dali, a TODOS curou, como havia curado o homem da mão ressequida.
Jesus Cristo NÃO parou de fazer o bem; não se deixou intimidar; não se abateu diante da perspectiva sombria que se aproximava dele.
Porque Deus é livre no seu agir! Nada pode definir a ação de Deus. Nada pode determinar o realizar divino. Deus age como quer, onde quer, à hora que quer.
Não, irmãos, nós não podemos mover a ação de Deus; nós NÃO podemos determinar o agir divino, nem os nossos méritos podem fazer isso, porque não temos nenhum...
Deus age em liberdade. Por isso é que Jesus sai dali e cura a todos que o seguiram. Mesmo ameaçado. A história tem mostrado isso.
A história tem mostrado que, a despeito de tudo o que se possa ter feito para impedir a ação de Deus, foi tudo em vão. Nem o império romano, em toda a sua grandeza, em todo o seu esplendor, pôde inibir a ação de Deus na Igreja que nascia.
E aqueles discípulos, tão pequenos, tão insignificantes, aqueles homens tão simples, pela ação livre do Senhor, se sobrepuseram às maiores forças da Terra, naquele tempo.
A Igreja venceu. A Igreja subjugou o império romano. Porque Deus é livre no seu agir. Não podemos condicionar a ação de Deus a coisa alguma, porque Deus age como quer, onde quer, no tempo que quer.
E, isso, muitas vezes nos confunde. Isso, muitas vezes, nos surpreende. Porque, às vezes, vemos a ação de Deus em quem não esperávamos ver.
Você já ouviu essa frase? — Mas, por que Deus fez com fulano e não fez comigo? — É como se a pessoa estivesse dizendo — Eu não mereço mais? ...Eu não tenho sido muito mais merecedor do que fulano?
Isso é condicionar, é impor a Deus aquilo que não se pode. Deus age em liberdade. Guarde isso na sua mente!
Por isto é que Jesus, saindo dali, vendo a multidão que o seguia, a todos curou, mesmo sabendo, como diz o texto no v.15 — Mas Jesus, sabendo disto...
Sabendo de quê? Que estava sendo ameaçado de morte (...mesmo sabendo disto...), Ele não se importou com isto, não se deixou intimidar, não temeu a ameaça, porque os fariseus NÃO lhe podiam fazer nada, se não lhes fosse permitido.
O que eles fizeram com Jesus, a ponto de levá-lo ao calvário e ali o crucificarem, fizeram-no porque, em liberdade, na sua soberania, Deus permitiu.
Isso era o plano divino, plano para salvar os pecadores arrependidos. Os fariseus, naquele momento, não fizeram porque não eram fortes o bastante.
Enquanto não chegou a hora, não puderam por as mãos em Jesus. E ali, portanto, vai o Senhor Jesus curando livremente. Maravilhoso isso!
Deus é livre no seu agir. E, outra coisa, Ele é fiel à sua palavra. O v.17 diz — para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta...
Ou seja, o que foi dito, será feito! Se foi anunciado, será cumprido! Se foi manifesto, será concretizado! E, se o profeta de Deus disse, haverá de se cumprir.
Deus é fiel à sua palavra. O Senhor é tão fiel à sua palavra, que não pode deixá-la de cumprir. Se Deus está obrigado a alguma coisa, é a si mesmo.
Ele é livre em si mesmo, ele é livre de todas as coisas, mas por incrível que possa parecer, Deus é escravo de si mesmo. É escravo da sua própria Palavra. E isso é extraordinário!
Deus é tão fiel, que não pode deixar de cumprir o que diz. E, se Deus diz, na sua palavra que aqueles que lhe pertencem não vivem sós, porque Deus estará com eles sempre, assim será.
Isso significa que, ainda que você esteja vivendo um tempo difícil, ainda que lhe pareça que todos o abandonaram, até mesmo Deus esqueceu de você, certamente ele está com você, porque está escrito, pela boca dos que registraram o texto:
— Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos.
E, se Deus disse, assim será! Você nunca está só, ainda que lhe pareça. Deus está com você, o tempo todo, de alguma forma, no mistério da sua onipresença, que escapa ao nosso entendimento.
Aí está o Senhor! Por onde você for, lá vai o Senhor com você. Onde você pousar, lá pousará o Senhor.
Se ele diz que aos seus NÃO faltará o sustento, porque está escrito, que Deus veste a erva do campo, que Deus alimenta as aves dos céus, muito mais a nós, assim é, e nada nos faltará, ainda que assim nos pareça.
A providência do Senhor é infalível, porque Deus, livre no seu agir, é fiel à sua palavra. Você crê nisto? Crê? Que bom! Que bom! Você é bem aventurado.
Porque não existe circunstância que impeça a sua caminhada. Não existe crise que o derrube. Porque, em você, existe a certeza de uma palavra infalível.
E, se Deus diz que, em Cristo, perdoados estão os seus pecados, assim é! Não para que você viva pecando, mas para que você não sofra pela culpa de seu pecado e se castigue em penitências sem fim.
Descanse no perdão divino, infalível. Repouse a sua cabeça no travesseiro, lembre-se da sua transgressão, mas não perca o sono por ela.
Arrependa-se e descanse. E, na apropriação desse perdão, você encontrará todas as condições para não transgredir mais. É isso! Que coisa maravilhosa!
E, se Deus diz, pela boca dos profetas bíblicos, que você estará, para sempre, com ele no paraíso, assim será! Quando o atual tempo de vida, que Deus lhe dá aqui na terra, cessar, a eternidade será definitiva.
Aí sim, você verá Deus face a face, em Cristo Jesus, num lugar que ele prepara para você. E ninguém pode mudar isto, porque a palavra de Deus é infalível.
Não que a gente viva na expectativa do céu, apenas porque vivemos neste tempo e nesta terra. Não é isso! O nosso viver cristão não é viver alienado do presente, mas é ter a perspectiva segura da eternidade.
A eternidade num lugar extraordinário, que nem podemos imaginar. A vida cristã é viver numa relação de vida, numa relação de comunhão, numa relação de diálogo com o próprio Senhor, e numa relação de uns com os outros.
Assim será, porque o profeta disse, há muito tempo atrás, mas o tempo não invalidou a palavra e, um dia, ela se cumprirá.
Aí está, diz Mateus, o servo amado em quem a alma de Deus se compraz. É esse Jesus que querem matar. É esse Deus livre no seu agir, infalível na sua palavra e inesgotável na sua misericórdia...
Reparem, vejam o que diz o v.20 — Esse — diz o profeta — Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo.
Você sabe o que é a torcida? Alguém sabe o que é torcida, no texto? Quem sabe? Não, não é a torcida do Flamengo, não! Torcida aqui é um pavio. Era uma tira de linho.
Uma tira de linho retorcida, colocada na candeia cheia de azeite. E essa torcida, umedecida pelo azeite, tornava-se um pavio e, na medida em que ia queimando o azeite, a chama ia diminuindo e, cada vez mais e, no final do azeite, ela fumegava muito; soltava muita fumaça.
Era tempo de apagá-la, trocar a torcida. Mas o texto não diz isso. Diz que Jesus, o Messias, o filho de Deus, o Deus entre nós, que age em liberdade, cuja palavra é infalível, é um Deus inesgotável em misericórdia e, em vez de apagar a torcida, ele a reacende.
— Não apagará a torcida que fumega, nem esmagará a cana quebrada.
Ou seja, Deus não se desfaz do que ainda é. Ele não desiste do que ainda é. A cana quebrada ainda é cana. Enquanto todos pisam e esmagam, Jesus a recompõe.
Enquanto todos apagam a torcida e a trocam por outra, Jesus a reaproveita, a refaz, não a apaga, porque a sua misericórdia não é como o azeite que se esgota, mas é graça inextinguível.
Existe, portanto, alguma coisa em você que Deus ainda quer aproveitar. Há alguma coisa em você, a despeito de você parecer uma cana quebrada, que serve apenas para ser esmagada.
Ainda que você pareça uma torcida, que só produz fumaça e deve ser trocada, Deus NÃO quer esmagar você, nem apagar você, porque você ainda é cana, você ainda é torcida.
Nas mãos de Deus, tudo se renova. A cana se ergue e a torcida dá luz. O Senhor não é um Deus que desiste de você. O Senhor não é um Deus que constata que não tem mais jeito, como nós dizemos, muitas vezes, de nós e dos outros:
— Não tem mais jeito! É caso perdido! – Não é assim? — Esse é caso perdido, este é torcida fumegante; só resta apagá-lo! Este é cana quebrada; basta esmagá-lo.
Deus, não faz isso! Jesus, não faz isso! Porque a sua misericórdia dura para sempre. Deus não apagará a torcida que fumega, nem esmagará a cana quebrada.
Ao contrário. Ele restaura, ele recompõem, ele torna a fazer. Assim tem sido. Gente de quem se dizia: “Não tem jeito!” > É gente recuperada, é gente refeita, é gente recriada na graça do Cristo Jesus.
É nova criatura. E você que tem a impressão de que só sai fumaça de você mesmo. Você que tem a impressão de que em pé você nem fica mais, porque parece uma cana que se quebrou, saiba que Jesus pode fazer muito mais.
Não! Não! Ele não quer descartar você. Antes, o Senhor Jesus quer renovar você, porque há coisas em você que, nas mãos do Senhor, se renovam. Porque você é criatura Dele.
Deus é livre no seu agir, fiel à sua palavra, inesgotável em sua misericórdia. Por isso, diz o texto, no seu final, v.21 — E, no seu nome, esperarão os gentios.
Quem eram os gentios? Os que não pertenciam a Israel. Eram os “demais”; eram os “restantes”; eram “a sobra”; eram os “excluídos”; eram os “desfavorecidos”.
Esses esperarão em nome do Senhor. Você, quem sabe, excluído da saúde; quem sabe, excluído do bem-estar social; quem sabe, excluído da alegria.
Sua esperança é Jesus! Esse Jesus que age livremente, acima das circunstâncias comuns, sobre os impedimentos ordinários, cuja palavra se cumpre sempre, infalível que é, e que aproveita o que ainda existe.
Esta é a nossa esperança. Deixe-se recompor por Jesus. Deixe-se reacender por Cristo. Volte a brilhar, volte a balançar sob o vento como uma cana inteira, e que Deus abençoe você, abençoe a Primeirona, neste domingo, e por todo o tempo. Amém?

domingo

A sua vida vale a pena?

Conhecer a Bíblia Sagrada, informar-se da história que ela conta, é saber a respeito de um homem que deixou o seu nome gravado neste livro, de maneira muito significativa.
Estou me referindo a Saulo de Tarso, posteriormente chamado pelo próprio Senhor Jesus, de Paulo, o apóstolo. Paulo foi um homem que prestou serviços relevantes ao cristianismo, teve um ministério inesquecível, e deixou escritas palavras que valem a pena conhecer e estudar.
Mas, se pudéssemos, em poucas palavras, resumir a vida do apóstolo Paulo, não seriamos tão bem sucedidos quanto ele mesmo foi, ao falar, em poucos versículos, daquilo que foi a sua existência e o seu ministério.
Nós podemos conferir isso, abrindo as nossas Bíblia, na Segunda carta que o próprio apóstolo escreveu a seu companheiro e discípulo de ministério pastoral, Timóteo. 2 Timóteo 4.6–8
Se você perceber que tem alguém do seu lado com dificuldade de encontrar o texto, ajude se puder. Todos encontraram? Vamos ficar de pé, para ler o que diz esse homem extraordinário:
2Tm 4.6–8 — Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. 7 Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. 8 Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.
Nesses versículos, o apóstolo resume a sua existência e o seu ministério. E isso num tempo não de velhice avançada, mas num tempo de cansaço e de consciência de que sua existência estava terminando.
Paulo diz isso, na sensibilidade que possuía, na intimidade que ele mantinha com Deus, e esse mesmo Deus já lhe plantava no coração essa certeza de que seu tempo de vida estava por se encerrar.
Por isso ele diz: — quanto a mim, estou já sendo oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. O tempo da minha morte se aproxima.
E ele fala, então, do que foi a sua vida. Resume a sua vida no v.7 — Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
Ah! Se você pudesse dizer, de você mesmo, o que Paulo fala de si mesmo, sua vida teria valido muito a pena. E reparem que a primeira coisa que o apostolo destaca, é que a vida para ele foi um combate.
Foi um tempo de luta, foi uma oportunidade de muitos desafios a vencer. Paulo viveu a vida intensamente, e na sua existência, que não foi tão longa, enfrentou profundas dificuldades, intensas perseguições.
Paulo foi abandonado por muita pessoas, sentiu-se sozinho muitas vezes, foi encarcerado. Tudo isto por amor ao evangelho. Por amor a seu grande Mestre e Senhor, Jesus Cristo.
E a vida só tem significado, quando ela pode ser qualificada como combate. Como um tempo de lutas, como um tempo de desafios a vencer.
Quem não tem combate a travar; quem não tem desafio a enfrentar; efetivamente não faz de sua vida algo significativo e que valha a pena.
Porque são as lutas, são as adversidades, são as tribulações que nos fazem crescer. Tudo que se opõe à nossa caminhada, quando enfrentado com coragem, e na certeza de que Deus está no comando, tudo isto faz e promove um grande crescimento nas nossas vidas.
Triste daquele que não tem nada a enfrentar. Esse homem, Paulo, esse extraordinário apóstolo, a despeito de toda a sua cultura, que era inteirado da filosofia grega, que falava várias línguas, como ele mesmo diz, em suas cartas...
Esse homem, destacado no ambiente religioso de seu povo, não abriu mão das lutas que Deus colocou diante dele. Ao contrário, ele enfrentou todas as lutas, com fé, com perseverança, na certeza de que Deus estava com ele.
Por isso, ao final ele fala: — combati o bom combate. — Isso é extraordinário neste homem. Ele teve lutas, enfrentou adversidades, sofreu muitas perseguições, experimentou a cela de uma prisão, sentiu o abandono, mas de tudo isso, ele fez um bom combate.
A vida lhe foi prazerosa, mesmo diante de tudo que teve de vencer, porque ele tinha essa sensibilidade, de que as lutas o amadureciam a cada combate, de que a Graça de Deus se intensificava na sua vida.
Que coisa maravilhosa! Quando podemos enxergar a vida dessa forma, e chegar ao final dela com essa afirmação clara em nossa boca. Que a vida foi um bom combate!
Isso é extraordinário! Reparem que não é um homem que fala mal da vida, que reclama do que sofreu, que geme o tempo todo, que lança nos outros a responsabilidade pelas suas dores. Não, não e não!
Paulo só pensa que Deus lhe deu oportunidades de atingir uma maturidade que poucos conseguem. Ele enxergou todas essas oportunidades de luta, como oportunidades boas em sua vida.
E viveu a vida assim, lutando as lutas que Deus lhe apresentava. Vencendo-as todas. Ah! Se você puder chegar ao fim de seu tempo e dizer isso:
— Combati o bom combate, a vida me foi boa, a vida valeu a pena, a vida me deu tanto prazer, a vida me foi agradável, a despeito de tudo que enfrentei, durante a existência.
Porque tem gente que vive reclamando da vida. Reclama de Deus. Reclama de tudo e de todos. E lança em todos a responsabilidade por seus fracassos, em vez de produzir sucesso em si mesma.
Você conhece gente assim? Gente que não percebe que as lutas são excelentes oportunidades de fazer da vida um bom combate?
Gosto das lutas que enfrento. Já enfrentei muitas batalhas nessa vida. Muitas, de todos os tipos. Lutas de natureza financeira, de natureza familiar, de natureza profissional, de natureza pastoral, muitas lutas.
Algumas vezes parecia que eu estava sozinho no meio de tudo, mas não reclamo das lutas que Deus me permitiu lutar. E quando olho pra trás, vejo que lutei todas e venci todas.
É por isso que a vida me é agradável. Por isso é que entendo e interpreto esta palavra de Paulo, na intensidade que ela propõe. — Combati o bom combate! Que palavra extraordinária, de um homem tão sofrido.
Que palavra inspirativa, estimulante, para tanta gente que ao primeiro revés, desanima, e desiste. Que você possa dizer a mesma coisa, resumindo a sua existência — Combati o bom combate.
E Paulo vai mais além e diz: — completei a carreira. — Paulo tinha um propósito, porque carreira só tem, quem estabelece objetivos na vida.
Carreira só possui, quem tem projetos, porque quem não tem, anda sem rumo, não sabe para onde vai, não dirige os seus passos, não concentra suas energias naquilo que se propõe fazer.
Por isso é que existe tanta gente que se desgasta, se perde na caminhada, porque não tem carreira. Não, este homem tinha propósito em sua vida, e ao final do seu tempo ele pode dizer isso:
— Completei a carreira, cumpri o meu ministério, tratei de tudo que veio as minhas mãos, zelei por tudo, me lancei por inteiro naquilo em que minha alma estava.
Coisa extraordinária! É bom conhecer e conviver com gente que tem carreira, que tem projeto, seja qual for. É fundamental ter objetivo na vida.
Isso serve muito para os jovens. Porque os jovens vivem na impressão de que são imortais. Eu já fui jovem e sei disso. O tempo da partida é ainda algo muito distante.
E parece que não vai chegar nunca. O jovem tem essa impressão de imortalidade. O tempo não conta. Não é assim? É assim Mayra? Ou não?
Você tem a impressão de que não vai morrer nunca. E nem pensa nisso. Eu já estou começando a pensar porque estou mais perto de ser chamado para a glória.
Mas eu já fui jovem, eu achava que morte era algo que só existia filosoficamente. Por isso muitos jovens não têm carreira. Muitos jovens não têm propósito e gastam o seu tempo naquilo que não constrói, naquilo que não garante futuro, e não dão valor a essa palavra, palavra de quem, ao final, pode dizer: completei a carreira.
Eu estou dizendo isso a igreja porque, se o meu tempo chegar agora, eu posso dizer: — completei a carreira. A vida me foi agradável, combati o bom combate.
Todas as dificuldades promoveram meu crescimento, todas elas enriqueceram a minha alma. Em todas, eu me tornei maior e completei a carreira. Cumpri o meu ministério.
Olho para trás e vejo, os rebanhos que pastoreei pela misericórdia de Deus, os frutos de vidas convertidas, que pela ação do Espírito Santo em mim, eu posso colher. Os frutos de casamentos que celebrei. Os frutos de vidas que ajudei a transformar com as pregações que Deus colocou na minha boca.
Assim, se Deus me chamar agora, eu vou em paz. E posso, com toda humildade, mas com plena convicção dizer: — combati o bom combate e completei a carreira.
Portanto, para mim, ainda que eu tenha gosto imenso pela vida, e tenho dito isso, gostaria de viver até a volta do Senhor, e até espero que demore. A verdade é que, seja qual for o tempo, minha carreira está completada.
E se eu tiver que ir para minha casa hoje. Se Deus me disser: — Meu servo, como disse a Paulo, chega. Chega! Vai pra casa! — Eu vou, dizendo a mesma coisa. Completei a carreira!
São sessenta e seis anos! Estou falando isso não sei nem porque. Eu agora dei para falar isso. Acho que, quando a gente chega nessa idade, tem que falar mesmo. É ou não é?
Porque tem tanta gente que morre muito mais cedo, ou então fica impossibilitado de fazer muita coisa. Mas aos sessenta e seis anos, depois de 34 anos de trabalho na Força Aérea, meu único emprego, com 7 anos como pastor presbiteriano, já trabalhei muito, e continuo trabalhando e também me sinto cheio de vigor.
O que eu quero dizer, não é que estou cansado e desanimado. Ao contrario. Estou querendo dizer que, se Deus me disser hoje ainda: — Enquanto você tem vigor, vá para casa, vá descansar, vá aproveitar o seu fim de semana, que você não tem a muito tempo. Vá viajar, livre-se das obrigações em quanto você tem vigor.
Mas isso é Deus que tem que me dizer. Portanto, se o Senhor disser que é a hora, eu direi como Paulo: — Combati o bom combate! A vida me valeu a pena, com toda a sua adversidade! Completei a carreira. O que Deus colocou em minha mão para fazer, eu fiz.
E aí Paulo termina: — Guardei a fé. — Isso é fantástico! Quando ele diz, guardei a fé, não é uma afirmação apenas teológica, ou religiosa. Não, é mais do que isso.
Guardar a fé, NÃO É confessar que Jesus é o único e suficiente salvador até o fim. Não é só isso, porque a fé é muito mais do que isso.
O que Paulo está dizendo é que depois de tudo o que viveu, depois de tudo o que passou, depois das dificuldades que enfrentou, e não foram poucas...
Depois de ter a consciência de que completou o seu ministério, ele guardou todos os valores dessa fé. Não negociou um valor sequer!
E essa palavra chega tão relevante a nós nos dias de hoje, nós que vivemos tempos de valores que se perdem, de padrões que são abandonados, de negócios escusos, de tratos ilícitos, de gente que vende a sua moral.
Como será o futuro do nosso país? Gente com tanto poder, e nenhum coração, gente - a igreja conhece – que compra e que vende a moral da nação. É só ver a TV e ler os jornais. Daniel Dantas, Celso Pita, Nahji Nahas...
Paulo não, nem preso ele negociou os seus princípios, os valores dessa fé que aprendeu na comunhão com o Senhor. Princípios que ele publicou em suas cartas, não abrindo mão de nada.
Não houve ameaça que o intimidasse. Não fez barganhas, foi digno até o fim. Isso é uma coisa muito séria! Não negociar princípios, não vender valores!
É isso o que ele diz — Guardei a fé. — Muitas vezes fui tentado. Os irmãos não tem idéia! Palavras, sugestões... Não! Em troca dos valores da fé nunca. Nunca, nem por salário.
A Primeirona, como todos sabem, não tem condições, ainda, de prover o sustento do pastor. Mas eu não reclamo disso. Deus me deu meios de sobreviver. Não se negocia o ministério!
Não se negocia os princípios da fé! Não se negocia os valores que Deus planta em nossas almas. Por isto é que Paulo diz: —guardei a fé.
Esse mundo tem grandes propostas em troca dos princípios. Princípios que estão plantados no coração de vocês, jovens. Mas façam da vida um combate, mas que seja um bom combate.
Não reclamem das lutas, aproveitem as lutas para crescer. Estabeleçam propósito, tenham uma carreira. E guardem a fé.
E Paulo conclui, no v.8 — por causa disso, já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz me dará naquele dia.
Essa é a visão da esperança de alguém que viveu na realidade, não alienada dela, não numa visão mística da vida, mas na objetividade das suas lutas.
Alguém que não perdeu aquilo que o cercava, não tirou o pé do chão, não vivia num êxtase, mas nunca perdeu a visão de tudo aquilo que está além dessa realidade em que nos encontramos. Isso não se pode perder também!
É por isto que ele fez da vida uma coisa boa, é por isso que ele completou a carreira, é por isso que não negociou os seus princípios.
Porque podia ver além de tudo isso, a coroa da vida. Ele podia contemplar a eternidade e ansiava por isso. Por isso a morte não lhe foi assustadora.
E quando sua alma percebeu o tempo que chegava, não se entregou nem se desesperou. Avaliou a sua existência e olhou a recompensa. — A coroa da justiça, que me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia.
Ah! Essa ninguém pode tirar de mim. Ninguém! Por isso é que se Deus me chamar hoje, não para me levar para eternidade necessariamente, mas para me levar pra casa. Eu direi assim: —Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
Mas uma coroa incorruptível e eterna está reservada para minha cabeça, e eu viverei para sempre, com o meu Senhor e com todos aqueles que amam a sua vinda.
Deus abençoe a igreja! Deus abençoe você, nesta caminhada! Caminhada que para os jovens ainda será muito longa. Amém!

A Santificação da Igreja

Ef 5.22-30 — As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; 23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. 25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. 28 Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. 29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; 30 porque somos membros do seu corpo.
No texto que acabamos de ler, estão as instruções do apóstolo Paulo aos Efésios, a respeito das suas relações conjugais. Mas, irmãos, não é sobre isso que vamos falar.
Queremos fazer uma reflexão sobre outra relação, da qual o apóstolo se utiliza para instruir a Igreja de Éfeso. É a relação de Cristo com a sua Igreja.
Devemos meditar um pouco, nesta noite, sobre esta realidade em que vivemos e que nos define: A Igreja do Senhor Jesus. É claro que não existe tempo suficiente para esgotar este tema.
Teremos que fazer, portanto, apenas breves observações sobre esse assunto, sobre a realidade da Igreja na sua relação com o Jesus, que é o Senhor da Igreja, o Cabeça da Igreja, o Comandante da Igreja.
No texto que lemos, uma coisa fica clara: A Igreja é o objeto do amor de Jesus. E o apostolo diz, no v 25: — Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
O Senhor Jesus não se entregou por outra pessoa. Ele não se entregou por uma outra realidade que não seja a Igreja. Foi pela Igreja que Ele se entregou. Foi pela Igreja que ele se deixou crucificar. Por amor à Igreja.
Isso é extremamente consolador para todos nós. Porque, se somos Igreja de Jesus, somos objeto do seu amor. Isso nos privilegia, isso nos distingue, isso nos faz diferentes de tudo e de todos.
Quem se torna Igreja de Jesus, se integra, se conforma ao objeto único, especial, do seu grande amor.
Deus, em Cristo Jesus, não se entregou pela natureza que ele mesmo criou, porque ele a preserva, apesar de todos os nossos descaminhos ecológicos...
Não! Cristo se entregou na cruz, pela Igreja! É isso que o apóstolo está dizendo: — Que Cristo amou a Igreja de tal maneira que por ela se entregou.
Ou seja, Ele se entregou por você, por mim, pelo Pb Cícero, pela irmã Gilza, enfim por cada um de nós que integramos essa realidade maravilhosa, que é o Corpo de Jesus, a Igreja de Cristo.
A primeira verdade que encontramos nesse texto é essa: Você é o objeto exclusivo do amor de Deus em Cristo Jesus. Um amor tão grande que impôs o sacrifício da vida do próprio Senhor Jesus.
Mas, se isto é verdade, e é. Verdade incontestável, sem dubiedades, sem duplas ou triplas interpretações, cabe, então, uma pergunta à Igreja nesta noite:
— O que é que, na Igreja, promoveu esse amor de Jesus por ela?
Esta é a pergunta que vai possibilitar a nossa meditação. O que é que havia... ou o que existe, na Igreja, para provocar um amor assim?
Porque, reparem, não é um amor qualquer, mas um amor sacrificial, um amor que leva à morte; um amor que se entrega inteiramente.
O que foi que promoveu esse amor em Cristo? Você tem resposta pra isso? Eu vou dificultar, ainda mais, a sua reflexão.
Por que essa Igreja, que Cristo amou, a ponto de morrer por ela, — e não se esqueça, isso está nos evangelhos — é a Igreja que, no jardim do Getsêmani, dormiu?
Estão lembrados? Jesus levou consigo os discípulos e adiantou-se com Pedro, Tiago e João e pediu-lhes: — Fiquem aqui orando por mim, enquanto estarei ali, sozinho, falando com meu Pai que está nos céus.
E lá ficaram os três, e adiantou-se Jesus e, na solidão de si mesmo, angustiou-se até a morte, na antevisão da cruz. E o que é que nos conta o evangelho?
Conta que, quando Jesus voltou, encontrou Pedro, Tiago e João... dormindo. É essa a Igreja que Cristo amou até à morte.
Uma Igreja cansada, sonolenta e insensível. Uma Igreja que não percebeu a angústia do Senhor Jesus. Uma Igreja que não se deu conta da sua dor antecipada.
Essa Igreja Cristo amou e, ao terminar o seu momento de angústia e sofrimento, Jesus deixa o Getsêmani, levando consigo Pedro, Tiago e João.
Ele os amou assim mesmo. Não, Jesus não os deixou lá. Ele os trouxe consigo, porque os amou, apesar do seu cansaço; apesar do seu sono; apesar da sua insensibilidade. Cristo os amou e os levou de volta consigo.
O que é que Cristo viu nessa Igreja para a amar tanto? Uma Igreja que o traiu por trinta moedas. Estão lembrados?
Uma Igreja que, enquanto Jesus partia o Pão Eucarístico, instituindo a Santa Ceia, Judas Iscariotes, no seu coração, já entregava Jesus ao que queriam prendê-lo.
Não foi assim? É essa Igreja. Mas Cristo amou essa Igreja e Cristo amou Judas Iscariotes ali mesmo, e Cristo chamou Judas de amigo.
Essa Igreja, que não lhe dava motivo algum para a amar, Cristo a amou. E amou tanto, que a Si mesmo se entregou por ela.
Uma Igreja que o negou três vezes, antes que o galo cantasse. Estão lembrados?
Enquanto Jesus, sozinho, enfrentava os seus acusadores, confrontava aqueles que queriam executá-lo, Pedro, à distância, dizia: — Eu não conheço esse homem.
Com medo de se comprometer, com medo de ter destino igual ao de Jesus. Esse mesmo Pedro que, antes, dissera: — Vou contigo, Jesus, até à morte.
Mas, agora, diante do perigo, vendo a situação que Cristo vivia, foge da responsabilidade e, por três vezes seguidas, quando perguntaram: — Tu não és deste homem?
Ele diz: — Nunca o vi; nem sei quem é.
Mas Cristo amou Pedro. Amou tanto que o distinguiu com o Ministério Pastoral: — Pedro, apascenta o meu rebanho.
Ou seja, Jesus amou tanto a Pedro, aquele que o negara, que lhe confiou o privilégio do pastorado.
Uma Igreja que, na hora de escolher a quem libertar, diante do julgamento de Jesus, na festa da Páscoa, quando era hábito libertar um prisioneiro, por escolha do povo, essa Igreja escolheu Barrabás e deixou que o Cristo fosse executado.
Essa mesma multidão que o acolheu na chegada à Jerusalém, agora dizia, respondendo à pergunta de Pilatos: “Mas quem vocês desejam que eu solte?”
“Barrabás!” E, perguntou Pilatos outra vez: “O que eu faço com esse Jesus, o nazareno?” O que é que disse a multidão? “Crucifica-o!”
Essa foi a Igreja que Cristo amou, a ponto de se entregar por ela e, tanto que, no alto da cruz, olhando essa mesma multidão que o trocara por Barrabás, Ele pede ao Pai: — Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.
Essa é a Igreja que não dava motivo algum a Jesus para um amor assim, tão intenso, tão imenso, tão definitivo e tão sacrificial. O que é que o Cristo viu nessa igreja?
Já perguntei isso! Todavia, é bom você se perguntar a você mesmo, porque você é, exatamente, isso. Você é essa Igreja. De uma forma ou de outra, você está aqui,
E Cristo ama você e por você também morreu na cruz do Calvário. Você... e você sabe, que algumas vezes pode ter dormido no jardim, insensível ao sacrifício de Jesus por você.
E você sabe que, muitas vezes, não cuidou de sua vida devocional; não insistiu na oração e se deixou vencer pelo cansaço, pelo sono e adormeceu na sua fé, como Pedro, Tiago e João no Getsêmani.
Quem sabe, você não o traiu por algumas moedas, cuidando de seus próprios interesses, e não pensou no interesse do Reino de Deus?
Quem sabe? Você sabe! Ou, quem sabe, você já não o negou algumas vezes, para não se comprometer com os outros, sem assumir com integridade, com coragem, a sua fé em todos os ambientes em que você convive?
— É melhor dizer que não sou crente, ou ficar calado, porque aí, ninguém me cobra.
Quem sabe? Ou, quem sabe, você tem trocado o nome de Jesus por outro nome, na confusão das multidões que gritam outros nomes?
A moda agora é gritar e proclamar Barack Hussein Obama!
Você é essa Igreja! Mas, Cristo amou e ama essa Igreja. Cristo amou e ama você e, por você, se entregou à morte e morte de cruz!
Que razões essa Igreja dava, e dá até hoje, para Jesus a amar assim, se ela era, e é o que é? A resposta está aqui, no v.26-27, reparem:
— para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
Não! Cristo não amou a Igreja até à morte pelo que ela era, mas pelo que ela viria a ser, a partir da experiência da Igreja com esse amor infinito, esse amor incondicional de Jesus.
Porque o amor modifica, o amor constrange, o amor transforma. Jesus amou, para que a Igreja fosse o que não era. E foi isso que Cristo viu na Igreja. Não o que ela era, uma Igreja cansada, sonolenta, infiel, traidora, negadora.
Mas, Cristo viu uma Igreja que poderia se tornar uma realidade modificadora do mundo, a partir desse amor que transforma. Por isso Cristo amou até o fim, até à cruz.
E, hoje, a Igreja está aqui, santificada pela palavra e santificando-se a cada dia, na realidade de cada um.
E eu continuo me santificando na graça do Cristo que me constrangeu com esse amor que eu não podia nem compreender, mas que experimentei, por sua pura misericórdia e graça.
Ame-se você também! Não pelo que você é, ou tem sido, mas pelo que você pode ser em Cristo Jesus. Alguém misericordioso também. Alguém pronto a dar, a dividir, a distribuir.
Pronto a ser solidário, a ser companheiro, a ser tolerante, a ser liberal nos seus dízimos e nas suas ofertas.
Ame-se pelo que você pode ser, porque Cristo amou você, não pelo que você era, e você sabe o que você era e tem sido, mas pelo que você vai ser.
Deus não o redime para que você continue sendo o que tem sido, mas para que você seja alguma coisa, ou alguém que este mundo ainda não conhece.
Deus abençoe a Primeirona, Igreja do Senhor Jesus, objeto exclusivo do amor de Deus em Cristo, que por ela morreu, não pelo que ela era, mas pelo que ela haveria de ser.
Amém!!??

sábado

A Porta da Vida

Mateus7. 13-14 — Entrai pela porta estreita; larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela, 14 porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.
Com esta linguagem simbólica e simples, uma das características dos belos e divinos ensinamentos do Senhor Jesus, Ele coloca ao alcance de todas as mentes humanas uma das mais edificantes e profundas doutrinas de seu Evangelho.
Nessa forma figurada, a religião é comparada a uma porta por onde se entra e a um caminho por onde se anda. Como, porém, existem muitas portas e mais de um caminho, que conduzem a destinos diferentes, Jesus foi claro e preciso em caracterizar a única porta e o único caminho que convém à salvação e à vida do homem.
Reparem que Jesus não deixa de indicar também a porta e o caminho que podem levar o homem à perdição. E Jesus faz isso para que, por contraste, o homem possa firmar me¬lhor a sua escolha.
Num assunto dessa importância, o nosso Salvador e Redentor não iria falar numa linguagem que desse margem a uma interpretação hesitante, duvidosa ou contraditória.
Jesus compara a religião a uma porta por onde Ele aconselha a entrar aqueles que desejam vida eterna. E Ele nos faz ver, de maneira muito clara, que estão do lado de fora dessa porta todos os homens que ainda não abraçaram a religião ajustada a esse simbolismo.
Naturalmente, alguém pode pensar que, em face das muitas doutrinas religio¬sas que existem, torna-se sempre difícil determinar qual seja a verdadeira porta que conduz à vida.
Mas reparem, nem mesmo Jesus disse que isso era fácil. Entretanto, Ele apresentou um sábio crité¬rio para seguirmos quando indicou duas circunstâncias específicas dessa porta.
1a Circunstância - Uma porta estreita que conduz a um caminho de idêntica característica — Ou seja, um cami¬nho apertado. Isso ainda em contraste com uma porta larga e um caminho espa¬çoso que devem ser evitados.
2a Circunstância - Uma porta por onde entram poucas pessoas, que conduz a um caminho pouco movimentado e, também, em contraste, com uma porta por onde entram muitas pessoas, que tornam muito transitado o caminho que eles seguem.
A verdade é que estas circunstâncias concorrem para diminuir a possibilidade de encontrarmos a verdadeira porta. Mas, por outro lado, estas circunstâncias aumentam a proba¬bilidade de reconhecermos a verdadeira porta.
Nesta, como em muitas outras passagens das Escrituras Sagradas, Jesus mostrou que a sua doutrina está muito acima dos mais sábios princípios intelectuais da sua época e de todas as épocas.
Mesmo sobre o ponto de vista humano, o ensino do Senhor Jesus se adiantou de muitos séculos à velha mentalidade de seus dias.
Vemos aqui bem nítido e autenticamente estabelecido por Jesus o grande princípio, ainda hoje espezinhado, do incomparável valor moral das minorias.
Normalmente, aceitamos como verdadeira a opinião seguida ou dada pela maioria dos homens, sobre qualquer assuntos. Entretanto, o testemunho dos próprios fatos confirmam, exatamente, o contrário.
Por exemplo, não foi a minoria que morreu no dilúvio, no tempo de Noé, mas sim a maioria. Salvaram-se apenas oito pessoas, Noé, sua esposa, e seus três filhos com suas esposas.
Também não foi a minoria que pereceu na destruição de Sodoma e de Gomorra, mas sim a maioria, salvando-se apenas a família de Ló.
Não foi a minoria dos discípulos de Jesus que pediu a liberdade de Barrabás e crucificação de Jesus, mas sim a maioria do povo judeu.
E no texto que lemos, também não são muitos os que acertam com a porta estreita, mas, ao contrário, poucos acertam com a porta da vida.
Diante de tudo isso, certamente, podemos perguntar — Por que será que pela porta da salvação entram poucos, enquanto são muitos os que entram pela porta da perdição?
Será que o mérito do sacrifício de Cristo é tão limitado que não possa abranger a maioria de pessoas, ou a própria totalidade dos homens?
O caso não é absolutamente este. A porta não é estreita porque Deus a fez assim. Não, não, não... A porta se torna estreita porque não podem entrar por ela os homens com a sua bagagem de pecados e de vícios.
A porta é estreita porque os homens querem a porta com amplitude suficiente para as suas idéias extravagantes e os seus feitos pecaminosos.
Não pode haver salvação sem santificação! E isso é por demais estreito para o homem corrompido.
Cristo mesmo é a porta e, para entrar por Ele, é necessário que o homem se torne cristão. Cristão no sentido de ser um verdadeiro imitador de Cristo.
Esta circunstância não pode deixar de limitar o número dos que buscam a salvação.
Reparem ainda que só existem duas portas e dois caminhos com os seguintes destinos > salvação e perdição. Você pode escolher livremente o caminho que quer seguir. Deus não o obriga a seguir um ou outro. Você é quem escolhe.
(ilustração) Certa vez, um menino catador de papel, realizando seu trabalho diário pelas ruas da cidade, chegou a um estabelecimento muito bonito e grande, repleto de pessoas bem vestidas e ele pensou:
— Aqui deve haver muitas caixas vazias. Após o expediente voltarei para falar com o dono para pedi-las a fim de que possa vendê-las.
Quando o comércio fechou, o menino voltou à loja e viu um senhor muito bem vestido na porta despedindo-se dos visitantes. Aproximando-se, disse:
— Senhor, posso falar com o dono da loja?
— Sou eu mesmo. O que você quer? — respondeu desconfiado o empresário.
— Gostaria de saber se o senhor poderia me dar aquelas caixas para eu vendê-las.
O empresário, raivoso, enxotou o menino aos gritos, ameaçando chamar a polícia, pois não tolerava pedintes em sua loja.
O garoto apanhou seu carrinho de papel e saiu, resignado e muito triste.
Entretanto, alguns metros adiante, ele ouviu gemidos muito fortes vindos da loja. Correu até lá e encontrou o empresário caído no chão, acometido por um enfarto.
O menino gritou por ajuda, mas ninguém o escutou. Então, desocupou seu carrinho de papel e com muita dificuldade colocou o moribundo dentro. Correu até o hospital mais próximo e a vida do empresário foi salva.
Dias depois, o menino passou em frente à loja, e o empresário foi ao seu encontro: — Meu jovem, venha cá. Hoje quero que você vá até minha casa para eu lhe agradecer pelo que fez por mim.
O menino foi recebido com um grande banquete em agradecimento. Após a sobremesa, o empresário chamou-o até um galpão enorme onde estavam iates, carros importados e outras riquezas, todas embaladas em grandes caixas. E disse ao garoto:
— Escolha o que você quiser deste galpão.
— Qualquer coisa mesmo? – perguntou-lhe o menino.
— Sim.
O menino pensou, pensou e disse... — Eu quero as caixas que estão envolvendo tudo o que está no barracão.
O empresário, não compreendeu, mas satisfez o pedido. Passados dez anos, o empresário encontrou o menino, agora um jovem bem arrumado e aparentando estar muito bem de vida.
O empresário, que havia ficado intrigado com o desejo do garoto na época, perguntou-lhe nesta oportunidade:
— Por que você não escolheu um iate, ou um carro, ou outro objeto valioso?
O menino respondeu-lhe: — Porque para o objetivo que eu tracei para a minha vida, as caixas garantiriam o meu futuro. Com elas paguei meus estudos, tornei-me diretor da empresa de reciclagem na qual trabalhava e com o curso de engenharia que concluí, desenvolvi um projeto inovador que me proporcionou o sucesso.
A maior recompensa que podemos receber é escolher apenas o necessário para conquistar o sucesso nesta vida e na visa futura.
Esta história é também uma parábola, as caixas significam a porta estreita e o caminho mais difícil. Ao contrário, os iates, os carrões, as lanchas, são a porta larga e o caminho que leva à perdição.
Quero lhes dizer também que não existe um destino intermediário, como não há uma porta intermediária, nem um caminho intermediário.
O que agrava, grandemente, o problema para os que se mostram indiferentes em matéria de escolha da religião correta é o fato de que, mesmo assim, eles têm forçosamente de fazer a sua escolha.
E isso, verdadeiramente, eles já estão fazendo - direta ou indiretamente. Mesmo porque, reparem, a não escolha de uma dessas portas resulta, consequentemente, em entrar pela porta contrária.
Ou seja, entrar é obrigatório, embora a escolha da entrada seja reconhecidamente livre > Ou você aceita a Cristo como o seu Senhor e Salvador, e com Ele a vida, ou você rejeita ao Senhor e caminha para a morte espiritual e para a perdição.
A alternativa fica com você, meu irmão...
Que Deus abençoe a Primeirona e abençoe a cada um de nós... Amém?!

quinta-feira

A palavra que ilumina

O medo é algo muito interessante! Por que digo isso? Como pode o medo ser interessante? O medo é interessante porque, às vezes, nos faz parar, nos paralisa.
Existem pessoas que, efetivamente, estacionam por puro medo. Existe, inclusive, a tal da Síndrome do Pânico, que inviabiliza a vida de muitas pessoas. O medo é assim!
O medo é algo que incomoda mesmo. O medo é algo que altera a nossa vida, que desgasta o nosso corpo, que inquieta a nossa alma.
Mas, o medo não é um privilégio dos tempos atuais, se é que podemos dizer assim. Ou melhor, o medo não é privativo do nosso tempo. O medo é uma realidade antiga, e muito antiga.
O medo faz parte da natureza humana. Natureza que se perdeu em suas transgressões e em sua desobediência. Não foi assim que Deus nos criou! Deus não nos criou para sentir medo. O medo é resultado da transgressão do ser humano, da sua desobediência, da NÃO aceitação da lei do Senhor.
E esse medo, que nós herdamos, ainda hoje nos alcança e nos domina. Quem é que, aqui ou ali, de quando em quando, não sente medo? É ou não é?
E nos dias de hoje, claro, isso está muito mais intensificado. O medo está a nossa volta! As pessoas andam sempre com medo. A gente anda pela rua com medo. Todo mundo parece suspeito. Você não sabe se a pessoa que está ao seu lado é ou não é um assaltante. Bem, mas o que fazer? Como tratar o medo? Como conviver com isso?
A Bíblia tem belas palavras de vida a respeito do medo. E nesta noite, quero trazer a meditação da igreja, algumas dessas palavras.
Vamos nos valer, agora, do Salmo 27. Vamos ficar de pé e vamos abrir as nossas Bíblias nesse Sl 27.
E você confere na leitura que passo a fazer. Sl 27.1-6 — O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei? 2 Quando malfeitores me sobrevêm para me destruir, meus opressores e inimigos, eles é que tropeçam e caem. 3 Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança. 4 Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo. 5 Pois, no dia da adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo, me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha. 6 Agora, será exaltada a minha cabeça acima dos inimigos que me cercam. No seu tabernáculo, oferecerei sacrifício de júbilo; cantarei e salmodiarei ao SENHOR.
Para definir tudo que eu já disse e para nos contextualizar na história da própria humanidade a que pertencemos, aí está o salmista declarando o seu medo. Falando do seu medo.
Aí está o Rei Davi, ameaçado de todas as formas, olhando a sua volta e percebendo os perigos que o cercavam. Aí está um homem, que tanto admiramos por sua historia, por sua fé, por seu serviço, por sua dedicação a Deus, enfim, um homem que nos surpreende com esta declaração, ainda que tão poética.
Um homem dominado pelo medo. Um homem atingido pelo medo. Porque, reparem, não importa a qualificação de quem quer que seja. Não importa a cultura, não importa saldo na conta corrente, não importa o físico, absolutamente nada importa, porque o medo se sobrepõe a tudo isso.
E de vez em quando, nos vemos também assim, nesta mesma realidade medrosa e tímida de Davi. É a realidade de um homem que nos surpreende com sua declaração. E é assim mesmo!
Você já sentiu medo? Mas não um medo qualquer. Você já sentiu aquele medo que o domina o tempo todo? Você já sentiu essa sensação ameaçadora, que é uma coisa terrível mesmo?
Nesses momentos de pânico, nós nos descobrimos assim, incapazes, pequenos, limitados. De nada valem os nossos recursos pessoais, as nossas competências intelectuais.
Nós nos descobrimos desta forma, encolhidos e medrosos. Mas o salmista que se revela aterrorizado, no exercício de toda sua experiência de vida e de fé, nos dá instruções importantes.
Reparem que logo nos primeiros versículos do salmo, que lemos, vejam lá, o que é que ele diz de cara no v.1 — O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo?
É isso mesmo! Em meio ao medo, é indispensável, que haja luz. Por que? Porque na luz, a gente vê tudo. Na luz, podemos discernir as coisas que estão à nossa volta. Reparem que é de noite que o medo cresce. Porque à noite, a luz diminui de intensidade. Reparem que as crianças têm medo de noite.
Mas não só as crianças. Tem muita gente grande, muito marmanjo que tem medo da noite. É ou não é? Eu me lembro, quando era criança, eu, meu irmão e alguns amigos, à noite ficávamos na varanda lá de casa.
A varanda era iluminada, é verdade, mas a gente não se atreviam a sair da varanda. Porque era muito escuro mesmo. Muito escuro!
Eu me lembro bem que numa noite, um vento começou a soprar e a balançar as arvores, e aí começamos ouvir barulhos, e começamos a ver figuras, e o medo foi tomando conta da garotada e envolveu alguns adultos.
Porque, reparem, o vento bate nas árvores, e faz o seu próprio barulho, o seu próprio som. E cai uma coisa aqui, e quebra um galho lá, ou um animal passa e você não identifica, porque não está acostumado com aquilo.
E aí você começa a ouvir vozes, vozes. As vozes da escuridão! E pior. Você começa a ver figuras, as sombras das árvores se agitando, e aquilo forma imagens. E todos nós ficamos assustados mesmo.
E naquele dia todos nós fomos para dentro de casa, deixamos a varanda, e fomos lá pra dentro. O medo é assim! A escuridão, que impede a visão clara de tudo que nos cerca, promove o medo.
Porque não identificamos o que está a nossa volta. É preciso ver, para desfazer o medo. Mas, agora, não estou falando de sombras, de figuras imaginárias e de sons que se atribuem a coisas que não existem.
Estou falando, agora, da escuridão que muitas vezes se implanta dentro de nós. E é aí que o medo encontra a oportunidade de que tanto precisa.
É aí que ele se intensifica, porque não vemos com clareza o que acontece dentro de nós mesmos. É isso que muitas vezes paralisa as pessoas.
O medo resultado de uma escuridão que se intensifica na alma, na mente, e no corpo da pessoa.
Certa vez conversei com uma pessoa que havia se submetido a uma cirurgia, mais ou menos simples. Mas o pós-operatório complicou-se, ela não conseguia sair do hospital, e o médico não lhe dizia exatamente o que estava acontecendo, porque o próprio médico não descobriu logo.
E essa pessoa me disse: — Pastor, eu tive medo. Eu tive medo, porque eu achei que o médico estava me escondendo alguma coisa. Eu achei que devia estar com algum tumor maligno, ou alguma coisa dessa grandeza, e o médico não queria me contar.
É isso! Esta é a escuridão que promove o medo! É não saber, na verdade, o que está acontecendo. E ficamos, então, a imaginar um mundo de coisas. A ver figuras! A ouvir sons!
Porque não discernimos o que está acontecendo, porque está tudo sombreado. Mas o salmista diz: — O Senhor é a minha luz!
Sabem o que isso significa, irmãos? O Salmista está falando da Palavra de Deus. O próprio salmista diz que a Palavra do Senhor é luz para o seu caminho. Lâmpada para os seus pés!
É a Palavra de Deus, portanto, que torna claras todas as coisas em nós. Não existe situação na vida que a Palavra de Deus não clareie. Porque a Palavra de Deus fala exatamente do que somos. Porque a Palavra de Deus se dirige ao ser humano, em todas as suas dimensões.
E como é bom contar com essa Palavra, que clareia a realidade. Quando estou com medo, em meio as minhas sombras, eu conto com a Palavra, que ilumina e torna nítida a minha realidade.
Como é bom você se conhecer. Como é bom você saber de si mesmo. Porque quem não se conhece, não sabe de si mesmo, não compreende o que acontece.
Quem não se conhece NÃO interpreta suas emoções, não percebe os seus pensamentos, e se perde em tudo isso, e tudo vai ficando escuro, e o medo chega.
A Palavra de Deus que é luz para nós, é a Palavra que nos esclarece por inteiro. Esclarece nossa mente, esclarece o nosso espírito, esclarece o nosso corpo, esclarece a nossa realidade, esclarece as nossas circunstâncias, esclarece as nossas relações.
É a palavra de Deus que nos fala de tudo isso! Por isso é fundamental conhecê-la, na leitura das escrituras, no ouvir os sermões, no estudo dominical na EBD, enfim, a Palavra é indispensável.
Porque Deus, em sua Palavra, tem respostas para todas as nossas dúvidas e indagações. A partir do momento que tudo se faz luz em mim, tudo se ilumina, o medo desaparece.
Porque eu sei o que está acontecendo. Eu compreendo o que me atinge. Eu sei que emoção é esta que prevalece agora. E aí, posso tratá-la.
Ao me conhecer, irmãos, eu conheço os outros, porque todos somos criaturas humanas. E é bom entender os outros. Este, talvez, seja o maior impedimento das boas relações. É você não conhecer os outros. E só tem um jeito de conhecer os outros, é a partir de um conhecimento de si mesmo. Por que, repare, como posso compreender o outro, se nem compreendo a mim mesmo?
Como posso tolerar o outro? Se não me tolero. Como posso conviver com o outro? Se me odeio. Como posso exigir do outro, atitudes e palavras, que não tenho?
Ah! Como é bom nos compreendermos, à luz da Palavra de Deus, e a partir daí, compreender os outros. Isto é o que viabiliza as melhores relações humanas.
Ah! Porque o fulano é isso, beltrano é aquilo! A outra pessoa está dizendo a mesma coisa de você. Antes de dizer isso, ou aquilo de alguém, pense em você mesmo.
Desfaça essa sombra que lhe tira a visão correta da sua própria realidade, à luz da Palavra de Deus. Compreenda-se à luz da Palavra. E aí você compreenderá o seu próximo, o seu irmão, o seu amigo, o seu esposo, o seu colega...
Não há ninguém que não mereça a nossa consideração. Por pior que seja a pessoa! Porque há uma história por trás de cada pessoa. Ninguém é alguma coisa sem motivo.
Ninguém chega a uma situação extrema sem uma razão. Há sempre uma justificativa. E é isso que sobressai na figura bendita de Jesus. Ele nunca condenou ninguém precipitadamente.
Quando lhe trouxeram uma mulher surpreendida em adultério, e todos pediam a sua morte, como dizia a lei, Jesus a absolveu, porque antes de cumprir a lei, Ele fez algo que ninguém pensou.
Por que foi que aquela mulher foi surpreendida em flagrante adultério? Havia uma razão para isso. Todos se apressaram em julgá-la e executá-la. Mas ninguém parou para ouvir a sua história, as razoes da sua atitude.
Não que essas razões fossem elogiáveis, nem Jesus disse isso. Mas Jesus teve o cuidado prévio de compreender a sua história. Quem sabe ela não era uma mulher carente?
Quem sabe era uma mulher a quem ninguém oferecia respeito? Quem sabe era uma mulher desprezada? Eu não sei. Então, quando olhamos para alguém, e nos apressamos em juízos, estamos envolvidos em sombras. Falta-nos a luz que clareia, não a realidade do outro, mas fundamentalmente a nossa própria realidade. E isso é que é maravilhoso!
É você ter sempre o cuidado de esperar um pouco mais para saber os motivos. Isso não é descuidar! Isso não é liberar! Não! Isso é carinho. Isso é cuidado! Isso é interesse para com a outra pessoa.
Portanto, quando houver sombras em você, e o medo chegar, pense nisso. O Senhor é a nossa luz! A sua Palavra ilumina, clareia, explicita, e nos permite ver a nossa realidade. Isso é maravilhoso!
Dedique-se um pouco mais a palavra, se você já não faz isso. Leia, medite nela, ouça os que a ensinam, preste atenção, dedique-se a reflexão na Palavra. Recolha tudo aquilo que ela tem a lhe dizer. Deixe que ela vá iluminando todo o seu ser, e vá clareando toda a sua realidade. É a Palavra de Deus! A luz! O Senhor é a minha luz, e aí, de que terei medo?
Aprenda isto! Nós temos insistido muito nisso, no estudo da palavra de Deus, na dedicação a sua leitura. Ainda que lendo a Bíblia, muitas vezes, você de pronto não a entenda.
Muita gente me diz — Pastor, eu leio mas não entendo nada. — É assim mesmo! Ou vocês pensam que os pastores entendem tudo? Estamos sempre descobrindo um pouco mais, porque é a Palavra de Deus, e por isso ela é inesgotável.
Leia! Ela é palavra viva, ela não volta vazia. Deixe que ela haja em você. Coloque-a dentro de você, e deixe que o Espírito de Deus derrame luz dentro de você.
E que Ele vá abrindo o seu entendimento, para que você se enriqueça com ela e por ela. E assim, vá desfazendo os medos de sua vida, na compreensão de você mesmo, que lhe permite uma melhor compreensão dos que vivem a sua volta.
Que Deus abençoe você, nesse esforço bendito de se iluminar com a Palavra do Senhor.
Amém!

A Bênção da Tribulação

Romanos 5:1 — Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; 2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; 4 e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. 5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. 6 Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. 8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; 11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.

Estamos vivendo um tempo litúrgico após ressurreição de Jesus. Tempo em que o Senhor redivivo se manifestou, particularmente, aos seus mais íntimos, mas também a muitas outras pessoas.
Essa é a nossa celebração nesse tempo. Mas, o tempo das aparições do Cristo ressurreto aponta para o seu retorno aos céus, de onde Ele veio para se fazer carne.
E, assim, haveria de ser. Mas, também, esse tempo aponta o retorno de Jesus para o lugar dos vivos e dos mortos, para consumar, no tempo, toda a realidade da sua obra redentora.
A parusia, ou a segunda vinda de Jesus, é a grande expectativa da Igreja. Por isso é que o apóstolo diz, no v.2, que “nós nos gloriamos na esperança da glória de Deus”...
Ou seja, na expectativa da sua volta triunfante, em todo o esplendor da sua pessoa bendita, divina, ressurreta. Nós somos um povo assim!
Com os olhos postos num futuro que há de chegar; numa eternidade que há de ser toda nossa, na presença do Senhor. Somos uma família em expectativa da glória de Deus.
Mas, muita gente vive apenas esta expectativa, apenas esta esperança da manifestação inteira da glória de Cristo Jesus, que há de voltar.
E, gente assim, é gente que vive, em parte, a beleza da sua fé em Cristo Jesus.
Eu digo “em parte”, porque é gente que se exclui da realidade presente, se aliena daquilo que é nosso, agora. E tenta se esconder nessa esperança da glória de Deus, fugindo de tudo aquilo que cerca a todos nós.
A nossa fé se fixa nessa esperança da glória de Deus, nessa expectativa segura da volta de Jesus. A nossa fé é a fé que coloca no chão os nossos pés e nos enquadra naquilo que é concreto, hoje, e nos insere na realidade em que vivemos, agora.
Não se pode viver, apenas, nessa expectativa da volta de Jesus! Não devemos, apenas, nos gloriar na esperança da glória de Deus, em Cristo Jesus.
Isso é alienação religiosa! Isso é fuga da realidade! Isso é algo frustrante! Isso imobiliza as pessoas! Isso exclui! Por esse motivo, é que o apóstolo diz, no v.3 — E não somente isso...
Perceberam a frase? Não apenas nos gloriamos na esperança da glória de Deus, mas, também nos gloriamos, nas próprias tribulações.
Aqui, o apóstolo coloca os nossos pés no chão. Ainda que tenhamos esta expectativa maravilhosa e, de fato, não podemos perdê-la.
Porque, se a nossa esperança se limitar apenas a esta vida, diz, também, o apóstolo Paulo: “somos os mais miseráveis dos homens, as mais miseráveis das mulheres”.
Não! A nossa esperança está lá, SIM. É isso que nos anima sempre. Entretanto, nós vivemos um tempo presente, real, concreto, que nos surpreende tantas vezes, e muitas dessas vezes com tribulações.
Jesus advertiu o seu povo pra isto, quando declarou: — No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.
Portanto, a nossa esperança NÃO É, apenas, a esperança da eternidade, mas é a certeza do presente, e o presente é este mesmo, ainda que tenhamos alegrias, ainda que tenhamos razões para celebrar, nós NÃO podemos evitar as tribulações que chegam.
E as tribulações chegam das mais variadas maneiras... Nas enfermidades, que sempre incomodam — não existe, é claro, enfermidade que estabeleça alegria — nas crises que se instalam, nas circunstâncias que envolvem e confundem as pessoas, nas relações pessoais, sociais, familiares, conjugais que, tantas vezes desequilibram as nossas vidas.
Esta é a nossa realidade concreta, real. Este é o nosso presente, embora tenhamos motivos de alegria e razões para celebrar. Mas vivemos o tempo das tribulações, também.
Mas é aí que o apóstolo diz: — Gloriemo-nos, também, nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança. — Isso parece um contra senso, um trem doido, como dizem os mineiros.
Isso parece um convite ao sofrimento! Mas não há aqui nenhum convite à dor! A proposta do evangelho, da Palavra de Jesus, nunca foi e nunca será um chamado ao sofrimento, mas é uma constatação de que o sofrimento faz parte da nossa existência presente.
É nesse ponto que vem o apelo do apóstolo: — Devemos nos gloriar nas tribulações. — Ainda que elas nos incomodem. E o que é “gloriar-se”? Aí é que está! A Igreja sabe o que é isto?
Estamos repetindo esta palavra desde o começo, mas você sabe o que é gloriar-se? Se você não sabe, é preciso saber... O que é gloriar-se?
Quem quer dizer? Se é que sabe! Alguém sabe? Você sabe, Cícero Antônio? Gloriar-se, é jactar-se. Ficou mais difícil, né? Jactar-se é envaidecer-se.
Pronto! (como diz o alagoano). Pronto! Vocês aprenderam! Então, nós devemos nos envaidecer, não somente na esperança da volta de Jesus, na glória de Deus, mas, também, devemos nos envaidecer, porque temos tribulações.
É contraditório isso? Não, não é! Sabem por que? Porque o apóstolo diz... Vejam lá, no v.3 “...porque a tribulação produz?... perseverança”.
A tribulação em Deus, sob a bênção de Deus, sob a orientação de Deus, é alguma coisa que nos impulsiona pra frente, porque ela produz perseverança.
Porque, quem não persevera, quem não insiste, não caminha. A perseverança não se deixa imobilizar, não pára, não estaciona, não se conforma.
A tribulação, muitas vezes, faz isso com as pessoas > Abate, de tal maneira, que a pessoa não sai do chão; não sai do seu lugar, se rende à tribulação e desiste da caminhada.
Entretanto, a tribulação, na esperança da glória de Deus, é tribulação que nos joga pra frente, porque produz perseverança e, perseverar, é insistir, é não desistir, é ir pra frente, a despeito da tribulação e a partir da tribulação!
Se a enfermidade me alcança, eu não me deixo imobilizar no leito da enfermidade. Eu vou reagir a ela, eu vou tratar o meu corpo, eu vou buscar ajuda competente, eu vou buscar auxílio em Deus, eu vou lutar contra aquilo que fere o meu corpo, que tira as minhas energias.
A tribulação produz perseverança, em Deus. A tribulação não acaba comigo. Ao contrário, ela me anima, me estimula. A tribulação me desafia ao combate.
Coisa boa! Quem persevera, caminha; quem persevera, vai adiante; quem persevera, vence a tribulação, em Deus. E tem mais, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança produz? O quê?... Experiência.
Ah, quando perseveramos em Deus, a cada tribulação temos a experiência da graça de Deus em nossa vida, da bênção de Deus sobre nós.
Porque não há tribulação que nos vença! Por isso é que Jesus diz: — No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo — Ou seja, muito mais venço a sua tribulação, que lhe parece imensa, mas que, para mim, é tão pequena!
Eu venci o mundo, eu venci a morte. Como não vencerei a sua enfermidade, a sua crise, o seu vazio, o seu anseio, o seu nervosismo, a sua depressão?
E, a cada tribulação, perseverantemente, eu vou acumulando experiência com Deus, experiência de cuidado, de bênção, de assistência e de misericórdia.
A cada uma! É isso o que fortalece a minha fé; é isso o que aprofunda a minha certeza. Por isso é que o apóstolo diz em Rm 1.17: “...de fé em fé.”
Esse é o sentido! Não são diferentes tipos de fé; são expressões diferentes da mesma fé. A cada tribulação, perseverantemente, vem uma nova experiência.
E, a cada experiência com Deus, as tribulações se tornam cada vez menores, porque eu sei que, se ele me ajudou a vencer uma, há de, certamente, fazer com que eu vença a outra.
O povo de Deus é gente confiante no cuidado de Deus. Gente que não se espanta com a tribulação. Ao contrário, reconhece a tribulação como uma circunstância desta vida, como algo inevitável.
Não há, no povo de Deus, quem não experimente tribulação, seja ela de que natureza for, é ou não é? Cada um tem as suas próprias tribulações.
Mas, a cada tribulação, quem persevera acumula novas experiências, e ter experiências com Deus é algo extraordinário! São experiências tremendas, são experiências duradouras, são experiências estimulantes.
E, a cada experiência, nós adquirimos maior esperança. E, ter esperança... ter esperança, é viver.
Por isso, é que me impressiona muito, muito mesmo, aquilo que Dante Alighieri escreveu nas portas do inferno que ele imaginou e registrou no seu livro, A Divina Comédia.
Ele diz lá: “Deixai aqui toda a esperança, vós que entrardes”. E não é isso? O inferno é isso! É não ter esperança, é ter absoluta consciência de que se está, para sempre, separado de Deus.
É ter consciência nítida de que não há resposta nem solução. Isso é inferno. Não é, propriamente, um lago ardendo em fogo. Não é um diabo, com um tridente, espetando você o dia inteiro.
É a consciente separação do Criador, do Todo Poderoso. E não dá mais como clamar “ai, meu Deus”, porque Deus não está. E as pessoas saberão que ele não está e, eternamente, não estará.
Mas nós, não! Porque temos tribulações, nós nos gloriamos nelas, não pelo gosto da dor, não pelo prazer de sofrer, mas pela oportunidade de insistir, de perseverar, de ir mais adiante, de dar mais um passo, de enfrentar o desafio.
E, a cada ato de perseverança, temos a experiência maravilhosa do cuidado divino, lance a lance. Isso é maravilhoso. Deus se pronuncia pouco a pouco.
É preciso ter sensibilidade para perceber, porque, às vezes, as nossas dores são tantas, que não percebemos as respostas de Deus que vão chegando, e vão se juntando numa solução maior.
É passo a passo! Isso não quer dizer que Deus NÃO possa resolver tudo de uma vez, mas, tantas vezes ele age assim, aos poucos, porque você, às vezes, não está pronto para a solução inteira.
Você já pensou nisso? Você já meditou sobre isso? Tem gente que quer a solução inteira, mas, às vezes, a pessoa não está pronta para a solução inteira.
Por isso é que Deus resolve, muitas vezes, por partes, aos poucos. Essas são as experiências que vão se somando e criando em nós essa esperança inabalável, não apenas na volta do Senhor, mas no seu cuidado infalível.
Cuidado que chega sempre, não falta. Deus abençoe você nesta noite! Alegre-se! Alegre-se na sua tribulação!
Essa é a oportunidade de você perseverar, de insistir, de voltar ao combate, de ir em frente para saber o que é cuidado, para saber o que é bênção, para adquirir experiência que há de consolidar sua esperança.
E, quando Jesus voltar, você estará prontinho para ser arrebatado. Porque, quem sabe, do jeito que você anda, tão desanimado, você não tem condições pessoais de se encontrar com a glória do Senhor.
Esse encontro pode ser até fatal para você. Não é interessante isso? Às vezes, a bênção de Deus nos assusta. Que a bênção de Deus não assuste você. Amém?

domingo

Toca a tua trombeta

Josué 1
Mas antes de lermos o texto, quero levar à consideração da igreja, e situar os irmãos, numa época que é marcada por acontecimentos extraordinários, e que são divisórios na história do povo judeu e também na própria história da igreja cristã.
Não podemos contar a história do povo de Deus sem falar da experiência do Êxodo. Ou seja, sem falar da experiência da saída do povo de Deus de um cativeiro prolongado.
Um cativeiro que durou mais de quatrocentos anos, lá na terra do Egito. Libertação extraordinária, liderada por Moisés, um dos grandes servos de Deus.
Moisés é um homem que simboliza a lei do VT. E Deus usa o seu servo para retirar o seu povo das terras do Egito. Deus usa o seu servo para retirar o seu povo do poder de Faraó, o dono do mundo daquela época.
Também, não podemos contar a história do povo de Deus sem deixar de lembrar da abertura do mar Vermelho, por onde passou, a pé enxuto, todo o Israel do Senhor.
E depois de ter deixado o Egito, de forma tão extraordinária, através de Moisés, Deus conduz esse povo à terra prometida a Abraão desde o começo.
E surpreendentemente, antes de levar esse povo à terra que mana leite e mel, o Senhor dirige o seu povo ao deserto, em vez de introduzi-lo imediatamente na terra da promessa.
E, por conta disso, mais quarenta anos se passam, até que eles chegam perto daquele território pelo qual tanto ansiavam. E é nessa hora de entrada.
Nessa hora de conquista da terra tão esperada, que Deus chama Moisés para si mesmo. E o recolhe à eternidade, e agora, surge um outro grande líder.
Cujo o nome é?... Josué. Josué vai substituir Moisés. Tarefa imensa. Uma responsabilidade enorme. E essa história começa narrada no próprio livro de Josué, no capitulo primeiro, que você agora vai conferir comigo.
Vamos ficar de pé. Livro de Josué, capítulo primeiro, desde o primeiro versículo. O Livro de Josué é o 6º livro do VT, depois de Deuteronômio.
Vamos ler — Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que este falou a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo: 2 Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. 3 Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés. 4 Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para o poente do sol será o vosso limite. 5 Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei. 6 Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais. 7 Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. 8 Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. 9 Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.
Que Palavra forte! Palavra que nos envolve por si só. Se eu parasse aqui, se eu não falasse mais nada, tudo já estaria dentro do coração da igreja, porque é uma narrativa forte...
Mas, vamos meditar em algumas coisas desse texto que nos tocam e nos servem ainda hoje. Reparem, encerrava-se o tempo do grande líder Moisés, homem de fé extraordinária.
Homem intrépido, corajoso, que enfrenta a faraó. Que lidera o povo, de forma extraordinária. Que, pela ação de Deus, realiza feitos extraordinários. Abre o mar.
Dá ao povo alimento no deserto. Que toca numa pedra e dá de beber ao povo de Israel que estava sedento naquele deserto terrível.
Extraordinário! Moisés foi um homem que viveu as dificuldades do seu ministério. Mas, agora estamos ouvindo falar de Josué, o seu sucessor.
E reparem bem no que cabe a esse novo líder fazer. Nada mais nada menos do que invadir a terra prometida. Enfrentar todos os povos que lá habitavam, dominá-los, e possuir aquele chão.
Tarefa incrivelmente difícil, perigosa. Era a expectativa de grandes combates e de grandes lutas. Mudou o nome do lugar, mas não mudou a realidade.
Se Moisés enfrentou faraó, se Moisés se viu diante de um mar que impedia a caminhada do seu povo. Se Moisés passou pelo deserto, e em tudo isso foi vitorioso...
Agora, Josué, liderando uma multidão de pessoas, se vê diante de um desafio sem igual. E de pronto, Josué se depara com as muralhas de Jericó.
Jericó era uma fortaleza Cananéia, perto do Rio Jordão, inexpugnável. E Josué tinha que enfrentar essa fortaleza com um povo não adestrado para a batalha. Porque o povo de Deus não possuía experiência de guerra.
Mudou o líder, mas não mudou o desafio. E ainda hoje é assim. Mudam os nomes, mas os desafios permanecem. Para cada um de nós é assim.
Eu não sei quais são os seus desafios! Eu não sei que povo você lidera e conduz. Pode ser a sua casa, os seus filhos. Pode ser um ambiente mais amplo da sua família, pela qual você se sente responsável.
Podem ser pessoas que você conduz no seu trabalho. Pode ser você sozinho, a conduzir-se nesta vida, deparando-se com barreiras intransponíveis. Desafios assustadores.
A verdade é que as lutas existem ainda hoje e vão existir por muito tempo. Nada mudou. Como foi com Moisés, haveria de ser com Josué, e certamente é assim comigo e com você.
Quais são as suas lutas? A da irmã Neuza, por exemplo, é a sua enfermidade, a diabetes. Essa nós já sabemos, porque ela declara isso.
Qual é a sua? Quais são as dificuldades que se colocam diante de você? Cada um tem a sua guerra e o seu combate. No corpo, na alma, na consciência, na família, na igreja.
Quais são os seus desafios? O que quero dizer é que você podia colocar, no lugar de Josué, o seu próprio nome. Porque ainda hoje é assim.
Se Moisés enfrentou a faraó e se deparou com o mar que não se abria, Josué haveria de se confrontar com povos, com guerreiros, com fortalezas.
Assim como você, hoje, se vê em meio a grandes combates. Ou seja, como foi com Moisés, e como foi com Josué, assim é com você.
Essa é a palavra que nos chega agora. Não como uma palavra do passado, mas como uma palavra altamente atualizada. Uma palavra própria para os dias de hoje.
E o Senhor diz a Josué e diz a você hoje (v.6; 7; 9) — Sê forte e corajoso, tão somente, sê forte e mui corajoso.
O que Deus está dizendo é que a sua benção NÃO é privativa de ninguém. Reparem no que ele diz (v.5) — como eu fui com Moisés, assim serei contigo.
Nada mudou. As dificuldades de um, tornaram-se nas dificuldades do outro, e são as nossas dificuldades hoje. Nada mudou. A promessa é para todos.
— Assim como eu fui com Moisés, serei contigo Josué; serei contigo Cícero Alves. Serei contigo Irmã Francisca. Serei contigo Mayra. Serei contigo Gal. Serei contigo irmão João.
Porque a benção de Deus não é privativa de ninguém. Não importa a grandeza individual. Não importa o que somos, ou o que temos.
— Assim como eu fui com Moisés, assim eu serei contigo Josué. Eu serei contigo Janim. Coisa maravilhosa! Nada mudou! As lutas são as mesmas. As muralhas são iguais.
Os mares são idênticos. Os desafios são semelhantes. E a benção é, absolutamente, imutável. Porque o nosso Deus é fiel e não muda.
— Como eu fui contigo Moisés, eu serei contigo, Josué. Eu serei contigo, irmão Amadeu. Eu serei contigo, irmã Gilza. Que coisa maravilhosa!
Porque, quando eu penso em Moisés, naquele homem extraordinário, educado no palácio de Faraó, fugido do Egito, a contemplar o Senhor, num alto monte, numa sarça, que ardia e não se consumia, ao ouvir-lhe a voz profunda a ser capacitado a um ministério que exigia tanto.
Quando eu penso nesse homem, desafiando o rei do mundo. Quando eu vejo esse homem liderando uma multidão tão grande. A levantar o seu cajado e separar as águas de um mar, que se interpunha entre o povo e a liberdade.
Quando eu vejo esse homem, conduzindo essa gente num deserto árido, a trazer do céu o maná e as codornizes. A fazer da pedra brotar água.
A receber do próprio Senhor, no Monte Sinai, as Tábuas da Lei. Eu penso, cá comigo. Quem sou eu? Quem sou eu? O quê que eu fiz? Que faraó eu enfrentei? Que monte eu subi? Que mar eu abri? Que deserto atravessei?
Quem sou eu? Ah! Mas vem a palavra do Senhor e diz assim: —Como eu fui com Moisés, eu serei contigo, Pedro. Porque minha benção não se mede, na medida de cada um.
A minha bênção não é proporcional ao tamanho das pessoas. Mas a minha bênção tem apenas uma referência, a minha graça. Não se mede. Não cabe nas medidas humanas.
Como eu fui com Moisés, como eu fui com Josué, eu serei contigo, Cícero Antônio. É a mesma coisa!
É aí que nós percebemos que temos enfrentado poderes e temos vencido pela graça de Deus. Ai, é que percebemos que, ao nos deparar com o mar, ele tem sido aberto pelo poder do Senhor.
Aí, é que nós nos damos conta, que atravessamos desertos e que conduzimos tanta gente conosco. Nada mudou. Assim é com comigo e assim é com você!
Quantos poderes você já enfrentou? E enfrenta? Quantos mares você já atravessou, ou diante deles você se encontra agora? Quantos desertos?
Deus está com você... Não, não se diminua. O mesmo Deus que era com Moisés! Era com Josué! É comigo! É com você! Tudo igual! Repare como é grande a sua oportunidade. Veja como, em Deus, somos todos iguais.
Só tem uma coisa diferente, diz o Senhor, lá no final (v.9) — Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes,
A diferença está aqui, na resposta de cada um. A diferença está na disposição de cada um. As circunstâncias, as realidades são sempre as mesmas, as lutas e os desafios são os mesmos.
A benção não é privativa de quem quer que seja. É para todos. Mas a resposta é que define tudo — Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes.
É aqui. É aqui que as coisas se diferenciam. Não é em Deus, não. Em Deus a benção é sempre a mesma. Também, não é na realidade da vida, que é sempre a mesma.
As coisas se diferenciam é na resposta de cada um. Na coragem que brota da alma. No desassombro que toma conta de cada um. — Não te espantes.
Preste atenção nesta palavra! Deus já estava prevenindo Josué de uma coisa muito séria, que Josué ainda não conhecia. Deus já estava prevenindo Josué a respeito das muralhas de Jericó.
— Vai lá Josué, toma a terra que por promessa eu guardei e reservei para o meu povo. Vai lá. Sê forte e corajoso, mas cuidado, não te espantes.
E eu fico imaginando Josué, conduzindo aquela gente, e se deparando com as muralhas de Jericó. Deviam ser impressionante.
O que Josué ia fazer? Com aquela multidão desarmada, sem experiência de guerra, fazer o quê? Escalar as muralhas e receber as pedras que caiam lá de cima, ou as setas que eram disparadas. Era assim?
E agora, faço o quê? Esse era o espanto de Josué. — Josué reúna os teus homens e toca as tuas trombetas. Não to mandei eu?
— Mas Senhor, trombetas? — Não to mandei eu. Sê forte e corajoso e não te espantes. Toque isso ai. Toque essas trombetas, Josué. Pare de discutir e toque as trombetas!
Ah! Que cena, não é? Uma grande orquestra de trombetas. E as muralhas vieram abaixo. Era preciso não somente ter coragem, mas era preciso ter desassombro, não se espantar.
Às vezes, nos lançamos em direção às muralhas, e elas se agigantam de tal maneira que nos sentimos espantados. E ó, corremos.
Ah! Mas o Senhor nos diz — Não to mandei eu. Não te espantes. Toca a trombeta! — Mas, Senhor, a minha barra, a minha muralha é muito forte! É falta de emprego! É doença grave! É briga de família! É desarmonia conjugal!
— Seja o que for. Não to mandei eu? Como eu fui com Moisés, e com Josué, eu serei contigo. Tão somente, sê forte e corajoso; e não te espantes. Toca a trombeta!
— Toca a tua trombeta, Irmã Gil! Não te espantes. A história é a mesma. Mudam os nomes. Coloque o seu nome ai, no lugar do nome de Josué.
— Assim como eu fui com Moisés, serei contigo. Tão somente, nas lutas que se repetem e que repete a história, sê forte e corajoso e não te espantes.
Toca a trombeta, porque eu estarei do teu lado. E estarei contigo por onde quer que andares.
Vamos tocar a trombeta, cheios de fé, com a nossa alma plena de coragem e sem assombro. Vamos fazer isso agora. Vamos curvar a nossa cabeça.
Se você quiser vir à frente agora, venha... Eu e os presbíteros queremos orar com você e por você. Se há muralhas a sua frente, espantando a sua caminhada. Venha a frente...
Venha tocar a trombeta da sua alma. Venha cheio de fé e confiança. As suas muralhas vão cair, como caíram as muralhas de Jericó... — (orar com os irmãos)
Senhor abençoa a tua igreja, a Primeirona do Tabuleiro. Deus bendito, por essa noite, nós te damos graças em Cristo Jesus...
Amém!