domingo

A sua vida vale a pena?

Conhecer a Bíblia Sagrada, informar-se da história que ela conta, é saber a respeito de um homem que deixou o seu nome gravado neste livro, de maneira muito significativa.
Estou me referindo a Saulo de Tarso, posteriormente chamado pelo próprio Senhor Jesus, de Paulo, o apóstolo. Paulo foi um homem que prestou serviços relevantes ao cristianismo, teve um ministério inesquecível, e deixou escritas palavras que valem a pena conhecer e estudar.
Mas, se pudéssemos, em poucas palavras, resumir a vida do apóstolo Paulo, não seriamos tão bem sucedidos quanto ele mesmo foi, ao falar, em poucos versículos, daquilo que foi a sua existência e o seu ministério.
Nós podemos conferir isso, abrindo as nossas Bíblia, na Segunda carta que o próprio apóstolo escreveu a seu companheiro e discípulo de ministério pastoral, Timóteo. 2 Timóteo 4.6–8
Se você perceber que tem alguém do seu lado com dificuldade de encontrar o texto, ajude se puder. Todos encontraram? Vamos ficar de pé, para ler o que diz esse homem extraordinário:
2Tm 4.6–8 — Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. 7 Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. 8 Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.
Nesses versículos, o apóstolo resume a sua existência e o seu ministério. E isso num tempo não de velhice avançada, mas num tempo de cansaço e de consciência de que sua existência estava terminando.
Paulo diz isso, na sensibilidade que possuía, na intimidade que ele mantinha com Deus, e esse mesmo Deus já lhe plantava no coração essa certeza de que seu tempo de vida estava por se encerrar.
Por isso ele diz: — quanto a mim, estou já sendo oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. O tempo da minha morte se aproxima.
E ele fala, então, do que foi a sua vida. Resume a sua vida no v.7 — Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
Ah! Se você pudesse dizer, de você mesmo, o que Paulo fala de si mesmo, sua vida teria valido muito a pena. E reparem que a primeira coisa que o apostolo destaca, é que a vida para ele foi um combate.
Foi um tempo de luta, foi uma oportunidade de muitos desafios a vencer. Paulo viveu a vida intensamente, e na sua existência, que não foi tão longa, enfrentou profundas dificuldades, intensas perseguições.
Paulo foi abandonado por muita pessoas, sentiu-se sozinho muitas vezes, foi encarcerado. Tudo isto por amor ao evangelho. Por amor a seu grande Mestre e Senhor, Jesus Cristo.
E a vida só tem significado, quando ela pode ser qualificada como combate. Como um tempo de lutas, como um tempo de desafios a vencer.
Quem não tem combate a travar; quem não tem desafio a enfrentar; efetivamente não faz de sua vida algo significativo e que valha a pena.
Porque são as lutas, são as adversidades, são as tribulações que nos fazem crescer. Tudo que se opõe à nossa caminhada, quando enfrentado com coragem, e na certeza de que Deus está no comando, tudo isto faz e promove um grande crescimento nas nossas vidas.
Triste daquele que não tem nada a enfrentar. Esse homem, Paulo, esse extraordinário apóstolo, a despeito de toda a sua cultura, que era inteirado da filosofia grega, que falava várias línguas, como ele mesmo diz, em suas cartas...
Esse homem, destacado no ambiente religioso de seu povo, não abriu mão das lutas que Deus colocou diante dele. Ao contrário, ele enfrentou todas as lutas, com fé, com perseverança, na certeza de que Deus estava com ele.
Por isso, ao final ele fala: — combati o bom combate. — Isso é extraordinário neste homem. Ele teve lutas, enfrentou adversidades, sofreu muitas perseguições, experimentou a cela de uma prisão, sentiu o abandono, mas de tudo isso, ele fez um bom combate.
A vida lhe foi prazerosa, mesmo diante de tudo que teve de vencer, porque ele tinha essa sensibilidade, de que as lutas o amadureciam a cada combate, de que a Graça de Deus se intensificava na sua vida.
Que coisa maravilhosa! Quando podemos enxergar a vida dessa forma, e chegar ao final dela com essa afirmação clara em nossa boca. Que a vida foi um bom combate!
Isso é extraordinário! Reparem que não é um homem que fala mal da vida, que reclama do que sofreu, que geme o tempo todo, que lança nos outros a responsabilidade pelas suas dores. Não, não e não!
Paulo só pensa que Deus lhe deu oportunidades de atingir uma maturidade que poucos conseguem. Ele enxergou todas essas oportunidades de luta, como oportunidades boas em sua vida.
E viveu a vida assim, lutando as lutas que Deus lhe apresentava. Vencendo-as todas. Ah! Se você puder chegar ao fim de seu tempo e dizer isso:
— Combati o bom combate, a vida me foi boa, a vida valeu a pena, a vida me deu tanto prazer, a vida me foi agradável, a despeito de tudo que enfrentei, durante a existência.
Porque tem gente que vive reclamando da vida. Reclama de Deus. Reclama de tudo e de todos. E lança em todos a responsabilidade por seus fracassos, em vez de produzir sucesso em si mesma.
Você conhece gente assim? Gente que não percebe que as lutas são excelentes oportunidades de fazer da vida um bom combate?
Gosto das lutas que enfrento. Já enfrentei muitas batalhas nessa vida. Muitas, de todos os tipos. Lutas de natureza financeira, de natureza familiar, de natureza profissional, de natureza pastoral, muitas lutas.
Algumas vezes parecia que eu estava sozinho no meio de tudo, mas não reclamo das lutas que Deus me permitiu lutar. E quando olho pra trás, vejo que lutei todas e venci todas.
É por isso que a vida me é agradável. Por isso é que entendo e interpreto esta palavra de Paulo, na intensidade que ela propõe. — Combati o bom combate! Que palavra extraordinária, de um homem tão sofrido.
Que palavra inspirativa, estimulante, para tanta gente que ao primeiro revés, desanima, e desiste. Que você possa dizer a mesma coisa, resumindo a sua existência — Combati o bom combate.
E Paulo vai mais além e diz: — completei a carreira. — Paulo tinha um propósito, porque carreira só tem, quem estabelece objetivos na vida.
Carreira só possui, quem tem projetos, porque quem não tem, anda sem rumo, não sabe para onde vai, não dirige os seus passos, não concentra suas energias naquilo que se propõe fazer.
Por isso é que existe tanta gente que se desgasta, se perde na caminhada, porque não tem carreira. Não, este homem tinha propósito em sua vida, e ao final do seu tempo ele pode dizer isso:
— Completei a carreira, cumpri o meu ministério, tratei de tudo que veio as minhas mãos, zelei por tudo, me lancei por inteiro naquilo em que minha alma estava.
Coisa extraordinária! É bom conhecer e conviver com gente que tem carreira, que tem projeto, seja qual for. É fundamental ter objetivo na vida.
Isso serve muito para os jovens. Porque os jovens vivem na impressão de que são imortais. Eu já fui jovem e sei disso. O tempo da partida é ainda algo muito distante.
E parece que não vai chegar nunca. O jovem tem essa impressão de imortalidade. O tempo não conta. Não é assim? É assim Mayra? Ou não?
Você tem a impressão de que não vai morrer nunca. E nem pensa nisso. Eu já estou começando a pensar porque estou mais perto de ser chamado para a glória.
Mas eu já fui jovem, eu achava que morte era algo que só existia filosoficamente. Por isso muitos jovens não têm carreira. Muitos jovens não têm propósito e gastam o seu tempo naquilo que não constrói, naquilo que não garante futuro, e não dão valor a essa palavra, palavra de quem, ao final, pode dizer: completei a carreira.
Eu estou dizendo isso a igreja porque, se o meu tempo chegar agora, eu posso dizer: — completei a carreira. A vida me foi agradável, combati o bom combate.
Todas as dificuldades promoveram meu crescimento, todas elas enriqueceram a minha alma. Em todas, eu me tornei maior e completei a carreira. Cumpri o meu ministério.
Olho para trás e vejo, os rebanhos que pastoreei pela misericórdia de Deus, os frutos de vidas convertidas, que pela ação do Espírito Santo em mim, eu posso colher. Os frutos de casamentos que celebrei. Os frutos de vidas que ajudei a transformar com as pregações que Deus colocou na minha boca.
Assim, se Deus me chamar agora, eu vou em paz. E posso, com toda humildade, mas com plena convicção dizer: — combati o bom combate e completei a carreira.
Portanto, para mim, ainda que eu tenha gosto imenso pela vida, e tenho dito isso, gostaria de viver até a volta do Senhor, e até espero que demore. A verdade é que, seja qual for o tempo, minha carreira está completada.
E se eu tiver que ir para minha casa hoje. Se Deus me disser: — Meu servo, como disse a Paulo, chega. Chega! Vai pra casa! — Eu vou, dizendo a mesma coisa. Completei a carreira!
São sessenta e seis anos! Estou falando isso não sei nem porque. Eu agora dei para falar isso. Acho que, quando a gente chega nessa idade, tem que falar mesmo. É ou não é?
Porque tem tanta gente que morre muito mais cedo, ou então fica impossibilitado de fazer muita coisa. Mas aos sessenta e seis anos, depois de 34 anos de trabalho na Força Aérea, meu único emprego, com 7 anos como pastor presbiteriano, já trabalhei muito, e continuo trabalhando e também me sinto cheio de vigor.
O que eu quero dizer, não é que estou cansado e desanimado. Ao contrario. Estou querendo dizer que, se Deus me disser hoje ainda: — Enquanto você tem vigor, vá para casa, vá descansar, vá aproveitar o seu fim de semana, que você não tem a muito tempo. Vá viajar, livre-se das obrigações em quanto você tem vigor.
Mas isso é Deus que tem que me dizer. Portanto, se o Senhor disser que é a hora, eu direi como Paulo: — Combati o bom combate! A vida me valeu a pena, com toda a sua adversidade! Completei a carreira. O que Deus colocou em minha mão para fazer, eu fiz.
E aí Paulo termina: — Guardei a fé. — Isso é fantástico! Quando ele diz, guardei a fé, não é uma afirmação apenas teológica, ou religiosa. Não, é mais do que isso.
Guardar a fé, NÃO É confessar que Jesus é o único e suficiente salvador até o fim. Não é só isso, porque a fé é muito mais do que isso.
O que Paulo está dizendo é que depois de tudo o que viveu, depois de tudo o que passou, depois das dificuldades que enfrentou, e não foram poucas...
Depois de ter a consciência de que completou o seu ministério, ele guardou todos os valores dessa fé. Não negociou um valor sequer!
E essa palavra chega tão relevante a nós nos dias de hoje, nós que vivemos tempos de valores que se perdem, de padrões que são abandonados, de negócios escusos, de tratos ilícitos, de gente que vende a sua moral.
Como será o futuro do nosso país? Gente com tanto poder, e nenhum coração, gente - a igreja conhece – que compra e que vende a moral da nação. É só ver a TV e ler os jornais. Daniel Dantas, Celso Pita, Nahji Nahas...
Paulo não, nem preso ele negociou os seus princípios, os valores dessa fé que aprendeu na comunhão com o Senhor. Princípios que ele publicou em suas cartas, não abrindo mão de nada.
Não houve ameaça que o intimidasse. Não fez barganhas, foi digno até o fim. Isso é uma coisa muito séria! Não negociar princípios, não vender valores!
É isso o que ele diz — Guardei a fé. — Muitas vezes fui tentado. Os irmãos não tem idéia! Palavras, sugestões... Não! Em troca dos valores da fé nunca. Nunca, nem por salário.
A Primeirona, como todos sabem, não tem condições, ainda, de prover o sustento do pastor. Mas eu não reclamo disso. Deus me deu meios de sobreviver. Não se negocia o ministério!
Não se negocia os princípios da fé! Não se negocia os valores que Deus planta em nossas almas. Por isto é que Paulo diz: —guardei a fé.
Esse mundo tem grandes propostas em troca dos princípios. Princípios que estão plantados no coração de vocês, jovens. Mas façam da vida um combate, mas que seja um bom combate.
Não reclamem das lutas, aproveitem as lutas para crescer. Estabeleçam propósito, tenham uma carreira. E guardem a fé.
E Paulo conclui, no v.8 — por causa disso, já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz me dará naquele dia.
Essa é a visão da esperança de alguém que viveu na realidade, não alienada dela, não numa visão mística da vida, mas na objetividade das suas lutas.
Alguém que não perdeu aquilo que o cercava, não tirou o pé do chão, não vivia num êxtase, mas nunca perdeu a visão de tudo aquilo que está além dessa realidade em que nos encontramos. Isso não se pode perder também!
É por isto que ele fez da vida uma coisa boa, é por isso que ele completou a carreira, é por isso que não negociou os seus princípios.
Porque podia ver além de tudo isso, a coroa da vida. Ele podia contemplar a eternidade e ansiava por isso. Por isso a morte não lhe foi assustadora.
E quando sua alma percebeu o tempo que chegava, não se entregou nem se desesperou. Avaliou a sua existência e olhou a recompensa. — A coroa da justiça, que me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia.
Ah! Essa ninguém pode tirar de mim. Ninguém! Por isso é que se Deus me chamar hoje, não para me levar para eternidade necessariamente, mas para me levar pra casa. Eu direi assim: —Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
Mas uma coroa incorruptível e eterna está reservada para minha cabeça, e eu viverei para sempre, com o meu Senhor e com todos aqueles que amam a sua vinda.
Deus abençoe a igreja! Deus abençoe você, nesta caminhada! Caminhada que para os jovens ainda será muito longa. Amém!

Um comentário:

  1. verdadeiramente,assim diza palavra do senhor,e ele deseja que nos pense dete jeito,nem mais nem menos.Deus abeçoe a todos

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