domingo

Toca a tua trombeta

Josué 1
Mas antes de lermos o texto, quero levar à consideração da igreja, e situar os irmãos, numa época que é marcada por acontecimentos extraordinários, e que são divisórios na história do povo judeu e também na própria história da igreja cristã.
Não podemos contar a história do povo de Deus sem falar da experiência do Êxodo. Ou seja, sem falar da experiência da saída do povo de Deus de um cativeiro prolongado.
Um cativeiro que durou mais de quatrocentos anos, lá na terra do Egito. Libertação extraordinária, liderada por Moisés, um dos grandes servos de Deus.
Moisés é um homem que simboliza a lei do VT. E Deus usa o seu servo para retirar o seu povo das terras do Egito. Deus usa o seu servo para retirar o seu povo do poder de Faraó, o dono do mundo daquela época.
Também, não podemos contar a história do povo de Deus sem deixar de lembrar da abertura do mar Vermelho, por onde passou, a pé enxuto, todo o Israel do Senhor.
E depois de ter deixado o Egito, de forma tão extraordinária, através de Moisés, Deus conduz esse povo à terra prometida a Abraão desde o começo.
E surpreendentemente, antes de levar esse povo à terra que mana leite e mel, o Senhor dirige o seu povo ao deserto, em vez de introduzi-lo imediatamente na terra da promessa.
E, por conta disso, mais quarenta anos se passam, até que eles chegam perto daquele território pelo qual tanto ansiavam. E é nessa hora de entrada.
Nessa hora de conquista da terra tão esperada, que Deus chama Moisés para si mesmo. E o recolhe à eternidade, e agora, surge um outro grande líder.
Cujo o nome é?... Josué. Josué vai substituir Moisés. Tarefa imensa. Uma responsabilidade enorme. E essa história começa narrada no próprio livro de Josué, no capitulo primeiro, que você agora vai conferir comigo.
Vamos ficar de pé. Livro de Josué, capítulo primeiro, desde o primeiro versículo. O Livro de Josué é o 6º livro do VT, depois de Deuteronômio.
Vamos ler — Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que este falou a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo: 2 Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. 3 Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés. 4 Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para o poente do sol será o vosso limite. 5 Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei. 6 Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais. 7 Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. 8 Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. 9 Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.
Que Palavra forte! Palavra que nos envolve por si só. Se eu parasse aqui, se eu não falasse mais nada, tudo já estaria dentro do coração da igreja, porque é uma narrativa forte...
Mas, vamos meditar em algumas coisas desse texto que nos tocam e nos servem ainda hoje. Reparem, encerrava-se o tempo do grande líder Moisés, homem de fé extraordinária.
Homem intrépido, corajoso, que enfrenta a faraó. Que lidera o povo, de forma extraordinária. Que, pela ação de Deus, realiza feitos extraordinários. Abre o mar.
Dá ao povo alimento no deserto. Que toca numa pedra e dá de beber ao povo de Israel que estava sedento naquele deserto terrível.
Extraordinário! Moisés foi um homem que viveu as dificuldades do seu ministério. Mas, agora estamos ouvindo falar de Josué, o seu sucessor.
E reparem bem no que cabe a esse novo líder fazer. Nada mais nada menos do que invadir a terra prometida. Enfrentar todos os povos que lá habitavam, dominá-los, e possuir aquele chão.
Tarefa incrivelmente difícil, perigosa. Era a expectativa de grandes combates e de grandes lutas. Mudou o nome do lugar, mas não mudou a realidade.
Se Moisés enfrentou faraó, se Moisés se viu diante de um mar que impedia a caminhada do seu povo. Se Moisés passou pelo deserto, e em tudo isso foi vitorioso...
Agora, Josué, liderando uma multidão de pessoas, se vê diante de um desafio sem igual. E de pronto, Josué se depara com as muralhas de Jericó.
Jericó era uma fortaleza Cananéia, perto do Rio Jordão, inexpugnável. E Josué tinha que enfrentar essa fortaleza com um povo não adestrado para a batalha. Porque o povo de Deus não possuía experiência de guerra.
Mudou o líder, mas não mudou o desafio. E ainda hoje é assim. Mudam os nomes, mas os desafios permanecem. Para cada um de nós é assim.
Eu não sei quais são os seus desafios! Eu não sei que povo você lidera e conduz. Pode ser a sua casa, os seus filhos. Pode ser um ambiente mais amplo da sua família, pela qual você se sente responsável.
Podem ser pessoas que você conduz no seu trabalho. Pode ser você sozinho, a conduzir-se nesta vida, deparando-se com barreiras intransponíveis. Desafios assustadores.
A verdade é que as lutas existem ainda hoje e vão existir por muito tempo. Nada mudou. Como foi com Moisés, haveria de ser com Josué, e certamente é assim comigo e com você.
Quais são as suas lutas? A da irmã Neuza, por exemplo, é a sua enfermidade, a diabetes. Essa nós já sabemos, porque ela declara isso.
Qual é a sua? Quais são as dificuldades que se colocam diante de você? Cada um tem a sua guerra e o seu combate. No corpo, na alma, na consciência, na família, na igreja.
Quais são os seus desafios? O que quero dizer é que você podia colocar, no lugar de Josué, o seu próprio nome. Porque ainda hoje é assim.
Se Moisés enfrentou a faraó e se deparou com o mar que não se abria, Josué haveria de se confrontar com povos, com guerreiros, com fortalezas.
Assim como você, hoje, se vê em meio a grandes combates. Ou seja, como foi com Moisés, e como foi com Josué, assim é com você.
Essa é a palavra que nos chega agora. Não como uma palavra do passado, mas como uma palavra altamente atualizada. Uma palavra própria para os dias de hoje.
E o Senhor diz a Josué e diz a você hoje (v.6; 7; 9) — Sê forte e corajoso, tão somente, sê forte e mui corajoso.
O que Deus está dizendo é que a sua benção NÃO é privativa de ninguém. Reparem no que ele diz (v.5) — como eu fui com Moisés, assim serei contigo.
Nada mudou. As dificuldades de um, tornaram-se nas dificuldades do outro, e são as nossas dificuldades hoje. Nada mudou. A promessa é para todos.
— Assim como eu fui com Moisés, serei contigo Josué; serei contigo Cícero Alves. Serei contigo Irmã Francisca. Serei contigo Mayra. Serei contigo Gal. Serei contigo irmão João.
Porque a benção de Deus não é privativa de ninguém. Não importa a grandeza individual. Não importa o que somos, ou o que temos.
— Assim como eu fui com Moisés, assim eu serei contigo Josué. Eu serei contigo Janim. Coisa maravilhosa! Nada mudou! As lutas são as mesmas. As muralhas são iguais.
Os mares são idênticos. Os desafios são semelhantes. E a benção é, absolutamente, imutável. Porque o nosso Deus é fiel e não muda.
— Como eu fui contigo Moisés, eu serei contigo, Josué. Eu serei contigo, irmão Amadeu. Eu serei contigo, irmã Gilza. Que coisa maravilhosa!
Porque, quando eu penso em Moisés, naquele homem extraordinário, educado no palácio de Faraó, fugido do Egito, a contemplar o Senhor, num alto monte, numa sarça, que ardia e não se consumia, ao ouvir-lhe a voz profunda a ser capacitado a um ministério que exigia tanto.
Quando eu penso nesse homem, desafiando o rei do mundo. Quando eu vejo esse homem liderando uma multidão tão grande. A levantar o seu cajado e separar as águas de um mar, que se interpunha entre o povo e a liberdade.
Quando eu vejo esse homem, conduzindo essa gente num deserto árido, a trazer do céu o maná e as codornizes. A fazer da pedra brotar água.
A receber do próprio Senhor, no Monte Sinai, as Tábuas da Lei. Eu penso, cá comigo. Quem sou eu? Quem sou eu? O quê que eu fiz? Que faraó eu enfrentei? Que monte eu subi? Que mar eu abri? Que deserto atravessei?
Quem sou eu? Ah! Mas vem a palavra do Senhor e diz assim: —Como eu fui com Moisés, eu serei contigo, Pedro. Porque minha benção não se mede, na medida de cada um.
A minha bênção não é proporcional ao tamanho das pessoas. Mas a minha bênção tem apenas uma referência, a minha graça. Não se mede. Não cabe nas medidas humanas.
Como eu fui com Moisés, como eu fui com Josué, eu serei contigo, Cícero Antônio. É a mesma coisa!
É aí que nós percebemos que temos enfrentado poderes e temos vencido pela graça de Deus. Ai, é que percebemos que, ao nos deparar com o mar, ele tem sido aberto pelo poder do Senhor.
Aí, é que nós nos damos conta, que atravessamos desertos e que conduzimos tanta gente conosco. Nada mudou. Assim é com comigo e assim é com você!
Quantos poderes você já enfrentou? E enfrenta? Quantos mares você já atravessou, ou diante deles você se encontra agora? Quantos desertos?
Deus está com você... Não, não se diminua. O mesmo Deus que era com Moisés! Era com Josué! É comigo! É com você! Tudo igual! Repare como é grande a sua oportunidade. Veja como, em Deus, somos todos iguais.
Só tem uma coisa diferente, diz o Senhor, lá no final (v.9) — Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes,
A diferença está aqui, na resposta de cada um. A diferença está na disposição de cada um. As circunstâncias, as realidades são sempre as mesmas, as lutas e os desafios são os mesmos.
A benção não é privativa de quem quer que seja. É para todos. Mas a resposta é que define tudo — Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes.
É aqui. É aqui que as coisas se diferenciam. Não é em Deus, não. Em Deus a benção é sempre a mesma. Também, não é na realidade da vida, que é sempre a mesma.
As coisas se diferenciam é na resposta de cada um. Na coragem que brota da alma. No desassombro que toma conta de cada um. — Não te espantes.
Preste atenção nesta palavra! Deus já estava prevenindo Josué de uma coisa muito séria, que Josué ainda não conhecia. Deus já estava prevenindo Josué a respeito das muralhas de Jericó.
— Vai lá Josué, toma a terra que por promessa eu guardei e reservei para o meu povo. Vai lá. Sê forte e corajoso, mas cuidado, não te espantes.
E eu fico imaginando Josué, conduzindo aquela gente, e se deparando com as muralhas de Jericó. Deviam ser impressionante.
O que Josué ia fazer? Com aquela multidão desarmada, sem experiência de guerra, fazer o quê? Escalar as muralhas e receber as pedras que caiam lá de cima, ou as setas que eram disparadas. Era assim?
E agora, faço o quê? Esse era o espanto de Josué. — Josué reúna os teus homens e toca as tuas trombetas. Não to mandei eu?
— Mas Senhor, trombetas? — Não to mandei eu. Sê forte e corajoso e não te espantes. Toque isso ai. Toque essas trombetas, Josué. Pare de discutir e toque as trombetas!
Ah! Que cena, não é? Uma grande orquestra de trombetas. E as muralhas vieram abaixo. Era preciso não somente ter coragem, mas era preciso ter desassombro, não se espantar.
Às vezes, nos lançamos em direção às muralhas, e elas se agigantam de tal maneira que nos sentimos espantados. E ó, corremos.
Ah! Mas o Senhor nos diz — Não to mandei eu. Não te espantes. Toca a trombeta! — Mas, Senhor, a minha barra, a minha muralha é muito forte! É falta de emprego! É doença grave! É briga de família! É desarmonia conjugal!
— Seja o que for. Não to mandei eu? Como eu fui com Moisés, e com Josué, eu serei contigo. Tão somente, sê forte e corajoso; e não te espantes. Toca a trombeta!
— Toca a tua trombeta, Irmã Gil! Não te espantes. A história é a mesma. Mudam os nomes. Coloque o seu nome ai, no lugar do nome de Josué.
— Assim como eu fui com Moisés, serei contigo. Tão somente, nas lutas que se repetem e que repete a história, sê forte e corajoso e não te espantes.
Toca a trombeta, porque eu estarei do teu lado. E estarei contigo por onde quer que andares.
Vamos tocar a trombeta, cheios de fé, com a nossa alma plena de coragem e sem assombro. Vamos fazer isso agora. Vamos curvar a nossa cabeça.
Se você quiser vir à frente agora, venha... Eu e os presbíteros queremos orar com você e por você. Se há muralhas a sua frente, espantando a sua caminhada. Venha a frente...
Venha tocar a trombeta da sua alma. Venha cheio de fé e confiança. As suas muralhas vão cair, como caíram as muralhas de Jericó... — (orar com os irmãos)
Senhor abençoa a tua igreja, a Primeirona do Tabuleiro. Deus bendito, por essa noite, nós te damos graças em Cristo Jesus...
Amém!

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