sábado

Creia somente!

Marcos 5:21 em diante. A igreja acompanha a leitura que vou fazer agora. — Tendo Jesus voltado no barco, para o outro lado, afluiu para ele grande multidão; e ele estava junto do mar. 22 Eis que se chegou a ele um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se a seus pés 23 e insistentemente lhe suplicou: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá. 24 Jesus foi com ele.
E, agora, nós pulamos alguns versículos e passamos à leitura do v.35 em diante... Acompanhem em suas Bíblias...
35 Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre? 36 Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente. 37 Contudo, não permitiu que alguém o acompanhasse, senão Pedro e os irmãos Tiago e João. 38 Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito. 39 Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme. 40 E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. 41 Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! 42 Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados. 43 Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e mandou que dessem de comer à menina.
Reparem que o texto sofre uma interrupção na sua seqüência cronológica. Esse texto fala a respeito de um chefe de sinagoga, um homem importante, da liderança religiosa do povo, que se prostra diante de Jesus, na busca de solução para a enfermidade, certamente grave, da sua filha.
E Jesus atende ao pedido daquele homem e vai com ele. Mas, nessa caminhada, Jesus é interrompido por uma mulher, que vindo por detrás Dele, toca na orla da sua veste, na busca da cura da sua enfermidade, que já se prolongava por muito tempo (12 anos).
Era uma enfermidade que a excluía do convívio social. E Jesus dá toda a atenção a essa mulher. Aí sim, depois de curar a mulher, segue com Jairo para sua casa, e antes de chegar na casa do chefe da sinagoga, ouve a noticia de que a menina já morrera.
Mas Jesus, diz a Jairo: — Não temas, crê somente. Vamos enfrente... E, então, acontece o que acabamos de ler. Em cima desse texto, quero ser bem objetivo e falar sobre quatro realidades.
1ª realidade — A crise, seja ela qual for, é a oportunidade da fé.
Reparem na crise vivida por esse homem chamado Jairo, chefe da sinagoga. Sua filha de doze anos, gravemente enferma, ameaçada pela morte.
Nada podia ser mais dramático na vida daquele homem, do que isso. A crise de Jairo. E é na hora da crise desse homem, que a fé ganha a sua oportunidade.
Jairo, reparem no texto, era um dos principais da sinagoga. Não era, portanto, um homem qualquer. Era um homem comprometido com a liderança religiosa daquele lugar. Com uma crença definida, o judaísmo.
Uma crença a que Jesus NÃO correspondia inteiramente. Pois bem, esse homem, à luz do texto, não somente busca em Jesus uma solução de vida para sua filha, como se expõe para todas as outras pessoas daquela comunidade.
O texto diz que Jairo se aproxima e se prostra diante de Jesus. E não é uma coisa velada. Jairo não faz isso num cantinho, atrás da porta, ou na intimidade de um gabinete.
Jairo NÃO diz — Olha Jesus, eu não posso me expor, mas eu queria suplicar que tu atendas o meu pedido e salves a minha filha que está a morte. Mas procure Jesus, entender a minha situação, eu não posso me expor.
Não. Não foi assim não! Esse homem invade a multidão e chega diante de Jesus e se prostra. Ele se despoja. Ele se desnuda. Ele se compromete. Ele se arrisca. Tal era a sua crise. (E como nós temos ouvido falar em crise nos últimos tempos, hem?)
Por isso é que a crise é a oportunidade da fé. Mas dessa fé! Dessa fé, que não considera as aparências. Que não se importa com os comentários.
Que não se detém no que vão dizer. Uma fé que só busca a resposta. Uma fé que se sobrepõe as próprias convicções antigas. Cristalizadas.
Jairo era um homem sério, era um principal da sinagoga. Às vezes, a crise que tanto nos incomoda, a crise que tanto nos aflige, é a oportunidade da fé no Senhor Jesus. É essa fé...
Não uma fé escondida, tímida, camuflada. De quem não se expõe. De quem não se compromete. Mas uma fé que se desnuda. Uma fé que descobre a alma. Uma fé que escancara o ser.
É uma FÉ que não vê outra coisa, senão o poder de Deus naquele que ali está, o Senhor Jesus, o Senhor da Vida. Assim, para esse homem, principal da sinagoga, chegar a tal atitude, é porque havia nele uma sensibilidade profunda, de que nesse tal de Jesus de Nazaré, havia algo que até então ele não conhecera.
Jairo, embora fosse, certamente, um homem entendido nas escrituras, que já ouvira falar de muitos milagres... Ele compreendeu que ali estava alguém, que contradizendo todas as tradições, lhe passava esta certeza de que era capaz de tirar a sua filha do perigo da morte eminente.
Assim, lá está Jairo, prostrado, prostrado, aos pés de Jesus. Sob o olhar, certamente espantado, de muitas pessoas. Isso sem falar do olhar de censura dos que exerciam funções iguais ou superiores a dele na sinagoga.
Guarde bem isso > A crise que incomoda você, (e a crise incomoda mesmo), pode ser a oportunidade da fé. Fé nesse Jesus maravilhoso que traz a novidade de vida. Que traz um poder que não se conhece. A não ser nessa intimidade.
Eu sei do que eu estou falando irmãos. Foi na crise mais aguda. Foi na crise mais intensa, que me prostrei aos pés de Jesus.
Um Jesus de quem eu já tinha ouvido falar. Mas com o qual NÃO tinha a menor intimidade. Mas a crise era tanta, que eu estabeleci intimidade com Ele, uma intimidade que nunca imaginei poder estabelecer.
Eu me prostrei, literalmente, me prostrei. Me abri. Me desnudei. Me descobri por inteiro. Me esgarcei. Me virei do avesso. E disse: — Jesus, por favor, salva-me!
A crise é a oportunidade da fé. Essa é a 1ª lição. Mas há uma outra, eu falei em quatro. Vou falar da Segunda.
2ª lição - É que a fé uma vez exercida, na oportunidade que a crise estabelece, ela promove o exercício da paciência.
Por isso a leitura que fizemos foi interrompida na cura da mulher, que nada tinha a ver com Jairo e sua filha. E eu fico pensando no que é Jairo sentiu naquela hora.
Depois de se escancarar todo, depois de se prostrar aos pés de Jesus e depois conseguir levá-lo consigo para sua casa, nessa caminhada, que para Jairo era urgentíssima.
Depois disso tudo, Jesus simplesmente pára, e atende aquela mulher. E isso levou tempo. O que a igreja acha que Jairo sentiu? O que você sentiria numa hora dessa?
Imagine se a sua filha estivesse a morte! Se você tivesse se exposto inteiro diante do Cristo! Se ele estivesse disposto a caminhar com você, e de repente Jesus lhe dissesse: — Espera um pouquinho. Um pouquinho só, Jairo, só um instantinho que eu vou atender ali aquela mulher.
Levou tempo! Jesus teve que descobrir no meio da multidão quem o tocou e ninguém sabia. Até que ela mesma se revela. E ele fala e conversa.
O que a igreja acha que Jairo sentiu? — Jesus, por favor, vamos embora. Deixa essa mulher ai, ela já sofre há doze anos, ela pode esperar mais um dia! Mas a minha filha está morrendo.
— Jesus, será que não dá pra ir logo. Depois eu até volto com você. Posso até lhe ajudar com meus recursos. Mas vamos embora logo.
E Jesus pára. Pára e diz. — Quem me tocou? — E ninguém sabia. Até que a mulher sem saída se identifica. Fui eu! Fui eu Mestre. Perdoa-me!
— Não! Não, filha. A tua fé te salvou! Mas o que eu quero é que tu te identifiques, porque a comunhão comigo não pode ser escondida! Tem que ser como a de Jairo. Aos olhos de todos. Pública.
Saia desse teu anonimato. Deixa que te vejam, curada, para que todos aprendam contigo. E lá está o pobre do Jairo. — Mas, Jesus, vamos embora. A minha filha está morrendo!
Mas é isso mesmo, a fé impõe paciência. Porque a crise reclama solução rápida! É ou não é? Quem é que está em crise e não tem pressa?
Mas a fé diz assim: — Só um instantinho! Só um momentinho! Porque não é só você, não. Não é só você que está sofrendo, não.
Não pense que você é a vítima do mundo e da vida. A única vítima. Calma! Espera! Eu sei o tempo. Não te preocupes. Não te agites. Não te apresses. Não te desesperes. Espera!
É lindo isso! Eu sei que Jesus deve ter observado Jairo, na sua infinita sensibilidade. Jesus deve ter percebido a inquietude daquele homem.
E lá está o Senhor Jesus parando. Parece que NÃO se preocupa com coisa alguma. Se a crise é a oportunidade da fé, a fé é o exercício da paciência.
Essa é a 2ª Lição > ESPERE!
Espere! Tenha calma! Jesus parou, para atender outra desesperada. Mas não se esqueceu de Jairo. Estava em sua cabeça. Estava em seu coração divino.
Jesus tem em si toda a noção do tempo que, tantas vezes, foge ao nosso controle. E o amanhã, se transfere para o hoje. E a crise, que já é intensa, torna-se mais intensa ainda, porque ela se acumula nos dias que se juntam num só.
Por isso é que Jesus diz: — Basta ao dia, o seu mal.
Mas, existe uma terceira lição.
3ª lição - A crise é a oportunidade - diga igreja - da fé. A fé é o exercício da paciência. A paciência está aqui. Leiam, agora, comigo o v.35
— Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?
Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: — diga a igreja agora — Não temas, crê somente.
Essa é a terceira lição. A crise é a oportunidade da fé. A fé é o exercício da paciência. E a paciência é o desafio da PERSEVERANÇA.
E Jairo ia desistir? — Jesus, minha filha já morreu, pode voltar. Não vou mais tomar o seu tempo. — Ou, então, ele podia ter pensado: — Viu só? Jesus parou para curar aquela mulher, e perdi minha filha.
Mas isso seria muito pior! Jesus, por conhecer a alma humana, imediatamente, SEM deixar que Jairo dissesse qualquer coisa, afirma:
— Jairo, não temas, crê somente! Ou seja, Persevera! Já fostes paciente. Agora persevera. Persevera diante daquilo que lhe parece uma impossibilidade.
Porque, agora, era um impossibilidade. Antes era um atraso. Agora, era um impossibilidade. A menina já morreu! — Jairo, nem fales! Ouve, apenas. Crê, somente! Continua! Vamos em frente! Persevera!
Já que você me buscou. Já que você desnudou a sua alma. Já que você se expôs. Já que você se comprometeu. Já que você se prostrou. Já que você esperou um pouco, enquanto eu curava aquela mulher. Continua. Insiste. Persevera.
Porque você não me buscou à toa. Você não fez o que fez por uma razão tola. Mas sim, porque você teve sensibilidade para perceber, quem EU SOU.
Você teve paciência até aqui! Então continua, persevera, vamos embora. Não dê ouvido a essa gente. Não que eles sejam mentirosos. A menina morreu mesmo. Mas vamos lá.
A perseverança é isso. A perseverança é a paciência diante da impossibilidade. Porque ter paciência é uma coisa. Enquanto for possível eu vou esperando.
Mas, diante da impossibilidade, a paciência tem que se transformar em perseverança. E quando for assim – aí temos a última lição.
4ª lição - A perseverança é a benção do milagre (v.41) — E Jesus tomando a menina pela mão, disse: Talitá cumi. Menina, eu te mando, levanta-te! Imediatamente a menina se levantou, e pôs-se a andar.
O Milagre parece que se tornou uma coisa tão vulgar, nos dias de hoje. Tão vulgar! Com hora marcada. Em reuniões extraordinárias. Em montagens litúrgicas sedutoras. (culto do descarrego, templo dos milagres)...
Mas nós temos um verdadeiro milagre aqui. Partindo de uma crise, que dá oportunidade à fé. Uma fé que desnuda. Que descobre. Que compromete. Uma fé que exige paciência.
É a espera que às vezes se torna numa impossibilidade. Não tem mais jeito. A menina morreu. Sua filha morreu. — Jairo! Jairo! Por mais que sejam verdadeiras as palavras dessa gente, não temas! Crê somente! Porque o impossível NÃO existe em mim. Vamos lá.
— Menina eu te mando. Levanta-te! Volta a vida! Caminha! Alegra a sua casa outra vez! Retoma o seu futuro. Volta aos seus projetos. Mesmo que isso resulte no riso das pessoas.
Reparem, vejam ai! Vejam ai, v.40. O quê que está escrito? Quando Jesus diz: — A criança não está morta, mas dorme. — O quê eles fizeram? – Riram.
Mesmo que riam de você. Esse camarada é um louco! Já não sabe que é impossível, fica ele ai a falar desse Jesus. Fica esse cabra a ir a igreja aos domingos para ouvir aquele pastor a falar dessas bobagens.
Vai pra igreja para ficar cantando hinos. — Mesmo que riam. Não temas! Creia somente! E lá sai a menina do seu quarto, e torna amarelo o riso daquela gente.
Riam! E lá vem Jesus atrás dela. Riam! Deixe que riam. Creia somente! Deus abençoe a igreja 9 de Dezembro!
Guardem essas quatro lições.
A crise é a oportunidade da fé.
A fé é o exercício da paciência.
A paciência é o desafio da perseverança.
A perseverança é a benção do milagre.
Amém!

terça-feira

Cidadão do Reino de Deus

Salmo 122, que lemos no início do culto, que certamente você já leu antes ou que, certamente, você já ouviu.
Diz assim o salmista: — Alegrei-me quando me disseram: — e a igreja responde — vamos à Casa do Senhor.
Muito bem. Esta é a primeira afirmação do texto. É uma afirmação de alegria. De quem se entusiasma com a possibilidade de estar na Casa do Senhor.
Por que o salmista se alegrava? Porque você se alegra, quando você vem à Casa do Senhor? Você já perguntou isso a você mesmo?
Qual é a sua grande motivação para vir à igreja? Qual é? Por que você vem à Casa de Senhor, e por que você se alegra tanto com isso?
Respondam! Estou ouvindo.
Por que é Cícero, que você se alegra tanto em vir a Casa de Senhor? Porque é a casa do Pai. A casa do seu pai. Para que você veio aqui?
Render graças ao Senhor. Agradecer ao Senhor. Conhecer a sua Palavra. Alimentar o seu espírito. Que mais? Agradecer as bênçãos recebidas. Os livramentos. Estar em comunhão com Deus. O que mais?
Louvar aos Senhor. Orar a Deus. Glorificar o nome do Senhor. Prestar culto. Que mais? Marcar um encontro com Deus. Que mais? Buscar a paz do Senhor.
Os irmãos acham que a alegria do salmista era por isso? Porque ninguém disse aquilo que deve ser uma das maiores motivações para estarmos aqui. Ninguém disse!
Eu até esperava que ninguém dissesse. E até se alguém dissesse ia estragar um pouco a introdução do sermão.
Uma das maiores motivações para estar aqui é encontrar o povo de Deus, neste lugar. Porque tudo isto que a igreja respondeu, independe deste lugar.
Será que eu preciso marcar um encontro com Deus aqui? Ou melhor, será que eu preciso marcar encontro com Deus. Se eu preciso marcar um encontro com Deus, eu estou dizendo que Deus NÃO está o tempo todo comigo. Não pode!
Se eu preciso vir aqui para ouvir a palavra de Deus, eu estou dizendo que a palavra de Deus depende do pregador. Como se a palavra de Deus, não fosse por si só pregada.
Eu sou o eu sou! É a prova concreta desta palavra. A minha conversão aconteceu dentro da minha casa lendo o Evangelho de João. Antes eu não sabia o que era igreja.
Se eu preciso vir aqui para cultuar o meu Deus, eu faço o quê, durante o resto do meu tempo? A grande motivação de estar aqui é encontrar o povo de Deus.
Reparem que eu estou falando de encontrar o povo de Deus! Por que? Porque tudo é a partir de Deus, porque sem Deus, não há povo de Deus.
Porque o único lugar onde temos expressão de povo é no santuário. Na minha casa, eu faço parte do povo, mas eu não estou com o povo.
No seu trabalho, na faculdade, seja lá onde for, você é povo, mas você não está com o povo. E no final de tudo, quando você não vem à igreja no Domingo, o que você sente mesmo, durante toda a semana que começa, é essa ausência do povo de Deus, ausência dos irmãos.
Porque, repare, se você me disser que: porque você não veio Domingo a igreja, você sente a ausência de Deus em sua vida; então você esta me dizendo, que Deus não está com você, o tempo todo e em todo lugar.
É ou não é? É isso! É para a igreja ficar me olhando assim mesmo, e dizendo: — Pastor, espera ai, deixa eu entender isso melhor.
É isto mesmo. Eu estou fazendo uma afirmação que não é comum. E por que estou dizendo isso? Porque é preciso definir isso muito bem.
Porque é isto que explica, muitas atitudes. É isto que explica, muitas vezes, a ausência de pessoas na comunhão da igreja. Por que você acha que as pessoas deixam de vir aos cultos?
Será que é porque elas NÃO encontraram Deus aqui? Não! Elas deixam de vir, quando elas já NÃO encontram aqui, o povo de Deus.
Quando elas NÃO encontram mais aqui, a sua identidade de cidadão do Reino de Deus. Quando este espaço deixa de ser, um território sagrado.
O que é que define uma nação? O que é que define uma nação? Diga igreja! O que é que define o povo? O que é que define o nosso país? O nosso povo brasileiro?
O que é que está sobre o povo? Território! Não há nação sem território. Pode até haver povo sem território, mas nação não. Nação tem território e o que mais? Governo, lei, constituição, é ou não é? O que mais?
Língua e idioma. Isto define um povo e uma nação. Aqui está no salmo: — Senhor! Alegrei-me quando me disseram: vamos à Casa do Senhor.
Agora, vamos ler o resto do salmo. Salmo 122 — Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém! 3 Jerusalém, que estás construída como cidade compacta, 4 para onde sobem as tribos, as tribos do SENHOR, como convém a Israel, para renderem graças ao nome do SENHOR.
Aqui está o território! As tribos viviam separadas, mas havia um espaço onde elas se reuniam. Onde elas se faziam uma só e ganhavam a identidade, fundamental, de nação.
Lá em Jerusalém, como convinham às tribos do Senhor. O prazer estava ali, na reunião das tribos. Num território particular, privativo, especial, sagrado.
Como este lugar aqui! Esta é a nossa Jerusalém. É para cá que correm todas as tribos que compõem esta igreja.
O Irmão Amadeu compõem uma tribo, ele é o cabeça da sua tribo. A irmã Neuza tem a sua tribo. Você tem a sua tribo! Viu, Gil? Você tem a sua tribo.
Mas é quando estamos aqui juntos, é que somos um povo, uma nação. É por isso que viemos ao templo. É por isso que estamos aqui. Eu venho, você vem, e nós viemos.
É isso que diz o salmista: — Alegrei-me quando me disseram: vamos à Casa do Senhor. Vamos ao nosso território! Vamos nos encontrar com todas as tribos! Vamos ter identidade de povo e de nação!
Vamos ver quão fortes somos quando nos juntamos! E é por isso, que você sente falta por toda semana, quando você NÃO vem. Porque você ficou só, isolado, solitário.
Você não recuperou a sua identidade de povo! Você não reconstruiu a sua identidade de nação! E você passa a semana na solidão.
Povo que tem território , que tem lei, lá estão os tronos de justiça.
Os tronos da casa de Davi. Lá está a lei, lá está o governo. O trono, mas que trono? De justiça.
Aqui está o trono de justiça. Nós temos esse território. Nós temos uma constituição perfeita (Bíblia), com todos os seus artigos, com todos os seus parágrafos, e não há nada que possa escapar dessa legislação.
Porque a constituição é que define a vida; uma constituição forjada pelo Senhor da justiça, sendo ele a próprio a justiça. E aqui, nesse lugar, eu sinto a justiça.
A justiça que não ouço nos noticiários, as notícias que não percebo nas novelas da TV. Aqui eu tenho justiça. A justiça de Deus, em Cristo Jesus, que me purifica de todos os pecados.
Aqui eu tenho o Cristo que morreu por mim, que venceu a morte, para que eu viva, sem cobrar coisa alguma. É justiça cheia de misericórdia. Essa justiça eu não conheço lá fora.
Se eu não vier a Casa do Senhor, se eu não me encontrar com o seu povo. Se eu não perceber o trono de justiça de Deus, se eu não me alimentar dessa misericórdia, dessa lei perfeita, a minha semana nem começou.
Somos um povo, porque temos um território. Este é o nosso território. Esse é nosso! Aqui, mandamos nós. Somos uma super potência.
Temos todos os recursos, temos todas as armas. Temos toda a economia. Não dependemos de ninguém, porque é o Senhor quem nos sustenta.
E não há pobre nem rico, branco ou preto, culto ou inculto, forte ou fraco. Somos todos parte de um povo poderoso. E temos uma língua, um idioma.
E lá diz o salmista: — Orai pela paz de Jerusalém! Sejam prósperos os que te amam. 7 Reine paz dentro de teus muros e prosperidade nos teus palácios.
Essa é a nossa língua. A língua da fé, a língua que ora. A língua que sabe a quem dirigir uma súplica. A língua da esperança, de prosperidade, de futuro, de sustento.
A língua do amor, que estabelece solidariedade. Que comunica compreensão, que transfere tolerância. Eu chego a esta casa, motivado por esse encontro.
Não o encontro com o meu Deus. Porque o meu Deus está em mim e comigo o tempo todo. Eu chego a esta casa para exercitar a minha identidade de cidadão do Reino de Deus.
Saber que tenho um chão. Me lembrar que tem uma lei, que tem uma constituição, plena de justiça e de misericórdia. E que tenho uma linguagem, que só aqui ganha expressão total e completa.
Durante a semana você NÃO pode falar a mesma linguagem que fala aqui. Porque você tem que falar outros idiomas. Mas aqui você expressa um vocabulário que só o povo de Deus conhece.
O vocabulário da fé, o vocabulário que ora. O vocabulário da esperança que não teme o amanhã. Do amor que estabelece encontro, que perdoa, que tolera, que incentiva, que anima.
Eis a minha alegria quando venho aqui. A alegria de encontrar a igreja. Ver você. Uma vez eu ouvi alguém dizer que não gosta do momento em que nos abraçamos.
A pessoa disse — eu não gosto de gente que não conheço vir me abraçar. — Quem diz isso é gente que não tem alegria. Nem sabe para que veio.
Não entendeu o por quê deste espaço. Desta casa. Por isso que é bom quando, por exemplo, a irmã Graça me abraça do seu jeito. Na sua simplicidade. No exercício do seu carinho.
Imaginem se Jesus nos abraçasse porque somos cheirosos. Porque somos bondosos, porque somos solidários, porque somos carinhosos. Porque somos perfeitos, porque somos fieis.
Nós não ganharíamos um abraço dele. Jesus nos abraça do jeito que somos. É esse o abraço que eu estendo a você. Não quero saber o que você fez durante a semana.
Não quero saber se você entregou o seu dízimo ou não. Não quero saber de nada. Só quero saber que você está aqui. Só quero saber que você é povo de Deus, como eu.
Só quero saber que nós estamos juntos. E se eu precisar, vou contar com seu apoio. Só quero saber que vou contar com a sua oração.
Que vou contar com a sua mão estendida > Alegrei-me quando me disseram: vamos à Casa do Senhor. Por isso é que a igreja precisa cuidar do seu ambiente, do seu território.
E é isto que estamos fazendo. Cuidar da lei que aplica, para que seja justa, mas acima de tudo misericordiosa. De tal forma que não pese sobre ninguém.
E que essa lei tenha uma linguagem de fé, de esperança e de amor. A igreja não pode se descuidar do seu ambiente. A igreja não pode se perder nos seus confrontos pessoais.
A igreja não pode esquecer aquilo que é > Povo de Deus! Que se encontra e tem prazer no encontro, no abraço. Que tem chão próprio.
Que tem lei justa e amorosa. Que tem linguagem de fé, de esperança e de amor. Deus abençoe a você! Que faz parte da Primeirona do Tabuleiro...
Alegre-se! Venha! Não perca essa oportunidade. Ela é dominical. Mas ela é fundamental. Sem ela você perde a sua identidade de cidadão do Reino de Deus.
Com ela você faz parte de maneira viva, concreta, dinâmica, de um povo maravilhoso. Sem igual. De um povo que não anda só. De um povo que não depende de outros povos.
De um povo que tem autonomia. De um povo que tem soberania. De um povo que tem para onde ir. Povo de Deus!!!
Deus nos abençoe, abençoe a igreja, abençoe a Primeirona do Tabuleiro! Amém?

Aproxime-se! Deus Está Passando.

Mateus 7.28-29
Nada do que qualquer homem tenha dito, até hoje, em termos de discurso, ou de literatura, ou de qualquer outra manifestação artística, pode chegar aos pés do que Jesus disse no Sermão da Montanha...
O Sermão do Monte é tão importante que, Mahatma Gandhi, que nem cristão era, mas sim indu, disse que, “se todas as bibliotecas do mundo fossem destruídas, mas se sobrasse o Sermão do Monte, a humanidade não teria perdido nada”.
Quem nunca ouviu falar sobre o Sermão do Monte? Mesmo aquelas pessoas que não têm intimidade com a Bíblia Sagrada, sabem, muito bem, que, um dia, Jesus proferiu esse insuperável discurso que está registrado no Evangelho de Mateus, capítulos 5, 6 e 7.
É claro que não vamos ler agora todo esse texto. Não há tempo pra isso. Mas uma parte da Igreja já conhece e, os que ainda não conhecem devem ler o Sermão da Montanha, pela grandeza do seu texto, pela significância do seu conteúdo, pela beleza literária da sua composição.
Mas, logo depois que Jesus proferiu o Sermão do Monte, o Evangelho de Mateus, lá no final do capítulo 7... vejam lá: Evangelho de Mateus, capítulo 7, bem no seu final, versículos 28 e 29.
Mt 7.28 e 29. O evangelista diz assim — Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; 29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
O final do Sermão do Monte é este, e não podia ser outro. Depois de tanta beleza, depois de tantas mensagens de tão grande significado, a reação das multidões não podia ser outra.
Elas estavam maravilhadas, perplexas, extasiadas, com tudo o que haviam ouvido. Mas o texto prossegue e narra um acontecimento na vida de um leproso.
A narrativa é tão singela, que pode perder muito da sua força, porque ela vem, exatamente, logo depois do Sermão da Montanha, que por si só é impressionante.
Mas é a respeito do milagre que está registrado logo depois do Sermão do Monte que eu desejo falar à Igreja nesta noite.
Ou seja, é em Mt 8.1-3 que está o texto da nossa mensagem. Abram e confiram nas suas Bíblias. — Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. 2 E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. 3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.
Só isso. Um incidente, aparentemente insignificante, não percebido por todos, porque estavam todos ainda sob a forte impressão do Sermão do Monte proferido há pouco, mas ali está... ali está o registro de um milagre.
A cura de um leproso. De uma pessoa que, naquela época, era desprezada, era excluída do convívio social por conta da sua enfermidade.
Mas o milagre aconteceu! Jesus, mesmo tendo sido aclamado pelas multidões; Jesus, mesmo tendo percebido como as multidões ficaram maravilhadas, é capaz de olhar e sentir compaixão por aquele pobre coitado.
Jesus não se deixou seduzir pelo louvor das multidões, como, tantas vezes, acontece conosco. Nós somos, às vezes, tão honrados, que não percebemos os desesperos à nossa volta.
Não é assim? E o pastor, principalmente, precisa tomar muito cuidado com isso! Ou seja, nas homenagens que recebemos, não podemos perder a sensibilidade para as pessoas que estão à nossa volta e que, às vezes, desejam a nossa atenção.
Mas Jesus não se descuidou disso. Não se deixou seduzir pela aclamação popular e curou aquele leproso.
Mas há uma palavra, nos versículos que lemos, que define esse milagre. Reparem — Descendo Jesus do monte, grandes multidões o seguiram e eis que um leproso, tendo se aproximado...
Esta é a palavra, ou são as palavras. Esta aproximação, este chegar perto, este ficar ao alcance, foi isso o que permitiu a Jesus fazer o milagre.
É isso que nos permite entender e nos permite receber, com intensidade, a misericórdia do Senhor. É na medida em que nos aproximamos de Jesus.
Porque, reparem bem, as multidões estavam seguindo Jesus. Isso significa dizer que havia uma distância entre as multidões e o Senhor Jesus Cristo.
A multidão não estava tão perto. A multidão apenas o seguia. Eles viam Jesus adiante, uns mais próximos e outros mais distantes, porque era muita gente.
Mas todos guardavam uma certa distância de Jesus, para que ele pudesse caminhar na frente de todos.
Se você ler com atenção o Sermão do Monte, ao final, você vai estar também do mesmo jeito: Maravilhado. Porque o Sermão do Monte é de uma profundidade sem igual, é de uma excelência extraordinária, é de uma beleza literária incomparável, e é isso o que fica nas pessoas que lêem:
— Uma completa disposição de se exaltar. De se maravilhar e, a uma certa distância, as pessoas se maravilham com a doutrina de Jesus, mesmo que não O conheçam bem.
Mas quem pode ficar indiferente às palavras de Jesus — Por que você anda ansioso pelo que você tem que comer e vestir? Por que? Não é a vida mais do que o alimento?
Não é o corpo mais do que a veste? Ora! Reparem as aves do céu. Não semeiam, não ajuntam em celeiros; contudo, o seu Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais do que as aves? Ah! Observai os lírios do campo. Não trabalham, não tecem, não fiam. Mas eu digo que, nem o Rei Salomão, em todo o esplendor da sua glória, vestiu-se como um lírio. Ah, mas se Deus alimenta as aves do céu, veste a erva do campo dessa forma, que hoje existe e amanhã é queimada, não alimentará e vestirá a vós, que sois seus filhos?
Como você pode ouvir uma palavra dessa e ficar indiferente? Não! Você fica é maravilhado como a multidão, mesmo à distância.
Mas, se à distância, alguém pode se maravilhar da doutrina de Jesus, aproximando-se, como fez o leproso, chegando perto, mais do que se maravilhar da doutrina, a pessoa se rende aos pés do Senhor.
Diz o texto: “... aproximando-se, adorou Jesus”. No evangelho de Marcos diz que ele se pôs de joelho, e no de Lucas, que ele se prostrou com o rosto em terra.
Ou seja, esta é a atitude de quem cultua, de quem adora. É de perto que reconhecemos e que podemos nos render à divindade do Senhor.
Enquanto você não reconhecer e não se render à divindade de Jesus, por mais que você se maravilhe da sua palavra, você ainda estará à distância.
E, assim, o milagre não acontece. Você pode até perguntar: — Mas como é que eu posso me aproximar de Jesus que não está mais entre nós, fisicamente, para entender e reconhecer a sua divindade?
Ele está sim! Muito mais perto do que você imagina. Jesus está na Igreja, no seu corpo místico, do qual ele mesmo é o cabeça. E é aproximando-se da Igreja que você se aproxima do próprio Senhor Jesus.
É na comunhão do Culto aqui na Igreja que você pode reconhecer e se render à divindade do Senhor.
Sem comunhão, sem exercício do culto, sem a celebração dos sacramentos, não há milagre. Por quê? Porque não há proximidade. A Igreja está aqui pra isso.
Para que você se aproxime do próprio Cristo. Entendeu? Portanto, não pergunte mais: — Mas, pastor, onde está Jesus, para que eu possa chegar tão perto?
Ele está aqui, no meio do seu povo, na sua Igreja constituída, na comunhão dos seus filhos, na celebração litúrgica do culto, na ministração dos sacramentos.
Venha! Venha à Igreja! Venha Primeirona. Esteja conosco e você não apenas vai se maravilhar da doutrina de Jesus, mas você vai se render à sua divindade. E vai fazer como o leproso, que se aproximou e disse, em adoração, prostrado:
— Senhor — essa foi a palavra que ele usou. Palavra reservada à divindade. Não o chamou de Rabi ou de Mestre, mas o chamou de Senhor.
Então, à distância, longe, você pode se maravilhar com a doutrina de Jesus, mas, de perto, você vai se render à sua divindade, e o milagre então acontece.
Mas, tem outra coisa: A multidão que ia a uma certa distância de Jesus, diferentemente do leproso, que se aproximou, podia sentir o poder de Jesus, porque esse poder é visível, é reconhecido pelo mundo inteiro.
Como não sentir o poder do Senhor? É por isso que o texto diz: — Elas estavam maravilhadas da sua doutrina, porque ele as ensinava como quem tem autoridade e, não, como os escribas.
Havia algo de diferente que emanava do homem de Nazaré. À distância, podemos perceber o poder de Jesus, mas o texto diz que o leproso, aproximando-se, prostrando-se, adorando, disse:
— Senhor, se quiseres, podes purificar-me.
Não é assim que está escrito? Esse poder se sente à distância, mas, de perto, o leproso queria descobrir outra coisa > O querer de Jesus. “Se quiseres, podes”.
E pode mesmo! Quero saber, se queres. E é isso que falta a muita gente. Descobrir o querer de Jesus.
Mais do que descobrir o seu poder, porque o poder Dele é inquestionável, é testemunhado pela própria história e pelo tempo.
Mas o querer de Jesus nós só descobrimos na proximidade, porque Jesus diz assim, bem próximo do leproso: — Quero! Quero sim! É isso que queres saber? Eu quero! Fica limpo!
E você pode perguntar — Mas, pastor, como é que eu posso chegar tão perto de Jesus para descobrir o seu querer?
Aqui, oh! (mostrando a Bíblia). Todo o querer de Jesus para nós está aqui, oh! A divindade você descobre na comunhão do Culto.
Mas, o querer de Jesus você descobre na leitura da Palavra. Aqui está o querer de Jesus para você. Não precisa que ninguém lhe diga, basta que você leia. E tudo se resume num só desejo divino: — Que você tenha vida e vida em abundância.
A vontade e o querer de Jesus NÃO É a Igreja que define, mas é a Palavra do Senhor que estabelece. Porque, às vezes, a Igreja pretende definir o querer de Jesus.
E, aí, entende mal o querer de Jesus, e impõe o querer da própria Igreja, oprimindo as pessoas, sobrecarregando os que têm fé, e espantando os que não têm, com suas imposições descabidas e suas regras sem consistência.
O querer de Jesus está aqui, oh! (mostrando a Bíblia). Descubra você mesmo. Aqui está o Senhor Jesus. Aproxime-se, leia, e você vai descobrir o que o leproso descobriu.
Não o poder que ele sentiu à distância, mas o querer que ele descobriu tão perto. “Quero!” É isso que o Senhor Jesus quer dizer a você com sua palavra:
— Eu quero que você tenha vida, e vida abundante. Vida significativa.
Coisa maravilhosa! E mais... À distância, você há de se maravilhar da doutrina, mas, de perto, você há de se render à divindade do Senhor.
À distância, você pode ouvir a sua voz, como as multidões ouviram, tanto que estavam maravilhadas da sua doutrina. À distância, todos andam ouvindo a voz de Jesus, na pregação do evangelho, hoje tão difundida no rádio e na TV.
Mas, é estando perto que você experimenta o seu toque. Aproximando-se, o leproso, perguntou: — Senhor, queres curar-me, porque eu sei que podes.
E Jesus disse: “Quero!” É o que diz o texto! “E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe o corpo”, porque o homem estava bem perto, ao alcance da mão de Jesus.
Ou seja, aquele leproso se colocou ao alcance de Jesus. Não que Deus não possa alcançar a qualquer distância, mas é assim que deve ser, para o nosso bem: > Temos que nos aproximar de Jesus.
“E, estendendo a mão, tocou-lhe o corpo enfermo”. Tocou-lhe o corpo cheio de feridas, o corpo asqueroso, o corpo nojento, tomado pela lepra que o excluía de tudo e de todos.
É esse o Senhor Jesus que, aclamado pelas multidões, foi sensível à dor daquele homem e, mais do que isto, estendeu a Sua santa mão e tocou as feridas daquela carne leprosa.
Isso para surpresa de todos e muito mais do próprio leproso, de quem ninguém se aproximava. É lindo isso!
Como Jesus é capaz de se sobrepor a todas as nossas contradições, a todos os nossos preconceitos...
Não somos assim? Você encosta em todo mundo? Encosta? E tem tanta gente carente de um abraço, carente de uma mão que se estenda e toque.
Já ouvi reclamações assim. — Pastor, eu não fui nem abraçado. — E você abraça todo mundo? Confesse! Todo mundo estimula o seu abraço?
É difícil, não é? Tem gente até que nem disfarça isso. Mas Jesus, não! Aquele homem, ferido, nojento, é a esse homem que Jesus, sensível, estende a mão e nele pousa a sua graça, recuperando-lhe a saúde.
Maravilha! Esse toque de Jesus que não exclui ninguém, que não discrimina, sem reservas, é o toque que senti a tantos anos atrás, quando me aproximei do Senhor pela leitura da Palavra.
Você já se sentiu assim? E veio o Senhor e me tocou. E veio o Senhor e tocou no Diácono João e disse: — Levanta, João. Fica curado!
E você pode perguntar: — Mas, pastor, como é que eu faço para chegar perto de Jesus a ponto de experimentar o seu toque?
É na prece, é na oração, é na comunhão mais profunda do seu ser com o Espírito de Deus. É assim que você sente a mão poderosa de Jesus alcançando a sua alma.
A sua alma que, às vezes, está cheia de feridas e leprosa do pecado. São três coisas: — 1. O Culto, na comunhão do povo de Deus. 2. A leitura da Palavra; e 3. O exercício da Oração.
Se você fizer isso, você estará pertinho de Jesus, e o milagre há de acontecer, seja ele qual for. Aproxime-se. Deus está passando, aclamado pela história, pelo mundo, por tudo aquilo que disse e fez, mas Ele está sensível à sua dor.
Sensível ao seu clamor, querendo dizer a você: — “Eu sou o Deus todo poderoso, curve-se em adoração. Confesse-me aos homens. Eu sou o Senhor!
E, aí, você descobrirá o querer de Jesus, e mais, você experimentará o seu toque curativo. Deus abençoe a Igreja, neste domingo maravilhoso, de tantas bênçãos, de tantas alegrias.
Que o milagre aconteça na sua vida.
Amém!

sexta-feira

Aprendendo à luz da Palavra

Mateus 26:26-30
Aqui está a mesa da Santa Ceia. A Santa Ceia é uma cerimônia que, para os olhos de uma pessoa incrédula, para as almas insensíveis, e para as inteligências ainda distantes da plena compreensão do seu significado parece um evento monótono, cansativo e sem graça.
Mas reparem bem! Para olhos incrédulos, para almas insensíveis, e para inteligências distantes do pleno significado de tudo isso, pode ser que seja uma cerimônia monótona, cansativa e sem graça.
Eu digo isso, porque foi assim comigo também. Quantas vezes, em outros ambientes religiosos, participei ou acompanhei a celebração da Eucaristia, não necessariamente nos moldes do nosso ambiente protestante e reformado.
E naquele tempo parecia mesmo muito cansativo. Eu não sabia nada daquilo. Eu não cria naquilo! Mas a Santa Ceia, aos olhos da fé, para as almas crentes, e para as inteligências que compreendem o seu significado, é exatamente o contrário.
É uma cerimônia extremamente dinâmica, extremamente movimentada. Não no caminhar dos presbíteros que servem os elementos da Ceia à igreja.
Não na condução do oficio Eucarístico pelo pastor. Não! A dinâmica da Santa Ceia está muito acima de tudo isso.
Vamos ficar de pé e abrir a Bíblia no Evangelho de Mateus no capitulo 26, e acompanhar a leitura que faço a partir do verso 26 também.
Mt 26.26 diz assim: — Enquanto comiam ( quem comiam? > Jesus e seus doze discípulos) tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu a seus discípulos, dizendo: tomai, comei; isto é o meu corpo.
Vamos, por enquanto, ler apenas o v.26. Deixe sua bíblia aberta onde está, depois nós voltaremos ao texto. Reparem irmãos, isso é a igreja que vai responder agora. No v.26 que acabamos de ler, quantos tempos verbais você identifica? Quantos verbos você encontra nesse versículo?
Nove. Vamos conferir > Comiam, tomou, abençoando-o, partiu, deu, dizendo, tomai, comei, é. Nove.
E o que, na frase, representa o verbo? Representa AÇÃO! É ou não é! Então, num versículo, e eu não li todo texto que fala da Santa Ceia, só neste v.26 você encontra nove verbos.
Reparem quanta ação, quanta dinâmica existe na Santa Ceia. E nem lemos os outros versos! O que eu quero dizer é que a Santa Ceia, a princípio, pode parecer, para algumas pessoas, que já especifiquei, algo cansativo, monótono, sem graça.
Tem gente que até dorme durante a celebração da Santa Ceia. É verdade! Porque parece algo assim, algo sonolento.
Existem igrejas até, e isso ainda hoje, que colocam os presbíteros todos de preto. Na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro é assim.
É uma tradição antiga que ainda é mantida em algumas igrejas presbiterianas. Os presbíteros vão todos de preto, aí fica mais sonolento ainda.
Aí, se você ficar olhando o tempo todo para os presbíteros, todos de preto e os pastores de toga preta, e olhando para mesa, dá sono mesmo!
A não ser que você perceba aquilo que o texto ensina, que a Santa Ceia é um tempo de muita ação, de muita dinâmica Divina. E tudo isso é atribuído a Jesus!
A não ser o fato de que foi no contexto da refeição de todos eles. E é isso que nos precisamos ver na mesa eucarística > Não apenas uma solenidade, uma cerimônia que se repete sempre todos os meses, e que talvez nos traga a lembrança do sacrifício de Jesus.
Mas será apenas isso? Não! A Santa Ceia, para a teologia presbiteriana, não é um simples memorial. Não é apenas uma memória de museu, uma memória estática.
Você já foi a um museu? A Lysia é diretora do Museu Teo Brandão. E você vai lá e fica olhando quadros, esculturas, objetos do folclore, seja lá o que for. E aquilo é absolutamente estático.
Se você for a um museu de História Natural, você fica sabendo que o dinossauro podia ter sido daquela forma que está ali.
Lá no museu Imperial, em Petrópolis, você vê que Dom Pedro II usou uma certa coroa, mas a coroa não se mexe, o fóssil do dinossauro fica imóvel. Essa é a memória de museu.
Mas a memória da Santa Ceia, a memória eucarística, é uma memória dinâmica! É a memória da ação de Deus a nosso favor. E é assim que funciona o tempo todo, não apenas na celebração da Eucaristia.
A celebração eucarística é a renovação desta verdade, é a atualização deste ensino em nós. Mas a Eucaristia acontece o tempo todo, porque nós e a nossa vida, somos o maior dos sacramentos.
Às vezes, a nossa vida, aos nossos próprios olhos — olhos que muitas vezes se tornam incrédulos — a nossa própria alma, que às vezes se torna insensível, a nossa própria inteligência, que às vezes, perde o significado que deve ter, na eucaristia diária, se faz monótona, cansativa e dá sono.
E tem gente vivendo assim, com sono! Porque a vida se tornou assim para essas pessoas.
Ah, mas se aprendermos hoje, à luz da Palavra, na celebração da Santa Ceia, que existe uma enorme movimentação. Que há uma grande dinâmica divina na eucaristia! Ai, SIM, faremos de nossa vida uma eucaristia dinâmica.
Mas onde está a dinâmica Divina, na Santa Ceia, e que está em nossa vida diária? Está aí, no contexto da refeição! No contexto da mesa que nos oferece o alimento, portanto num contexto comum, absolutamente comum.
No contexto diário da nossa vida. Não havia novidade naquela ceia de Jesus e dos discípulos, ainda que eles estivesse celebrando a páscoa judaica.
A mesa era a mesma mesa. A mesa da refeição, uma realidade absolutamente deles, dos discípulos. Não era o momento de uma grande solenidade, de uma grande festa.
Era o momento da mesa. Portanto, nesse momento diário, comum, repetitivo, é que chega a novidade. Jesus toma o pão diário, o pão comum, o abençoa e faz do pão o seu corpo.
Jesus muda, não a natureza do pão, que permaneceu pão, mas muda o seu significado. Altera o seu sentido. Daqui para frente este pão, sob a minha benção, não é mais um simples pão!
Esse pão se torna meio da Graça! Portanto, estenda a sua mão e coma. Como se você estivesse comendo a minha própria carne, ainda que o gosto lhe pareça e é o gosto do pão.
Que coisa maravilhosa! Assim será a vida! Muitas vezes, a vida se tornará tão repetitiva que se fará monótona e sem graça. Mas, nessa hora, lembre-se da Santa Ceia.
Porque é no contexto da sua vida diária, que Eu tomo aquilo que é tão comum, e tão sem graça, e abençoou e devolvo a meus discípulos pleno de novo sentido.
Pleno de novo significado. Pleno de bênçãos. E, agora SIM, a vida ganha expressão, porque ela se faz corpo de Cristo.
Portanto, se é assim como posso dormir durante a vida? Como posso ficar insensível a vida que se desenvolve, em mim?!
Como posso perder a noção da novidade que Deus implanta em minha vida. A cada dia! Novidade de vida que vou deixando de perceber, porque minha visão Eucarística se desfaz e some de mim.
E não existe memória. É tão comum. Por exemplo, não há nada mais repetido do que acordar todo dia, é ou não é?
Mas se você parar para pensar que você podia NÃO ter acordado, o acordar ganha um novo significado. Acordei! Estou vivo! Meu Deus! Ainda existe uma oportunidade, ainda dá tempo!
Há uma oportunidade de mudar tudo, de fazer alguma coisa nova! Deus abençoou a minha vida, enquanto eu dormia! Tomou a minha vida em suas mãos, abençoou, e me disse: Vive!
E eu acordei! Aí a vida é o que há de ser, um grande sacramento! Lembrem-se disso! Você que anda acordando todo dia e já acorda zangado, mal-dizendo, reclamando, cheio de dor, murmurando. Lastimando o fato de ter que ir trabalhar.
Será que você não percebeu? O dia anterior passou, você sobreviveu a todas as coisas. Você pôde dormir, na sua casa, num quarto quentinho e confortável.
E melhor ainda, você despertou, enquanto muitos já estão sepultados. Acorde assim! Acorde com a visão da Eucaristia que a mesa do Senhor ensina.
Porque, enquanto eles comiam, algo absolutamente comum na vida deles, Jesus tomou o pão, que também era o pão diário. Não havia novidade alguma naquilo!
Jesus tomou o pão e abençoou o pão! Ah! Aí mudou tudo! Coma! Coma! Isso é o Meu corpo que é dado por vocês. Não é mais o pão que vocês têm comido. É o pão Eucarístico.
Toma! E faça isso em memória dinâmica de mim. Não fique a olhar o pão e o vinho, nessa contemplação estática de um Cristo crucificado. Preso no madeiro.
Oh! Lá está o Senhor Jesus Cristo, exangue, quebrado, sofrido. Não! Porque isso é memória estática. Olhe para o Cristo da Santa Ceia, além da morte! Vivo!
Olhe para Jesus e veja o Cristo que lhe oferece vida e vida em abundância. Aprenda isso hoje! Leia só o v.26, os outros vocês já conhecem.
Conte de novo os verbos desse verso 26. Nove, apenas em um versículo. Quanta ação! Quanta dinâmica! Quanta benção! Quanta oportunidade! Quanta misericórdia! Quanto milagre!
E faça da vida um sacramento diário permanente, porque tudo que lhe tem sido absolutamente comum, repetido, não é monótono nas mãos do Senhor Jesus.
Se a vida lhe parece isso, convide o Senhor! Diga — Senhor Jesus, assente-se aqui comigo! Enquanto eu vou comendo, faz o milagre eucarístico.
Toma o que é meu, que já me cansa, e transforma em teu corpo, redivivo e eterno. E me faz viver, Senhor, eucaristicamente.
Deus abençoe você! Deus abençoe a Primeirona! E participe assim da Santa Ceia.
Reparem que, desse ponto de vista, ela não lhe dá sono. Reparem que o andar dos presbíteros, que tem que ser lento, não cansa a sua paciência.
Lembrem-se que — Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu a seus discípulos, dizendo: tomai, comei; isto é o meu corpo.
Deus nos abençoe! Amém!?