terça-feira

Aproxime-se! Deus Está Passando.

Mateus 7.28-29
Nada do que qualquer homem tenha dito, até hoje, em termos de discurso, ou de literatura, ou de qualquer outra manifestação artística, pode chegar aos pés do que Jesus disse no Sermão da Montanha...
O Sermão do Monte é tão importante que, Mahatma Gandhi, que nem cristão era, mas sim indu, disse que, “se todas as bibliotecas do mundo fossem destruídas, mas se sobrasse o Sermão do Monte, a humanidade não teria perdido nada”.
Quem nunca ouviu falar sobre o Sermão do Monte? Mesmo aquelas pessoas que não têm intimidade com a Bíblia Sagrada, sabem, muito bem, que, um dia, Jesus proferiu esse insuperável discurso que está registrado no Evangelho de Mateus, capítulos 5, 6 e 7.
É claro que não vamos ler agora todo esse texto. Não há tempo pra isso. Mas uma parte da Igreja já conhece e, os que ainda não conhecem devem ler o Sermão da Montanha, pela grandeza do seu texto, pela significância do seu conteúdo, pela beleza literária da sua composição.
Mas, logo depois que Jesus proferiu o Sermão do Monte, o Evangelho de Mateus, lá no final do capítulo 7... vejam lá: Evangelho de Mateus, capítulo 7, bem no seu final, versículos 28 e 29.
Mt 7.28 e 29. O evangelista diz assim — Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; 29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
O final do Sermão do Monte é este, e não podia ser outro. Depois de tanta beleza, depois de tantas mensagens de tão grande significado, a reação das multidões não podia ser outra.
Elas estavam maravilhadas, perplexas, extasiadas, com tudo o que haviam ouvido. Mas o texto prossegue e narra um acontecimento na vida de um leproso.
A narrativa é tão singela, que pode perder muito da sua força, porque ela vem, exatamente, logo depois do Sermão da Montanha, que por si só é impressionante.
Mas é a respeito do milagre que está registrado logo depois do Sermão do Monte que eu desejo falar à Igreja nesta noite.
Ou seja, é em Mt 8.1-3 que está o texto da nossa mensagem. Abram e confiram nas suas Bíblias. — Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. 2 E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. 3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.
Só isso. Um incidente, aparentemente insignificante, não percebido por todos, porque estavam todos ainda sob a forte impressão do Sermão do Monte proferido há pouco, mas ali está... ali está o registro de um milagre.
A cura de um leproso. De uma pessoa que, naquela época, era desprezada, era excluída do convívio social por conta da sua enfermidade.
Mas o milagre aconteceu! Jesus, mesmo tendo sido aclamado pelas multidões; Jesus, mesmo tendo percebido como as multidões ficaram maravilhadas, é capaz de olhar e sentir compaixão por aquele pobre coitado.
Jesus não se deixou seduzir pelo louvor das multidões, como, tantas vezes, acontece conosco. Nós somos, às vezes, tão honrados, que não percebemos os desesperos à nossa volta.
Não é assim? E o pastor, principalmente, precisa tomar muito cuidado com isso! Ou seja, nas homenagens que recebemos, não podemos perder a sensibilidade para as pessoas que estão à nossa volta e que, às vezes, desejam a nossa atenção.
Mas Jesus não se descuidou disso. Não se deixou seduzir pela aclamação popular e curou aquele leproso.
Mas há uma palavra, nos versículos que lemos, que define esse milagre. Reparem — Descendo Jesus do monte, grandes multidões o seguiram e eis que um leproso, tendo se aproximado...
Esta é a palavra, ou são as palavras. Esta aproximação, este chegar perto, este ficar ao alcance, foi isso o que permitiu a Jesus fazer o milagre.
É isso que nos permite entender e nos permite receber, com intensidade, a misericórdia do Senhor. É na medida em que nos aproximamos de Jesus.
Porque, reparem bem, as multidões estavam seguindo Jesus. Isso significa dizer que havia uma distância entre as multidões e o Senhor Jesus Cristo.
A multidão não estava tão perto. A multidão apenas o seguia. Eles viam Jesus adiante, uns mais próximos e outros mais distantes, porque era muita gente.
Mas todos guardavam uma certa distância de Jesus, para que ele pudesse caminhar na frente de todos.
Se você ler com atenção o Sermão do Monte, ao final, você vai estar também do mesmo jeito: Maravilhado. Porque o Sermão do Monte é de uma profundidade sem igual, é de uma excelência extraordinária, é de uma beleza literária incomparável, e é isso o que fica nas pessoas que lêem:
— Uma completa disposição de se exaltar. De se maravilhar e, a uma certa distância, as pessoas se maravilham com a doutrina de Jesus, mesmo que não O conheçam bem.
Mas quem pode ficar indiferente às palavras de Jesus — Por que você anda ansioso pelo que você tem que comer e vestir? Por que? Não é a vida mais do que o alimento?
Não é o corpo mais do que a veste? Ora! Reparem as aves do céu. Não semeiam, não ajuntam em celeiros; contudo, o seu Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais do que as aves? Ah! Observai os lírios do campo. Não trabalham, não tecem, não fiam. Mas eu digo que, nem o Rei Salomão, em todo o esplendor da sua glória, vestiu-se como um lírio. Ah, mas se Deus alimenta as aves do céu, veste a erva do campo dessa forma, que hoje existe e amanhã é queimada, não alimentará e vestirá a vós, que sois seus filhos?
Como você pode ouvir uma palavra dessa e ficar indiferente? Não! Você fica é maravilhado como a multidão, mesmo à distância.
Mas, se à distância, alguém pode se maravilhar da doutrina de Jesus, aproximando-se, como fez o leproso, chegando perto, mais do que se maravilhar da doutrina, a pessoa se rende aos pés do Senhor.
Diz o texto: “... aproximando-se, adorou Jesus”. No evangelho de Marcos diz que ele se pôs de joelho, e no de Lucas, que ele se prostrou com o rosto em terra.
Ou seja, esta é a atitude de quem cultua, de quem adora. É de perto que reconhecemos e que podemos nos render à divindade do Senhor.
Enquanto você não reconhecer e não se render à divindade de Jesus, por mais que você se maravilhe da sua palavra, você ainda estará à distância.
E, assim, o milagre não acontece. Você pode até perguntar: — Mas como é que eu posso me aproximar de Jesus que não está mais entre nós, fisicamente, para entender e reconhecer a sua divindade?
Ele está sim! Muito mais perto do que você imagina. Jesus está na Igreja, no seu corpo místico, do qual ele mesmo é o cabeça. E é aproximando-se da Igreja que você se aproxima do próprio Senhor Jesus.
É na comunhão do Culto aqui na Igreja que você pode reconhecer e se render à divindade do Senhor.
Sem comunhão, sem exercício do culto, sem a celebração dos sacramentos, não há milagre. Por quê? Porque não há proximidade. A Igreja está aqui pra isso.
Para que você se aproxime do próprio Cristo. Entendeu? Portanto, não pergunte mais: — Mas, pastor, onde está Jesus, para que eu possa chegar tão perto?
Ele está aqui, no meio do seu povo, na sua Igreja constituída, na comunhão dos seus filhos, na celebração litúrgica do culto, na ministração dos sacramentos.
Venha! Venha à Igreja! Venha Primeirona. Esteja conosco e você não apenas vai se maravilhar da doutrina de Jesus, mas você vai se render à sua divindade. E vai fazer como o leproso, que se aproximou e disse, em adoração, prostrado:
— Senhor — essa foi a palavra que ele usou. Palavra reservada à divindade. Não o chamou de Rabi ou de Mestre, mas o chamou de Senhor.
Então, à distância, longe, você pode se maravilhar com a doutrina de Jesus, mas, de perto, você vai se render à sua divindade, e o milagre então acontece.
Mas, tem outra coisa: A multidão que ia a uma certa distância de Jesus, diferentemente do leproso, que se aproximou, podia sentir o poder de Jesus, porque esse poder é visível, é reconhecido pelo mundo inteiro.
Como não sentir o poder do Senhor? É por isso que o texto diz: — Elas estavam maravilhadas da sua doutrina, porque ele as ensinava como quem tem autoridade e, não, como os escribas.
Havia algo de diferente que emanava do homem de Nazaré. À distância, podemos perceber o poder de Jesus, mas o texto diz que o leproso, aproximando-se, prostrando-se, adorando, disse:
— Senhor, se quiseres, podes purificar-me.
Não é assim que está escrito? Esse poder se sente à distância, mas, de perto, o leproso queria descobrir outra coisa > O querer de Jesus. “Se quiseres, podes”.
E pode mesmo! Quero saber, se queres. E é isso que falta a muita gente. Descobrir o querer de Jesus.
Mais do que descobrir o seu poder, porque o poder Dele é inquestionável, é testemunhado pela própria história e pelo tempo.
Mas o querer de Jesus nós só descobrimos na proximidade, porque Jesus diz assim, bem próximo do leproso: — Quero! Quero sim! É isso que queres saber? Eu quero! Fica limpo!
E você pode perguntar — Mas, pastor, como é que eu posso chegar tão perto de Jesus para descobrir o seu querer?
Aqui, oh! (mostrando a Bíblia). Todo o querer de Jesus para nós está aqui, oh! A divindade você descobre na comunhão do Culto.
Mas, o querer de Jesus você descobre na leitura da Palavra. Aqui está o querer de Jesus para você. Não precisa que ninguém lhe diga, basta que você leia. E tudo se resume num só desejo divino: — Que você tenha vida e vida em abundância.
A vontade e o querer de Jesus NÃO É a Igreja que define, mas é a Palavra do Senhor que estabelece. Porque, às vezes, a Igreja pretende definir o querer de Jesus.
E, aí, entende mal o querer de Jesus, e impõe o querer da própria Igreja, oprimindo as pessoas, sobrecarregando os que têm fé, e espantando os que não têm, com suas imposições descabidas e suas regras sem consistência.
O querer de Jesus está aqui, oh! (mostrando a Bíblia). Descubra você mesmo. Aqui está o Senhor Jesus. Aproxime-se, leia, e você vai descobrir o que o leproso descobriu.
Não o poder que ele sentiu à distância, mas o querer que ele descobriu tão perto. “Quero!” É isso que o Senhor Jesus quer dizer a você com sua palavra:
— Eu quero que você tenha vida, e vida abundante. Vida significativa.
Coisa maravilhosa! E mais... À distância, você há de se maravilhar da doutrina, mas, de perto, você há de se render à divindade do Senhor.
À distância, você pode ouvir a sua voz, como as multidões ouviram, tanto que estavam maravilhadas da sua doutrina. À distância, todos andam ouvindo a voz de Jesus, na pregação do evangelho, hoje tão difundida no rádio e na TV.
Mas, é estando perto que você experimenta o seu toque. Aproximando-se, o leproso, perguntou: — Senhor, queres curar-me, porque eu sei que podes.
E Jesus disse: “Quero!” É o que diz o texto! “E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe o corpo”, porque o homem estava bem perto, ao alcance da mão de Jesus.
Ou seja, aquele leproso se colocou ao alcance de Jesus. Não que Deus não possa alcançar a qualquer distância, mas é assim que deve ser, para o nosso bem: > Temos que nos aproximar de Jesus.
“E, estendendo a mão, tocou-lhe o corpo enfermo”. Tocou-lhe o corpo cheio de feridas, o corpo asqueroso, o corpo nojento, tomado pela lepra que o excluía de tudo e de todos.
É esse o Senhor Jesus que, aclamado pelas multidões, foi sensível à dor daquele homem e, mais do que isto, estendeu a Sua santa mão e tocou as feridas daquela carne leprosa.
Isso para surpresa de todos e muito mais do próprio leproso, de quem ninguém se aproximava. É lindo isso!
Como Jesus é capaz de se sobrepor a todas as nossas contradições, a todos os nossos preconceitos...
Não somos assim? Você encosta em todo mundo? Encosta? E tem tanta gente carente de um abraço, carente de uma mão que se estenda e toque.
Já ouvi reclamações assim. — Pastor, eu não fui nem abraçado. — E você abraça todo mundo? Confesse! Todo mundo estimula o seu abraço?
É difícil, não é? Tem gente até que nem disfarça isso. Mas Jesus, não! Aquele homem, ferido, nojento, é a esse homem que Jesus, sensível, estende a mão e nele pousa a sua graça, recuperando-lhe a saúde.
Maravilha! Esse toque de Jesus que não exclui ninguém, que não discrimina, sem reservas, é o toque que senti a tantos anos atrás, quando me aproximei do Senhor pela leitura da Palavra.
Você já se sentiu assim? E veio o Senhor e me tocou. E veio o Senhor e tocou no Diácono João e disse: — Levanta, João. Fica curado!
E você pode perguntar: — Mas, pastor, como é que eu faço para chegar perto de Jesus a ponto de experimentar o seu toque?
É na prece, é na oração, é na comunhão mais profunda do seu ser com o Espírito de Deus. É assim que você sente a mão poderosa de Jesus alcançando a sua alma.
A sua alma que, às vezes, está cheia de feridas e leprosa do pecado. São três coisas: — 1. O Culto, na comunhão do povo de Deus. 2. A leitura da Palavra; e 3. O exercício da Oração.
Se você fizer isso, você estará pertinho de Jesus, e o milagre há de acontecer, seja ele qual for. Aproxime-se. Deus está passando, aclamado pela história, pelo mundo, por tudo aquilo que disse e fez, mas Ele está sensível à sua dor.
Sensível ao seu clamor, querendo dizer a você: — “Eu sou o Deus todo poderoso, curve-se em adoração. Confesse-me aos homens. Eu sou o Senhor!
E, aí, você descobrirá o querer de Jesus, e mais, você experimentará o seu toque curativo. Deus abençoe a Igreja, neste domingo maravilhoso, de tantas bênçãos, de tantas alegrias.
Que o milagre aconteça na sua vida.
Amém!

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