quarta-feira

A visão ampliada de Deus

Gn 13.14-18
A fonte da nossa reflexão, nesta noite, é o livro de Gênesis capitulo 13 a partir do versículo 14. Essa história que vamos ler agora, ela resulta de um momento de separação entre Abraão e toda a gente que vivia com ele.
É a separação de Abraão de Ló, seu sobrinho, e toda a gente que também vivia com Ló. Eles agora possuíam gado, bens, mas ainda não tinham uma terra em que pudessem se fixar.
E como a casa de cada um deles havia crescido bastante, as suas posses também se ampliaram, o seu gado se desenvolveu, e eles precisavam de mais espaço.
A Bíblia nos versículos anteriores — e você em casa depois pode conferir — diz que Abraão propôs a Ló uma separação. E Abraão com sua capacidade de dividir as coisas, permitiu que o seu sobrinho Ló escolhesse a terra que pretendia habitar, com sua casa, com o seu gado, com as pessoas que com ele viviam.
E diz o texto, anteriormente, que Ló escolheu as Campinas do Jordão. Ló foi esperto. Escolheu a melhor terra, a terra fértil. Porque era assim naquele tempo, antes da destruição de Sodoma e Gomorra.
Assim, reparem, na hora da escolha, Ló, inteligentemente, escolheu as Campinas do Jordão. E Abraão ficou com o que restara.
É neste contexto de separação, de divisão de espaços, ainda que não possuídos integralmente, que a historia acontece.
Vamos, então, ler agora, a partir do verso 14 do capitulo 13 de Gênesis — Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se separou dele: Abraão ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; 15 porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e a tua descendência para sempre. 16 Farei a tua descendência como pó da terra, de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência. 17 Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na largura; porque eu ta darei. 18 E Abrão, mudando as suas tendas, foi habitar nos Carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom, e levantou ali um altar ao Senhor.
Aí está a historia, aí está o momento, aí está à separação, aí está a nova realidade que Abraão teria que viver. Eles haviam acabado de chegar do Egito, onde viveram por algum tempo, devido à escassez de alimentos na terra que lhes era prometida.
E, agora, estavam de volta! Abraão ali estava, com a terra que lhe restara, com a perspectiva da posse de um território que lhe sobrou, uma vez que Ló havia escolhido o melhor pedaço.
Mas é neste contexto que Deus diz a Abraão — Abraão ergue os olhos! E olha! Olha a terra! Olha para o norte, para o sul, para o ocidente, para o oriente. Porque toda esta terra que vês, Eu darei a ti.
Mas, reparem, irmãos, o que está no texto, e que nos chama a atenção. Olhem bem esse v.14 — Ergue os olhos e olha – diga a igreja - e vês desde onde estás.
Isso, às vezes, nos escapa na leitura do texto. Por quê? Porque chama muito mais a atenção Palavra do Senhor, falando da experiência, da expectativa e da amplitude da promessa.
Assim, deixamos de perceber a expressão — Ergue os olhos, Abraão, e olha desde onde estás. — Olha daí!
Eu não sei, exatamente, onde Abraão estava. A Bíblia nos dá uma idéia geográfica muito geral, mas exatamente onde Abraão estava não sabemos.
Mas isso não importa. Importa é saber que era de onde Abraão estava que ele devia olhar. Deus não tira Abraão de onde ele estava para levá-lo a um pináculo de templo que nem existia, ou ao cume de uma montanha onde pudesse ver mais.
Não, não, não. Deus não faz isso. Ele diz — Abrão, olha de onde estás, olha a partir da tua realidade, agora. Olha pro norte, olha pro sul, olha para o oriente, olha para o ocidente. E vê o que puderes ver.
É isso que Deus nos diz. É isso o que Deus diz a você e diz a mim insistentemente. Olhe de onde você está, porque não dá para olhar de onde NÃO estamos.
Deus NÃO nos impõe uma impossibilidade. Deus NÃO nos diz: Olha do céu; olha do fundo do mar; olha dos confins da terra. Não! Olha de onde você está!
Olha a partir dessa realidade em que você vive. Uma realidade que talvez, hoje, é muito pequena e limitada. Uma realidade que é frágil e assustadora! Olha daí!
Porque, reparem, Ló escolheu o bom pedaço da terra. Aquele pedaço que lhe pareceu bom. As Campinas do Jordão eram uma terra fértil, onde seu gado haveria de crescer e alimentar-se com fartura.
Parece, portanto, que sobrou o pior pra você, não é Abraão? Você não se sente assim nessa região montanhosa? Olha! Confere a sua realidade. — Porque tudo o que vês eu te darei — diz o Senhor.
O que é que você vê hoje? Se Deus dissesse a você, agora, Gil, olha pro norte, pro sul, pro oriente, pro ocidente de onde você está. Certamente, a Gil veria muito pouco. Nós também veríamos muito pouco.
Mas Abraão olhou. — Pois é, Abraão, tudo isso que você está vendo Eu darei a você. Mas Eu darei muito mais, porque de onde você está, Abraão, você não pode ver tudo o que Eu posso dar a você.
Porque, prossegue o texto no v.15 — porque toda essa terra que vês, eu a darei, a ti e a tua descendência para sempre.
Uma terra para Abraão e sua descendência para sempre. Poderia ser uma terra pequena, poderia ser a terra que Abraão conseguia ver de onde estava, mas Deus, diz no v.16 — Farei a tua descendência como pó da terra, de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência.
Ah! Abraão! Você olhou de onde você está? Você viu a terra que Eu lhe darei? Não! Você não viu, não. Você pensa que viu! Porque a terra que lhe darei é muito maior do que você pode ver.
Porque o que lhe darei será a terra que vai ser habitada por sua descendência incontável, como pó da terra. Não, Abraão, a sua descendência será tão grande que não caberá na terra que você pode ver de onde você está.
Porque a promessa de Deus é assim... A promessa de Deus é sempre muito maior do que podemos ver. Às vezes, a nossa esperança fica assim tão diminuída, porque só podemos ver de onde estamos.
Será que eu posso ver o Clima Bom de onde estou? Não, não posso! Mas, lá no Clima Bom, estará a Segunda do Tabuleiro. É como se Deus tivesse me dito há quatro anos trás: — Pedro, de onde você está olha e veja a minha igreja.
E eu teria visto a Primeirona, como vi. E Deus me diria — Pois bem, a igreja que Eu lhe darei é muito maior. Ela está no Clima Bom, ela está no Salvador Lira, ela está na Forene. Ela está não sei lá onde. A 2ª, a 3ª, a 4ª IP do Tabuleiro...
— Abraão a terra que darei a você não é essa terra que você vê de onde você está. Não, ela é muito maior.
Portanto, de onde você está, você não vê o que Deus pode oferecer a você. Você vê apenas o que seus olhos alcançam. E é por isso que as pessoas desanimam e enfraquecem, porque vêem tão pouco.
As pessoas somente conseguem ver a sua dor, a sua crise, o seu medo, a sua insegurança, a sua limitação, a sua escassez. E é isso que as pessoas vêem, muitas vezes, de onde estão.
E é isso que as pessoas têm porque é isso o que Deus lhes dá. Mas, meu irmão, vá além disso. Porque se Deus nos desse apenas o que podemos ver de onde estamos, a nossa esperança seria muito pequena.
Ah! eu me lembro quando propus ao conselho da Primeirona as obras que já completamos aqui. Vocês se lembram de como era a Congregação, como era a igreja quando ela foi organizada? Lembram?
Foi como se Deus dissesse ao Conselho — Olhe de onde você está. — E o conselho viu o saldo de caixa da igreja e disse. — É, Senhor, talvez dê pra fazer o gabinete pastoral e nada mais.
Mas Deus disse — Mas é maior, é incontável, e tudo isso darei a Primeirona. E Ele deu! E nós fizemos a obra que era pra ser feita aqui.
Graças a Deus por isso! De onde veio o dinheiro? Não tenho a menor idéia! Foi com sacrifício? Foi! Não me peça para fazer uma obra dessa na sua casa.
Não pense que eu conseguiria do mesmo jeito, porque não coube a mim, nem aos presbíteros, mas coube a esse Deus maravilhoso que diz assim: — Olha de onde você está!
Parece pouco não é, mas Eu darei a você isso que você vê agora e muito mais. Porque a sua descendência, que será incontável como o pó da terra, não habitará essa terra pequena que podes ver. Porque a terra que tenho para você é muito maior.
É isso o que Deus nos fala sempre. É isso que Deus nos propõe sempre. Que olhemos de onde estamos, sim, porque esta é a nossa realidade.
Mas que possamos, na Graça do Senhor, na visão da nossa fé, ver além, muito além. Para que possamos realizar muito mais do que pensamos.
Tem gente que não realiza porque só vê de onde está. E não consegue ver através dos olhos do Senhor. Isso é maravilhoso!
Aí, Deus, depois de dizer isso a Abraão, continua no v.17, confira: — Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na largura; porque eu ta darei.
Disponha-se, Abraão! Você já olhou, já viu, já percebeu que Eu posso lhe dar muito mais. Então, agora, se levante e percorre essa terra de Norte a Sul. Do Oriente ao Ocidente.
Sai do seu lugar, Abraão! Sai de onde estás! Vai para mais alto, para que você veja mais longe, para que você amplie a sua perspectiva. Para que a terra que você pode enxergar, agora, seja uma terra muito mais ampla.
Levante-se! Sai do seu lugar! Percorre passo a passo, porque a terra é tão grande que você não pode percorrê-la de uma vez só. Caminha lance a lance. Disponha-se! Mexa-se, agite-se. Sai dessa mesmice, reage!
E Abraão, mudando as suas tendas foi habitar nos Carvalhais de Manre que estão juntos a Hebrom. Abraão deu o primeiro passo. Coisa maravilhosa!
Desde o início, a vida de Abraão foi uma vida de desafio. Desde Haram, lá na Mesopotâmia, quando Deus o chamou pela primeira vez: — Abraão sai da tua terra, da tua parentela e vai para uma terra que te mostrarei.
E Abraão saiu. Abraão obedeceu. E, agora, novamente, ele se move. Abraão era um homem de ação, de atitudes. E você? Como é você? Você também vai se mover?
Que bom que seja assim. Você está olhando aí do seu lugar? Tá olhando? E o quê você está vendo? O quê você está vendo a respeito da sua vida? Parece pouco? Mas Deus vai lhe dar muito mais.
Entretanto, você somente poderá ver mais do que você vê hoje, se você sair deste lugar em que você está. Apequenado, diminuído, limitado.
Saia! De um passo para o norte, para o sul, para o oriente, para o ocidente. Vá pra frente, volte atrás se for preciso. Desvie para o lado eventualmente. Mas saia! Vá tomando posse de tudo aquilo que lhe pertence. A promessa é para você. Mas a conquista é sua.
E termina o texto. — E chegando aos Carvalhais de Manre que estão juntos a Hebrom — a igreja diz — e levantou ali um altar ao Senhor.
Reparem como termina o texto. Abraão era um homem extraordinário. Ele levantou ali um altar ao Senhor.
Ou seja, quando ele conquistou aquilo que primeiramente pode, Abraão não perdeu a consciência de que Deus lhe dera a oportunidade.
Abraão não se engrandeceu em si mesmo, não se vangloriou. Não se tornou prepotente, não se achou poderoso demais. Mas levantou um altar ao Senhor e prestou culto. Agradeceu.
E disse: — Senhor, entendi. Senhor, acredito! Senhor, eu creio e quero Te servir. Já me deste um pouco, certamente me darás todo lugar que meus pés puderem pisar, porque não ficarei mais parado.
Não estarei mais estacionado. Verei de outros ângulos. Eu Te cultuo, meu Deus! Eu Te bendigo! E é Contigo que vou. E aonde eu chegar e no lugar em que estiver ali erigirei um altar a Ti. E a minha vida será um permanente culto a Ti, Senhor. E cada vitória minha será creditada à Tua Graça e ao Teu poder.
Não perca isso! Porque, às vezes, as pessoas se movem, saem dos seus lugares, conquistam espaços, mas se esquecem de Deus. É ou não é?
Abraão chegando a Manre, junto a Hebrom, levantou um altar ao Senhor. Deus abençoe você nesta noite. De onde você está! Erga os seus olhos. Levante a sua cabeça.
Veja tudo que pode ser seu. E ainda assim será pouco, porque Deus tem muito mais. Portanto, mexa-se, ande, saia do seu lugar, de um passo, liberte-se desta realidade que limita a sua vida, que limita a sua a visão, que limita a sua a perspectiva.
E vá por este mundo erigindo altares ao todo Poderoso. Ao nosso Deus Maravilhoso, ao Senhor Jesus.
Amem!

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