quinta-feira

A Bênção da Tribulação

Romanos 5:1 — Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; 2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; 4 e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. 5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. 6 Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. 8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; 11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.

Estamos vivendo um tempo litúrgico após ressurreição de Jesus. Tempo em que o Senhor redivivo se manifestou, particularmente, aos seus mais íntimos, mas também a muitas outras pessoas.
Essa é a nossa celebração nesse tempo. Mas, o tempo das aparições do Cristo ressurreto aponta para o seu retorno aos céus, de onde Ele veio para se fazer carne.
E, assim, haveria de ser. Mas, também, esse tempo aponta o retorno de Jesus para o lugar dos vivos e dos mortos, para consumar, no tempo, toda a realidade da sua obra redentora.
A parusia, ou a segunda vinda de Jesus, é a grande expectativa da Igreja. Por isso é que o apóstolo diz, no v.2, que “nós nos gloriamos na esperança da glória de Deus”...
Ou seja, na expectativa da sua volta triunfante, em todo o esplendor da sua pessoa bendita, divina, ressurreta. Nós somos um povo assim!
Com os olhos postos num futuro que há de chegar; numa eternidade que há de ser toda nossa, na presença do Senhor. Somos uma família em expectativa da glória de Deus.
Mas, muita gente vive apenas esta expectativa, apenas esta esperança da manifestação inteira da glória de Cristo Jesus, que há de voltar.
E, gente assim, é gente que vive, em parte, a beleza da sua fé em Cristo Jesus.
Eu digo “em parte”, porque é gente que se exclui da realidade presente, se aliena daquilo que é nosso, agora. E tenta se esconder nessa esperança da glória de Deus, fugindo de tudo aquilo que cerca a todos nós.
A nossa fé se fixa nessa esperança da glória de Deus, nessa expectativa segura da volta de Jesus. A nossa fé é a fé que coloca no chão os nossos pés e nos enquadra naquilo que é concreto, hoje, e nos insere na realidade em que vivemos, agora.
Não se pode viver, apenas, nessa expectativa da volta de Jesus! Não devemos, apenas, nos gloriar na esperança da glória de Deus, em Cristo Jesus.
Isso é alienação religiosa! Isso é fuga da realidade! Isso é algo frustrante! Isso imobiliza as pessoas! Isso exclui! Por esse motivo, é que o apóstolo diz, no v.3 — E não somente isso...
Perceberam a frase? Não apenas nos gloriamos na esperança da glória de Deus, mas, também nos gloriamos, nas próprias tribulações.
Aqui, o apóstolo coloca os nossos pés no chão. Ainda que tenhamos esta expectativa maravilhosa e, de fato, não podemos perdê-la.
Porque, se a nossa esperança se limitar apenas a esta vida, diz, também, o apóstolo Paulo: “somos os mais miseráveis dos homens, as mais miseráveis das mulheres”.
Não! A nossa esperança está lá, SIM. É isso que nos anima sempre. Entretanto, nós vivemos um tempo presente, real, concreto, que nos surpreende tantas vezes, e muitas dessas vezes com tribulações.
Jesus advertiu o seu povo pra isto, quando declarou: — No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.
Portanto, a nossa esperança NÃO É, apenas, a esperança da eternidade, mas é a certeza do presente, e o presente é este mesmo, ainda que tenhamos alegrias, ainda que tenhamos razões para celebrar, nós NÃO podemos evitar as tribulações que chegam.
E as tribulações chegam das mais variadas maneiras... Nas enfermidades, que sempre incomodam — não existe, é claro, enfermidade que estabeleça alegria — nas crises que se instalam, nas circunstâncias que envolvem e confundem as pessoas, nas relações pessoais, sociais, familiares, conjugais que, tantas vezes desequilibram as nossas vidas.
Esta é a nossa realidade concreta, real. Este é o nosso presente, embora tenhamos motivos de alegria e razões para celebrar. Mas vivemos o tempo das tribulações, também.
Mas é aí que o apóstolo diz: — Gloriemo-nos, também, nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança. — Isso parece um contra senso, um trem doido, como dizem os mineiros.
Isso parece um convite ao sofrimento! Mas não há aqui nenhum convite à dor! A proposta do evangelho, da Palavra de Jesus, nunca foi e nunca será um chamado ao sofrimento, mas é uma constatação de que o sofrimento faz parte da nossa existência presente.
É nesse ponto que vem o apelo do apóstolo: — Devemos nos gloriar nas tribulações. — Ainda que elas nos incomodem. E o que é “gloriar-se”? Aí é que está! A Igreja sabe o que é isto?
Estamos repetindo esta palavra desde o começo, mas você sabe o que é gloriar-se? Se você não sabe, é preciso saber... O que é gloriar-se?
Quem quer dizer? Se é que sabe! Alguém sabe? Você sabe, Cícero Antônio? Gloriar-se, é jactar-se. Ficou mais difícil, né? Jactar-se é envaidecer-se.
Pronto! (como diz o alagoano). Pronto! Vocês aprenderam! Então, nós devemos nos envaidecer, não somente na esperança da volta de Jesus, na glória de Deus, mas, também, devemos nos envaidecer, porque temos tribulações.
É contraditório isso? Não, não é! Sabem por que? Porque o apóstolo diz... Vejam lá, no v.3 “...porque a tribulação produz?... perseverança”.
A tribulação em Deus, sob a bênção de Deus, sob a orientação de Deus, é alguma coisa que nos impulsiona pra frente, porque ela produz perseverança.
Porque, quem não persevera, quem não insiste, não caminha. A perseverança não se deixa imobilizar, não pára, não estaciona, não se conforma.
A tribulação, muitas vezes, faz isso com as pessoas > Abate, de tal maneira, que a pessoa não sai do chão; não sai do seu lugar, se rende à tribulação e desiste da caminhada.
Entretanto, a tribulação, na esperança da glória de Deus, é tribulação que nos joga pra frente, porque produz perseverança e, perseverar, é insistir, é não desistir, é ir pra frente, a despeito da tribulação e a partir da tribulação!
Se a enfermidade me alcança, eu não me deixo imobilizar no leito da enfermidade. Eu vou reagir a ela, eu vou tratar o meu corpo, eu vou buscar ajuda competente, eu vou buscar auxílio em Deus, eu vou lutar contra aquilo que fere o meu corpo, que tira as minhas energias.
A tribulação produz perseverança, em Deus. A tribulação não acaba comigo. Ao contrário, ela me anima, me estimula. A tribulação me desafia ao combate.
Coisa boa! Quem persevera, caminha; quem persevera, vai adiante; quem persevera, vence a tribulação, em Deus. E tem mais, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança produz? O quê?... Experiência.
Ah, quando perseveramos em Deus, a cada tribulação temos a experiência da graça de Deus em nossa vida, da bênção de Deus sobre nós.
Porque não há tribulação que nos vença! Por isso é que Jesus diz: — No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo — Ou seja, muito mais venço a sua tribulação, que lhe parece imensa, mas que, para mim, é tão pequena!
Eu venci o mundo, eu venci a morte. Como não vencerei a sua enfermidade, a sua crise, o seu vazio, o seu anseio, o seu nervosismo, a sua depressão?
E, a cada tribulação, perseverantemente, eu vou acumulando experiência com Deus, experiência de cuidado, de bênção, de assistência e de misericórdia.
A cada uma! É isso o que fortalece a minha fé; é isso o que aprofunda a minha certeza. Por isso é que o apóstolo diz em Rm 1.17: “...de fé em fé.”
Esse é o sentido! Não são diferentes tipos de fé; são expressões diferentes da mesma fé. A cada tribulação, perseverantemente, vem uma nova experiência.
E, a cada experiência com Deus, as tribulações se tornam cada vez menores, porque eu sei que, se ele me ajudou a vencer uma, há de, certamente, fazer com que eu vença a outra.
O povo de Deus é gente confiante no cuidado de Deus. Gente que não se espanta com a tribulação. Ao contrário, reconhece a tribulação como uma circunstância desta vida, como algo inevitável.
Não há, no povo de Deus, quem não experimente tribulação, seja ela de que natureza for, é ou não é? Cada um tem as suas próprias tribulações.
Mas, a cada tribulação, quem persevera acumula novas experiências, e ter experiências com Deus é algo extraordinário! São experiências tremendas, são experiências duradouras, são experiências estimulantes.
E, a cada experiência, nós adquirimos maior esperança. E, ter esperança... ter esperança, é viver.
Por isso, é que me impressiona muito, muito mesmo, aquilo que Dante Alighieri escreveu nas portas do inferno que ele imaginou e registrou no seu livro, A Divina Comédia.
Ele diz lá: “Deixai aqui toda a esperança, vós que entrardes”. E não é isso? O inferno é isso! É não ter esperança, é ter absoluta consciência de que se está, para sempre, separado de Deus.
É ter consciência nítida de que não há resposta nem solução. Isso é inferno. Não é, propriamente, um lago ardendo em fogo. Não é um diabo, com um tridente, espetando você o dia inteiro.
É a consciente separação do Criador, do Todo Poderoso. E não dá mais como clamar “ai, meu Deus”, porque Deus não está. E as pessoas saberão que ele não está e, eternamente, não estará.
Mas nós, não! Porque temos tribulações, nós nos gloriamos nelas, não pelo gosto da dor, não pelo prazer de sofrer, mas pela oportunidade de insistir, de perseverar, de ir mais adiante, de dar mais um passo, de enfrentar o desafio.
E, a cada ato de perseverança, temos a experiência maravilhosa do cuidado divino, lance a lance. Isso é maravilhoso. Deus se pronuncia pouco a pouco.
É preciso ter sensibilidade para perceber, porque, às vezes, as nossas dores são tantas, que não percebemos as respostas de Deus que vão chegando, e vão se juntando numa solução maior.
É passo a passo! Isso não quer dizer que Deus NÃO possa resolver tudo de uma vez, mas, tantas vezes ele age assim, aos poucos, porque você, às vezes, não está pronto para a solução inteira.
Você já pensou nisso? Você já meditou sobre isso? Tem gente que quer a solução inteira, mas, às vezes, a pessoa não está pronta para a solução inteira.
Por isso é que Deus resolve, muitas vezes, por partes, aos poucos. Essas são as experiências que vão se somando e criando em nós essa esperança inabalável, não apenas na volta do Senhor, mas no seu cuidado infalível.
Cuidado que chega sempre, não falta. Deus abençoe você nesta noite! Alegre-se! Alegre-se na sua tribulação!
Essa é a oportunidade de você perseverar, de insistir, de voltar ao combate, de ir em frente para saber o que é cuidado, para saber o que é bênção, para adquirir experiência que há de consolidar sua esperança.
E, quando Jesus voltar, você estará prontinho para ser arrebatado. Porque, quem sabe, do jeito que você anda, tão desanimado, você não tem condições pessoais de se encontrar com a glória do Senhor.
Esse encontro pode ser até fatal para você. Não é interessante isso? Às vezes, a bênção de Deus nos assusta. Que a bênção de Deus não assuste você. Amém?

Um comentário:

  1. Graça e Paz!

    Poxa que palavra edificante.
    Tenho enfrentado todos os dias tribulações...tenho uma amiga que fala pra mim q estou em trabalho de parto rsrsrsrs....pois as dores antes eram um dia e o resto da semana estava bem, depois passaram pra dois dias de dores e resto bom, mas agora é meia hora bem e o resto do dia com dores emocionais.....então creio q minha vitoria tah tão perto, que as dores são mais intensas.
    Tem dias, como agora q estou digitando, tenho vontade de gritar....ansiedade demais.
    Luto contra essa ansiedade, imploro a Deus pra q Ele me ensine a descansar, confiar mais e esperar nEle.....e esses pedidos são constantes, pois não aceito está triste, se tenho Jesus em minha vida, se sou uma mulher de oração, leio a biblia todos os dias e Deus fala constantemente através dela....então fico triste por não conseguir superar essas dores.....mas creio q vai passar, pois Deus tem pelejado por mim.

    Shalom!

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