domingo

A Santificação da Igreja

Ef 5.22-30 — As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; 23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. 25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. 28 Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. 29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; 30 porque somos membros do seu corpo.
No texto que acabamos de ler, estão as instruções do apóstolo Paulo aos Efésios, a respeito das suas relações conjugais. Mas, irmãos, não é sobre isso que vamos falar.
Queremos fazer uma reflexão sobre outra relação, da qual o apóstolo se utiliza para instruir a Igreja de Éfeso. É a relação de Cristo com a sua Igreja.
Devemos meditar um pouco, nesta noite, sobre esta realidade em que vivemos e que nos define: A Igreja do Senhor Jesus. É claro que não existe tempo suficiente para esgotar este tema.
Teremos que fazer, portanto, apenas breves observações sobre esse assunto, sobre a realidade da Igreja na sua relação com o Jesus, que é o Senhor da Igreja, o Cabeça da Igreja, o Comandante da Igreja.
No texto que lemos, uma coisa fica clara: A Igreja é o objeto do amor de Jesus. E o apostolo diz, no v 25: — Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
O Senhor Jesus não se entregou por outra pessoa. Ele não se entregou por uma outra realidade que não seja a Igreja. Foi pela Igreja que Ele se entregou. Foi pela Igreja que ele se deixou crucificar. Por amor à Igreja.
Isso é extremamente consolador para todos nós. Porque, se somos Igreja de Jesus, somos objeto do seu amor. Isso nos privilegia, isso nos distingue, isso nos faz diferentes de tudo e de todos.
Quem se torna Igreja de Jesus, se integra, se conforma ao objeto único, especial, do seu grande amor.
Deus, em Cristo Jesus, não se entregou pela natureza que ele mesmo criou, porque ele a preserva, apesar de todos os nossos descaminhos ecológicos...
Não! Cristo se entregou na cruz, pela Igreja! É isso que o apóstolo está dizendo: — Que Cristo amou a Igreja de tal maneira que por ela se entregou.
Ou seja, Ele se entregou por você, por mim, pelo Pb Cícero, pela irmã Gilza, enfim por cada um de nós que integramos essa realidade maravilhosa, que é o Corpo de Jesus, a Igreja de Cristo.
A primeira verdade que encontramos nesse texto é essa: Você é o objeto exclusivo do amor de Deus em Cristo Jesus. Um amor tão grande que impôs o sacrifício da vida do próprio Senhor Jesus.
Mas, se isto é verdade, e é. Verdade incontestável, sem dubiedades, sem duplas ou triplas interpretações, cabe, então, uma pergunta à Igreja nesta noite:
— O que é que, na Igreja, promoveu esse amor de Jesus por ela?
Esta é a pergunta que vai possibilitar a nossa meditação. O que é que havia... ou o que existe, na Igreja, para provocar um amor assim?
Porque, reparem, não é um amor qualquer, mas um amor sacrificial, um amor que leva à morte; um amor que se entrega inteiramente.
O que foi que promoveu esse amor em Cristo? Você tem resposta pra isso? Eu vou dificultar, ainda mais, a sua reflexão.
Por que essa Igreja, que Cristo amou, a ponto de morrer por ela, — e não se esqueça, isso está nos evangelhos — é a Igreja que, no jardim do Getsêmani, dormiu?
Estão lembrados? Jesus levou consigo os discípulos e adiantou-se com Pedro, Tiago e João e pediu-lhes: — Fiquem aqui orando por mim, enquanto estarei ali, sozinho, falando com meu Pai que está nos céus.
E lá ficaram os três, e adiantou-se Jesus e, na solidão de si mesmo, angustiou-se até a morte, na antevisão da cruz. E o que é que nos conta o evangelho?
Conta que, quando Jesus voltou, encontrou Pedro, Tiago e João... dormindo. É essa a Igreja que Cristo amou até à morte.
Uma Igreja cansada, sonolenta e insensível. Uma Igreja que não percebeu a angústia do Senhor Jesus. Uma Igreja que não se deu conta da sua dor antecipada.
Essa Igreja Cristo amou e, ao terminar o seu momento de angústia e sofrimento, Jesus deixa o Getsêmani, levando consigo Pedro, Tiago e João.
Ele os amou assim mesmo. Não, Jesus não os deixou lá. Ele os trouxe consigo, porque os amou, apesar do seu cansaço; apesar do seu sono; apesar da sua insensibilidade. Cristo os amou e os levou de volta consigo.
O que é que Cristo viu nessa Igreja para a amar tanto? Uma Igreja que o traiu por trinta moedas. Estão lembrados?
Uma Igreja que, enquanto Jesus partia o Pão Eucarístico, instituindo a Santa Ceia, Judas Iscariotes, no seu coração, já entregava Jesus ao que queriam prendê-lo.
Não foi assim? É essa Igreja. Mas Cristo amou essa Igreja e Cristo amou Judas Iscariotes ali mesmo, e Cristo chamou Judas de amigo.
Essa Igreja, que não lhe dava motivo algum para a amar, Cristo a amou. E amou tanto, que a Si mesmo se entregou por ela.
Uma Igreja que o negou três vezes, antes que o galo cantasse. Estão lembrados?
Enquanto Jesus, sozinho, enfrentava os seus acusadores, confrontava aqueles que queriam executá-lo, Pedro, à distância, dizia: — Eu não conheço esse homem.
Com medo de se comprometer, com medo de ter destino igual ao de Jesus. Esse mesmo Pedro que, antes, dissera: — Vou contigo, Jesus, até à morte.
Mas, agora, diante do perigo, vendo a situação que Cristo vivia, foge da responsabilidade e, por três vezes seguidas, quando perguntaram: — Tu não és deste homem?
Ele diz: — Nunca o vi; nem sei quem é.
Mas Cristo amou Pedro. Amou tanto que o distinguiu com o Ministério Pastoral: — Pedro, apascenta o meu rebanho.
Ou seja, Jesus amou tanto a Pedro, aquele que o negara, que lhe confiou o privilégio do pastorado.
Uma Igreja que, na hora de escolher a quem libertar, diante do julgamento de Jesus, na festa da Páscoa, quando era hábito libertar um prisioneiro, por escolha do povo, essa Igreja escolheu Barrabás e deixou que o Cristo fosse executado.
Essa mesma multidão que o acolheu na chegada à Jerusalém, agora dizia, respondendo à pergunta de Pilatos: “Mas quem vocês desejam que eu solte?”
“Barrabás!” E, perguntou Pilatos outra vez: “O que eu faço com esse Jesus, o nazareno?” O que é que disse a multidão? “Crucifica-o!”
Essa foi a Igreja que Cristo amou, a ponto de se entregar por ela e, tanto que, no alto da cruz, olhando essa mesma multidão que o trocara por Barrabás, Ele pede ao Pai: — Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.
Essa é a Igreja que não dava motivo algum a Jesus para um amor assim, tão intenso, tão imenso, tão definitivo e tão sacrificial. O que é que o Cristo viu nessa igreja?
Já perguntei isso! Todavia, é bom você se perguntar a você mesmo, porque você é, exatamente, isso. Você é essa Igreja. De uma forma ou de outra, você está aqui,
E Cristo ama você e por você também morreu na cruz do Calvário. Você... e você sabe, que algumas vezes pode ter dormido no jardim, insensível ao sacrifício de Jesus por você.
E você sabe que, muitas vezes, não cuidou de sua vida devocional; não insistiu na oração e se deixou vencer pelo cansaço, pelo sono e adormeceu na sua fé, como Pedro, Tiago e João no Getsêmani.
Quem sabe, você não o traiu por algumas moedas, cuidando de seus próprios interesses, e não pensou no interesse do Reino de Deus?
Quem sabe? Você sabe! Ou, quem sabe, você já não o negou algumas vezes, para não se comprometer com os outros, sem assumir com integridade, com coragem, a sua fé em todos os ambientes em que você convive?
— É melhor dizer que não sou crente, ou ficar calado, porque aí, ninguém me cobra.
Quem sabe? Ou, quem sabe, você tem trocado o nome de Jesus por outro nome, na confusão das multidões que gritam outros nomes?
A moda agora é gritar e proclamar Barack Hussein Obama!
Você é essa Igreja! Mas, Cristo amou e ama essa Igreja. Cristo amou e ama você e, por você, se entregou à morte e morte de cruz!
Que razões essa Igreja dava, e dá até hoje, para Jesus a amar assim, se ela era, e é o que é? A resposta está aqui, no v.26-27, reparem:
— para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
Não! Cristo não amou a Igreja até à morte pelo que ela era, mas pelo que ela viria a ser, a partir da experiência da Igreja com esse amor infinito, esse amor incondicional de Jesus.
Porque o amor modifica, o amor constrange, o amor transforma. Jesus amou, para que a Igreja fosse o que não era. E foi isso que Cristo viu na Igreja. Não o que ela era, uma Igreja cansada, sonolenta, infiel, traidora, negadora.
Mas, Cristo viu uma Igreja que poderia se tornar uma realidade modificadora do mundo, a partir desse amor que transforma. Por isso Cristo amou até o fim, até à cruz.
E, hoje, a Igreja está aqui, santificada pela palavra e santificando-se a cada dia, na realidade de cada um.
E eu continuo me santificando na graça do Cristo que me constrangeu com esse amor que eu não podia nem compreender, mas que experimentei, por sua pura misericórdia e graça.
Ame-se você também! Não pelo que você é, ou tem sido, mas pelo que você pode ser em Cristo Jesus. Alguém misericordioso também. Alguém pronto a dar, a dividir, a distribuir.
Pronto a ser solidário, a ser companheiro, a ser tolerante, a ser liberal nos seus dízimos e nas suas ofertas.
Ame-se pelo que você pode ser, porque Cristo amou você, não pelo que você era, e você sabe o que você era e tem sido, mas pelo que você vai ser.
Deus não o redime para que você continue sendo o que tem sido, mas para que você seja alguma coisa, ou alguém que este mundo ainda não conhece.
Deus abençoe a Primeirona, Igreja do Senhor Jesus, objeto exclusivo do amor de Deus em Cristo, que por ela morreu, não pelo que ela era, mas pelo que ela haveria de ser.
Amém!!??

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